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Suplementação com maltodrextrina em 

indivíduos que não realizam o desjejum matinal

Suplementación con maltodextrina en individuos que no desayunan

The supplement of maltodrextin in individuals that don’t have breakfast

 

*Educador Físico / Centro Universitário UniFMU

Especialista em Fisiologia do Exercício / CEFE-UNIFESP

Especialista em Nutrição Desportiva e Qualidade de Vida / FEFISA.

Prof° da Estácio UniRadial

**Nutricionista / Centro Universitário São Camilo

Especialista em Nutrição Desportiva e Qualidade de Vida / FEFISA.

Especialista em Nutrição e Cardiologia / INCOR-HC-USP

***Drª em Ciências / UNIFESP

Profª da FEFISA e do Centro Universitário Ítalo Brasileiro

Daniel Martins Candido da Silva*

Adriana Nogueira Sager**

Laura Cuvello Lopes***

danielmcsilva@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          Hoje em dia, a população vem mudando alguns hábitos de vida em razão do aumento de trabalho e da falta de tempo e um deles, é a não realização do desjejum matinal. As pessoas também têm de lutar contra o sedentarismo, pois isto tem acarretado no aumento de doenças cardiovascular e crônico degenerativas. Com isto, alguns indivíduos têm procurado fazer atividade física no período da manhã e acabam fazendo em jejum. Portanto, o objetivo deste estudo foi verificar se a suplementação com maltodrextrina pode melhorar o desempenho da capacidade física força em indivíduos que não realizam o desjejum matinal. Para tanto, foi utilizada uma amostra composta por 15 indivíduos, com idade entre 35 e 47 anos (39,8±3,45), que aceitaram realizar os testes de resistência abdominal e de flexão de braços, fazendo o máximo de repetições em 1 minuto, ingerindo em um momento, um suco light com 30 gramas de maltodrextina e em outro momento, um placebo nas mesmas condições, sempre 5 minutos antes da realização do teste. Não foi observado diferenças significantes comparando-se os 2 momentos, algo que pode ter sido pela quantidade de maltodrextina não ter sido suficiente para se observar efeito ergogênico, ou por não ter havido tempo suficiente para armazenar o carboidrato ingerido ou até pelo fato da não-associação da maltodrextrina com um suplemento protéico. Portanto, foi concluído que o suplemento de maltodrextina não apresentou melhora no desempenho dos indivíduos que realizaram os testes de flexão de braços e abdominais.

          Unitermos: Força. Jejum. Carboidrato. Suplementação

 

Abstract

          Nowadays, people have been changing some of their life habits due to work increasiment and lack of time and one of these changes is to not have breakfast. People also have to fight against physical inactivity because this habits’ changes lead to a increasiment of cardiovascular and cronic degeneratives diseases. Therefore, some individuals have been doing physical activies in the morning fasting. The objective of this study was verify whether the maltodextrin could improve theforce performance in individuals that don’t have breakfast. For this matter, a sample composed of fifteen individuals between 35 and 47 years old was used and they accepted on taking abdominal resistance and arm flex tests, doing a maximum of repetitions in one minute, ingesting in one moment, alight juice with 30 gramas of maltodextrin and in another moment, aplacebo in same condition always five minutes before taking the test. It wasn’t observed significant differences comparing both moments, something that could be explained by the fact of maltodextrin hadn’t been enough for ergogenic effect, or for not having enough time to stock the ingested carbohydrate or even for the fact of the non-association of maltodextrin with a proteic supplement. Therefore, it wasd concluded that the supplement of maltodextrinhaven’t presented improvement in the performance of individuals that have taken the abdominals and arm flex tests.

          Keywords: Force. Fasting. Carbohydrate. Supplement

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 139 - Diciembre de 2009

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Introdução

    Nos últimos tempos, houve um grande crescimento no número de indivíduos que não realizam o desjejum matinal. A população americana atribui como principal motivo para este feito é que com a retirada desta refeição, o número de calorias total do dia iria diminuir significantemente e por conseqüência, seria eficiente em um processo de emagrecimento. Outro motivo que também faz com que indivíduos não realizem esta refeição é a falta de tempo na parte da manhã para realizá-la (WYATT et al., 2002).

