efdeportes.com

Utilização do salto horizontal como comparativo no método

de avaliação de força de membros inferiores de alunos

da escola de futebol do Grêmio de Lages, SC

Utilización del salto horizontal como parámetro en el método de evaluación de la fuerza 

de las extremidades inferiores en jugadores de la escuela de fútbol de Gremio de Lages, SC

 

*Graduado de Educação Física pela FACVEST

Treinador Profissional de Futebol de Campo Pelo Sindicato de Treinadores Profissionais do RS

**Graduada em Educação Física pela UNIPLAC

(Brasil)

Paulo Roberto Alves Falk*

pfalk1106@hotmail.com

Dyane Paes Pereira**

didipaes@hotmail.com

 

 

 

Resumo

          Segundo Viviani, Casagrande e Toniutto (1993), muitas qualidades são exigidas para uma boa performance de um jogador de futebol: destreza, força, velocidade de mobilidade articular e habilidade. Faz-se necessário buscar métodos de avaliar o perfil e o condicionamento físico e técnico de atletas e com a verificação dos índices deste teste, desenvolver planejamento adequado dos programas de treino. Nosso estudo pretende avaliar e comparar a força de membros inferiores através do teste de salto horizontal de Matsudo (1995) em alunos de uma escola de futebol, concordando com este modelo de avaliação, Komi (2000) e Goubel (1997) afirmam que uma forma de avaliar a potência muscular nos membros inferiores, através de um método não-invasivo, é o teste de salto vertical e horizontal, cuja confiabilidade tem sido relatada em vários estudos. Faigenbaum & Westcott (2001), a vantagem de serem administrados exercícios que envolvem o próprio peso corporal como resistência, é que não se precisa de nenhum equipamento, portanto não há custo. Este estudo visa a comparação dos dados coletados em 14/05/2008 do teste de salto horizontal com alunos recém matriculados em escola de iniciação desportiva da modalidade de futebol, com os mesmos alunos após período superior a um ano de treinos. Encontramos para a amostra de 15 alunos mensurando uma média de 1,77 metros na primeira avaliação (14/05/2008) e de 1,99 metros na segunda avaliação (24/07/2009). Concluímos com este comparativo que é possível desenvolver força através de treinos periódicos, orientados por profissionais e sem a utilização de sobrecarga.

          Unitermos: Futebol. Força. Salto horizontal

 

Abstract
          According to Viviani, Casagrande and Toniutto (1993), many qualities are required for successful performance of a footballer: skill, strength, speed and skill of articular mobility. It is necessary to find methods to assess the profile and technical and physical conditioning of athletes and the verification of the contents of this test, develop appropriate planning of training programs. Our study aims to assess and compare the strength of lower limbs through the test of horizontal jump Matsudo (1995) in students at a school football, agreeing with this type of evaluation, Komi (2000) and Goubel (1997) argue that a to assess muscle power in lower limbs, using a non-invasive method is the test of horizontal and vertical jump, whose reliability has been reported in several studies. Faigenbaum & Westcott (2001), the advantage of being administered exercises involving their own body weight as resistance, is not need any equipment, so there's no cost. This study aims to compare the data collected in the test 14/05/2008 horizontal jump with students newly enrolled in school sports initiation of the type of football, with the same students after more than one year of training. We found for the sample of 15 students measuring an average of 1.77 meters in the first assessment (14/05/2008) and 1.99 meters in the second assessment (24/07/2009). We conclude with the comparison that you can develop strength through regular training, guided by professionals and without the use of overload.

          Keywords: Football. Power. Horizontal jump

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 139 - Diciembre de 2009

1 / 1

Introdução

    O presente estudo visa a comparação dos dados coletados em 14/05/2008 do teste de salto horizontal com alunos recém matriculados em escola de iniciação desportiva da modalidade de futebol, com os mesmos alunos em 24/07/2009 após realização de programa de treino realizados com periodicidade de três vezes semanais, orientado por profissionais de educação física, buscando melhor desempenho na modalidade. Sendo o futebol um fenômeno mundial que é jogado por 200 milhões de pessoas em 190 países, independente de idade, gênero e nível técnico (Cunha, 2003). Para VIVIANI, CASAGRANDE e TONIUTTO (1993), muitas qualidades são exigidas para uma boa performance de um jogador de futebol: destreza, força, velocidade de mobilidade articular e habilidade. Nosso estudo pretende avaliar a força de membros inferiores através do teste de salto horizontal de Matsudo (1995) em alunos de uma escola de futebol, concordando com este modelo de avaliação, Komi (2000) e Goubel (1997) afirmam que uma forma de avaliar a potência muscular nos membros inferiores, através de um método não-invasivo, é o teste de salto vertical e horizontal, cuja confiabilidade tem sido relatada em vários estudos. Para FARINATTI (1995), o professor de educação física deve obter conhecimentos para saber identificar as necessidades e limitações de seus alunos, para assim adequar um programa de trabalho as necessidades de seus alunos. HAYWOOD & GETCHELL (2004), ressaltam que nas escolas os testes de força são muitas vezes utilizados, onde o peso corporal é utilizado como resistência. GUEDES (1997) citando Glencross (1966), afirma que os testes envolvendo saltos no sentido horizontal exigem uma menor habilidade motora do que os testes envolvendo saltos no sentido vertical, muitos especialistas da área preferiram optar pela utilização do teste de salto em distância "parado" como um indicador da potência direcionada ao desempenho motor.