    Apesar de grande parte dos indivíduos que praticam atividade física em academias serem de bom nível de escolaridade e de informações, e que normalmente conhecem a importância de uma alimentação balanceada (PEREIRA et al., 2003), pouco se sabe que existem vários problemas que decorrem pelo fato do indivíduo não realizar o desjejum (WYATT et al., 2002) E nos dias de hoje, já é conhecido que a prática de exercícios físicos, aliados a alguns hábitos alimentares saudáveis, que incluem, por exemplo, a presença desta refeição, são as decisões mais corretas para melhorar a composição corporal e diminuir as porcentagens de gordura corporal (MARTINS e SANTOS, 2004).

    O exercício de força utiliza como principal fonte energética o glicogênio. E a falta deste substrato pode acarretar em queda de rendimento nesta modalidade (LAMBERT e FLYNN, 2002). A grande reserva de glicogênio no corpo é o músculo e para preencher os estes estoques, é necessário à ingestão de grandes quantidades de carboidrato (ROBERGS e ROBERTS, 2002). O exercício de alta intensidade faz com que os estoques de glicogênio musculares caiam rapidamente (BALSOM et al., 1999). O organismo consegue produzir glicose por outras vias sem a ingestão de carboidrato, como a gliconeogênese de proteínas e lactato, mas esta via é de difícil utilização e por isso, só são requeridas em último caso, em que o estoque já esteja muito baixo. E esta via não é capaz de preencher por completo todos os estoques de glicogênio muscular, algo que seria necessário para garantir o bom desempenho no exercício de força (JEUKENDRUP et al., 1999).

    O glicogênio muscular é o maior combustível nas atividades de alta intensidade e de curta duração, ou seja, alguns segundos. Este tipo de exercício é chamado de anaeróbio (FOURNIER et al., 2002). Este metabolismo energético é característico do treinamento de força, mesmo quando se trabalha a resistência muscular, em que o número de repetições varia entre 15 e 20. Portanto, desejando-se obter um bom desempenho nesta modalidade e a prevenção de uma fadiga muscular precoce, são necessárias boas quantidades de glicogênio muscular em estoque (LAMBERT e FLYNN, 2002). Além do fato de quando esses estoques se enchem, o tempo de instalação da fadiga durante o exercício pode ser retardado (BALSOM et al., 1999). E um desjejum balanceado e de qualidade seria suficiente para aumentar os estoques de carboidrato que foram depletados durante a noite (WYATT et al., 2002).

    A manutenção da glicemia também é importante para se evitar a fadiga muscular precocemente. O fato desta cair pode fazer com que haja queda de rendimento (CHRYSSANTHOPOULOS et al,. 2004). Uma alternativa que pode ser para a sua manutenção e atenuação de um mau desempenho pode ser a suplementação de carboidrato em solução líquida a 6% de sua concentração. Ela pode ser suficiente para manter os níveis glicêmicos e manter o corpo bem hidratado, algo que também é muito importante para garantir um bom desempenho (ANDRADE et al., 2005).

    A ingestão de carboidratos antes do exercício, principalmente os de alto índice glicêmico, pode melhorar seu desempenho.(WEE et al., 2004). Ele pode manter a glicemia e também chegar ao músculo mais rapidamente, estando imediatamente disponível para seu uso no exercício em um curto espaço de tempo (CHRYSSANTHOPOULOS et al,. 2004). O fato do indivíduo não realizar o desjejum, faz com que ele fique muito tempo em jejum, considerando sua última refeição e por conseqüência, tenha grande depleção dos estoques de carboidrato (KIRWAN et al., 1998).

    Por isto, o objetivo do presente estudo foi verificar se a suplementação com maltodrextrina pode melhorar o desempenho da capacidade física força em indivíduos que não realizam o desjejum matinal.

Metodologia

    Trata-se de um estudo transversal do tipo caso e controle. Para a amostra, foram selecionados 15 indivíduos com idade entre 35 e 47 anos (39,8±3,45), que voluntariamente aceitaram em participar dos testes e que realizam treinos de força pela manhã com 3 meses de experiência no mínimo, com o hábito do jejum matinal. Eles realizaram testes de resistência abdominal e resistência de membros superiores (flexão de braços), tendo que realizar o número máximo de execuções no período de 1 minuto (MATSUDO, 1987), para a comparação entre 2 momentos sendo em um deles em jejum, de acordo com a rotina de jejum dos participantes, e no outro, 5 minutos após terem ingerido uma porção 30 gramas de carboidrato (maltodrextrina), algo que substituiria o desjejum para estes indivíduos.

    Nos dois momentos, os indivíduos ingeriram uma porção de 500 ml de suco light, sendo que em um deles, o suco como placebo e no outro, uma porção de 30 gramas de maltodrextrina (MAUGHAN e BURKE, 2004) diluídos no suco light. O modelo utilizado nos testes foi duplo-cego.

    Para os testes, foram requisitados um jejum de 8 horas e que a dieta da última refeição fosse composta por 65% por carboidrato, 20% por lipídeos e 15% por proteína.

    Todas as informações foram tabuladas em planilha eletrônica (Excel, Microsoft) e analisadas no Statistical Package for Social Sciences for Windows (SPSS, v.17). Para a análise estatística, foi utilizado o teste não-paramétrico de Wilcoxon (SIEGEL e CASTELLAN, 1988).

Resultados

    Os resultados obtidos em relação aos 15 indivíduos que realizaram o teste do número máximo de flexões de braços em 1 minuto apresentaram:

Tabela 1. Resultados do teste de flexão de braços dos grupos suplementados e placebo. Os valores estão expressos individualmente e como média, mediana e desvio padrão.

Teste de Wilcoxon (Grupo placebo X Grupo suplementado)

Z crítico = 1,96

Z calculado = -0,036

Grupo suplementado = grupo placebo

    E em relação aos indivíduos que realizaram os testes do número de abdominais realizados em 1 minuto, os resultados obtidos mostraram:

Tabela 2. Resultados do teste de abdominais dos grupos suplementados e placebo. Os valores estão expressos individualmente e como média, mediana e desvio padrão.

Teste de Wilcoxon (Grupo placebo X Grupo suplementado)

Z crítico = 1,96

Z calculado = -1,157

Grupo suplementado = grupo placebo

    Como pode ser observado nas tabelas 1 e 2, não foram demonstradas melhoras significantes nos indivíduos que suplementaram com maltodrextrina nos testes realizados. Porém quando analisamos individualmente os resultados, é possível observar que para o teste de flexão de braços 26,7% dos indivíduos (n=4) melhoraram seu desempenho, chegando a um percentual de melhora de 66,67%. É interessante observar que 20% (n=3) mantiveram seus resultados e por fim, 53,3% (n=8) os diminuíram, com uma média de 4,11% de diferença entre os grupos suplementados e placebo. Em relação ao teste de abdominais, 40% dos indivíduos (n=6) aumentaram o número de repetições, chegando a um percentual de 85,71 de melhora. Dos participantes, 13,3% (n=2) mantiveram seu desempenho e 46,7% (n=7) apresentaram um decréscimo no número das execuções, com uma média superior de 3,17% de diferença, quando compararado os grupos placebo e suplementação de maltodrextina.

Discussão

    As épocas atuais vêm apresentando novos hábitos incorporados pela população. Um desses hábitos é a falta do desjejum matinal, muitas vezes creditado pela falta de tempo que a sociedade impõe para as pessoas (WYATT et al., 2002). E cada vez mais, elas têm a necessidade de realizar exercícios físicos para combater as doenças cardiovasculares, as doenças crônicas degenerativas, câncer, obesidade, hipertensão, osteoporose e depressão, além de melhorar o condicionamento físico (WARBURTON et al., 2006).