    Segundo Fleck e Kraemer (1999) e Kubo et al. (1999):

    “A potência é a velocidade com que se desempenha o trabalho de determinado segmento, ou seja, a potência gerada por um salto vertical, é o produto do peso corporal de um sujeito pela altura de sua saída do chão, dividido pelo tempo que demorou a executar a repetição. Morehouse apud BARBANTI (1979, pg 67) diz que força motora é a capacidade do sistema neuromuscular de vencer resistências, como por exemplo, o peso do próprio corpo, um peso, um objeto, etc.”

    Na bibliografia pesquisada encontramos divergências sobre a validade de exercícios de força para crianças, como afirma FAIGENBAUM & WESTCOTT (2001):

    “A vantagem de serem administrados exercícios que envolvem o próprio peso corporal como resistência, é que não se precisa de nenhum equipamento, portanto não há custo. Porém os mesmos autores salientam que a desvantagem está em se ajustar o peso corporal ao nível de força da criança. Observando-se que algumas crianças podem realizar inúmeras repetições de um exercício enquanto outras crianças podem não ser suficientemente forte para realizar uma única repetição do exercício.”

    Com a verificação dos índices deste teste podemos adequar um programa de treino para desenvolver esta importante valência física exigida pelo futebol que segundo FLECK & KRAEMER (1999), para que um indivíduo tenha um desenvolvimento necessita de uma interferência de treinamento de força e fortalecimentos apropriados, que só podem ser alcançados em programas planejados de atividade física, corrobora com esta idéia WEINECK (2003) que cita em seu estudo a situação de que o indivíduo necessita sempre estar mantendo sua saúde, e esta depende do grau de aptidão física que a pessoa possui, necessitando em grande parte da força e da resistência muscular, o que para o mesmo, a força é extremamente importante ao desenvolvimento e manutenção do aparelho músculo-esquelético.

Metodologia dos treinos

    A metodologia de treinos da referida escola de futebol não utiliza para ganho de força a utilização de sobrecarga com pesos extras. Somente utiliza-se o peso do próprio corpo e alguns exercícios pliométricos. Os treinos de velocidade e agilidade são predominantes e a freqüência de três treinos semanais é determinante para um bom condicionamento físico.

Metodologia do salto horizontal parado (SHP)

    Atleta em pé, pés ligeiramente afastados e paralelos, ponta dos pés logo atrás da linha. O atleta realizava um movimento de balanceio dos braços - à vontade - como movimento preparatório, semiflexionando os joelhos. O salto era realizado lançando os braços para frente, estendendo o quadril, joelhos e tornozelos - por conseqüência do balanceio permitido, o atleta utilizava-se da energia elástica acumulada após a rápida extensão mecânica dos músculos extensores seguida do movimento descrito acima - O objetivo era alcançar a máxima projeção horizontal. O atleta realizou uma única tentativa. (Matsudo, 1995)

Padronização do teste de força (salto horizontal)

    Utilizamos para realizar o teste de salto horizontal, um campo de futebol gramado com as dimensões de 90 metros de comprimento, por 45 metros de largura, localizado no bairro Habitação na cidade de Lages/SC. O teste foi realizado com a padronização dos alunos em alguns critérios, como uniforme padrão, composto de shorts, camiseta e meias da escola de futebol e utilização de chuteiras. O horário de aplicação ocorreu das 14h às 16h, todos no mesmo local e data. Para mensuração da distância utilizou-se trena com 5 metros modelo F201 Mundial , para todos os avaliados. Para o teste foi marcado uma linha no chão onde os avaliados deveriam saltar detrás dela para mensurar as medidas, utilizou-se para as medidas a escala em metros.