    Uma boa parte da população vem escolhendo o período da manhã para fazer atividade física, e algumas dessas pessoas as fazem sem realizar o desjejum matinal. Este hábito não é ideal, pois a performance pode ser prejudicada, existe risco de uma hipoglicemia durante as atividades pelo fato dos estoques de glicogênio estarem mais baixos. Porém, há a possibilidade de existirem alguns desconfortos gástricos que uma refeição pouco tempo antes de prática de exercícios pode ocasionar, por conta do esvaziamento estomacal ser bem mais lento neste tipo de situação (COCATE e MARINS, 2007).

    Os resultados obtidos no presente estudo indicam que a suplementação com maltodrextina não demonstraram melhoras significantes no desempenho dos testes de flexão de braços e abdominais. Porém, é importante elucidar que em média, foi observada melhora no desempenho dos participantes dos testes, algo que não chegou a ser confirmado pelos resultados da mediana, os quais não apresentaram diferenças entre os grupos, ocorrendo provavelmente devido a ampla variação dos resultados do presente estudo. Isto mostra que a suplementação com maltodrextina pode não ter apresentado efeito ergogênico para a melhoria do desempenho, mas também não o prejudicou.

    A suplementação de carboidrato pode prevenir uma possível hipoglicemia, além de aumentar o tempo que o indivíduo leva para atingir a exaustão. O recurso ergogênico da suplementação de carboidrato é normalmente atribuído ao aumento dos níveis de glicose no sangue em ocasiões em que a glicemia encontra-se baixa (NYBO, 2003). A grande ingestão deste nutriente, logo antes ou durante o exercício, pode promover o rebote, que ocorre quando grandes quantidades de carboidrato com alto índice glicêmico são ingeridas, provocando altas liberações de insulina e inibição de secreção de glucagon. Isto poderia acarretar rapidamente em uma hipoglicemia (SPARKS et al., 1998) sendo que no exercício, haveria queda de performance, caso acontecesse (CHRYSSANTHOPOULOS et al., 2004). Porém no presente estudo, os indivíduos ingeriram pequenas quantidades de maltodrextina, que totalizaram 30 gramas em 500ml de solução. Isto pode ser afirmado, pois MAUGHAN e BURKE (2004) sugerem que haja a ingestão de cerca de 30 a 60 gramas de carboidrato, diluídos em solução líquida, para melhoria de desempenho durante o exercício, além de que COCATE e MARINS (2007) afirmam que quando a quantidade de carboidrato ingerido é baixa, dificilmente o efeito rebote iria acontecer.

    No presente estudo, não houve um único padrão de mudanças nos resultados dos indivíduos. Em alguns deles, o número aumentou, outros se mantiveram, chegando em outros casos, até a diminuir. Não foram encontradas alterações significantes para os testes aplicados de flexões de braços e abdominais.

    Segundo CRIBB et al. (2007), whey protein e monoidrato de creatina são os suplementos mais usados para promover melhora na força e hipertrofia muscular durante o exercício de força. Porém, o presente estudo teve como intenção testar um suplemento não-protéico com o intuito de melhorar a resistência muscular, o que indiretamente poderia beneficiar o desempenho da capacidade física força, algo que não se conseguiu ser observado. É possível que se suplementos protéicos tivessem sido associados a maltodrextrina, os resultados observados poderiam ter sido outros, pois apenas a relação do glicogênio muscular para promover melhora na performance do exercício de alta intensidade ainda não foi bem estabelecida (BALSOM et al., 1999).

    Alguns estudos têm demonstrado que a suplementação com whey protein vem mostrando melhores resultados para aumento de massa muscular e força quando comparado a carboidrato e até mesmo, a caseína no treinamento resistido. E a suplementação de carboidrato torna-se mais eficiente para estes fins quando paralelamente se suplementa com monoidrato de creatina ou o próprio whey protein (CRIBB et al., 2007). OLIVEIRA et al. (2006) observaram em seu estudo que a suplementação de carboidrato é importante, pois apresentou uma correlação positiva entre o aumento de força e massa muscular para o exercício extensão de tríceps sentado, porém este fato sendo observado apenas quando houve a associação com a suplementação com proteína. Os autores explicam que a suplementação de carboidrato pode auxiliar na síntese de proteína nos praticantes de exercícios resistidos.

    A energia necessária para as contrações musculares é obtida da quebra de creatina fosfato e do glicogênio em trabalhos que promovam hipertrofia muscular. Porém, em relação ao carboidrato, sua real importância não está bem definida em relação ao treinamento de força, embora se acredita que não comprometa seu desempenho. A suplementação de creatina poderia, em tese, beneficiar o desempenho do treinamento de força. (UCHIDA et al., 2004). O exercício resistido utiliza predominantemente fibras do tipo 2, que utiliza muito da energia provida do sistema ATP-CP, mesmo estas fibras sendo glicolíticas, ou seja, utilizam glicogênio para realizar trabalho (LAMBERT e FLYNN, 2002).

    Segundo KIRWAN et al. (2001), um grande período de jejum, contando o tempo da última refeição, pode depletar os níveis de glicogênio nos músculos. E o exercício de força, quando praticado com estoques de glicogênio muscular muito baixos, pode ter seu desempenho piorado, pois o indivíduo pode se tornar incapaz de manter a ressíntese de creatina fosfato. Porém, este tipo de treinamento depleta apenas de 20 a 40% destas reservas. (UCHIDA et al., 2004). Existem também evidências de que o exercício físico praticado em jejum após uma noite de sono, que em média pode durar de 8 a 10 horas, sem o indivíduo ter o consumo de qualquer tipo de nutriente, pode promover a redução dos estoques de glicogênio muscular e hepático (COCATE e MARINS, 2007). E aliado a este fato, um jejum de 12 horas pode promover a redução cerca de metade dos níveis de glicogênio hepático, este muito importante para a manutenção de glicemia, que mantém o funcionamento de órgãos vitais e do sistema nervoso central (MAUGHAN e BURKE, 2004). Isto poderia mostrar que mesmo com a suplementação de carboidrato, dificilmente haveria aumento na performance nos testes utilizados neste estudo, pois haveria pelo menos metade dos estoques de glicogênio nos músculos e no fígado. É importante lembrar que a refeição da noite anterior foi controlada e foi orientado ao indivíduo realizar a última refeição com cerca de 60% de carboidrato para que isto não pudesse ser determinante para um desempenho diferente entre os participantes do presente estudo.

    Outra possibilidade de não ter sido observado melhora no desempenho de força é de não ter havido tempo suficiente para o carboidrato ser utilizado durante os testes praticados, pois o carboidrato consumido durante o exercício não promove aumento nos estoques de glicogênio muscular, tendo condições apenas de manter a glicemia nos níveis ideais (BURKE e HAWLEY, 1999). Em contrapartida, segundo COCATE e MARINS (2007), quanto maior a quantidade de carboidrato disponível em uma refeição, menor é seu tempo de absorção e quanto mais líquida ela for, menor será o seu tempo de absorção, considerando também que MAUGHAN e BURKE (2004) afirmam que parte do carboidrato ingerido durante a atividade física ou logo antes, pode ficar disponível para a oxidação. Portanto, dificilmente este fato tenha sido determinante para não apresentar os efeitos ergogênicos da suplementação com carboidrato.

Conclusão

    Os dados apresentados no presente estudo indicam que a suplementação de maltodrextrina, no lugar do desjejum mostrou-se pouco eficiente para melhorar o desempenho da capacidade física força nos indivíduos que não realizam esta refeição do período da manhã. Porém, existe a necessidade de mais estudos para que haja uma melhor comprovação dos fatos.

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