Público alvo

    Nossa amostra compreende alunos regularmente matriculados em escola de futebol de Lages/SC, com cronograma de aulas 3 (três) períodos semanais com duração de duas horas aproximadamente. Para nosso estudo relacionamos um total de 15 (alunos) praticantes da modalidade de futebol, todos do sexo masculino, compreendidos na faixa etária entre 14 e 17 anos de idade, praticantes da modalidade a período superior a um ano de treinos e que realizaram o teste de salto horizontal na data de 14/05/2008 e em 24/07/2009.

Resultados

    Os resultados encontrados para a amostra comparativa de 15 atletas estão expressos na tabela a seguir:

 

Salto Horizontal

em metros

Salto Horizontal

em metros

Indivíduo

14/05/2008

24/07/2009

1

1,72

2,03

2

1,91

2,07

3

1,60

1,82

4

1,70

1,66

5

1,64

2,14

6

1,72

2,08

7

1,82

1,69

8

1,90

2,19

9

1,68

2,04

10

1,92

1,87

11

1,83

2,01

12

1,82

2,07

13

1,85

2,09

14

1,72

2,01

15

1,79

2,03

Média

1,77

1,99

Desvio Padrão

±0,09

±0,15

    Encontramos para a amostra avaliada uma média de 1,77 metros na primeira avaliação (14/05/2008) e de 1,99 metros na segunda avaliação (24/07/2009). Somente 3 (Três) ou 20% (vinte por cento) dos indivíduos não demonstraram melhora no desenvolvimento do teste ou seja, 12 (doze) ou 80% (oitenta por cento) dos indivíduos melhorou sua marca no teste de salto horizontal.

Conclusão

    Concluímos com este estudo comparativo que pode-se desenvolver força através de treinos periódicos, orientados por profissionais e sem a utilização de sobrecarga. Os resultados demonstram melhora significativa na força de membros inferiores de praticantes de futebol em escola de iniciação esportiva, enfatizando que este ganho se deu sem a utilização de materiais de alto custo, sendo totalmente viável à escolinhas de futebol.

Referências bibliográficas

  • BARBANTI, Valdir José. Teoria e Prática do Treinamento Esportivo. São Paulo: Edgar Blücher, 1979

  • CAVAGNA, G. A. Storage and utilization of elastic energy in skeletal muscle. Exercise Sports Science Review 15:89-129, 1997.

  • CHIMERA, N. J., SWANIK, K. A., SWANIK, C. B., STRAUB, S. J. Effects of plyometric training on muscle-activation strategies and performance in female athletes. Journal of Athletic Training. 39(1):24-31, 2004.

  • CUNHA, S. A., Universidade Estadual Paulista – Rio Claro SP Análises Biomecânicas no Futebol- Motriz, Rio Claro, v.9, n.1, p. 25 - 30, jan./abr. 2003.

  • FAIGENBAUM, Avery, WESTCOTT Wayne. Força e Potência para Atletas Jovens. São Paulo; Manole, 2001.

  • FARINATTI, Paulo de Tarso Veras. Criança e Atividade Física. Rio de Janeiro. Sprint 1995.

  • FLECK, Steven; J. KRAEMER, Willian J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular, Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda,1999.

  • FORD, H. T., PUCKETT, J. R., DRUMMOND, J. P. P., SAWYER, K. Effects of three combinations of plyometric and weight training programs on selected physical fitness test items. Perceptual and Motor Skills.10:83-100, 1983.

  • GOUBEL F. Series elastic behavior during the stretch-shortening cycle. J Appl Biomech 1997; 3:439-43.

  • GUEDES, Dartagnan Pinto, JOANA E. P.Guedes, Crescimento, composição corporal e desempenho motor de crianças e adolescentes. São Paulo, CLR Balieiro, 1997.

  • HAYWOOD, Kathleen M. GETCHELL Nancy. Desenvolvimento Motor ao Longo da Vida, Porto Alegre, Artemed, 2004.

  • KOMI PV. Stretch-shortening cycle: a powerful model to study normal and fatigued muscle. J Biomech 2000; 33:1197-206.

  • KOMI, P. V. Physiological and biomechanical correlates of muscle function effects of muscle structural and stretch-shortening cycle on force and speed. Exercise and Sport Science Review 12:81-12, 1984.

  • KUBO K, KAWAKAMI Y, FUKUNAGAT. Influence of elastic properties of tendon structures on jump performance in humans. J Appl Physiol 1999; 87:2090-6.

  • LUNDIN, P. A review of plyometric training. Journal of Strenght and Conditioning Research 7(3):69-74, 1985.

  • MATSUDO, V. K. R. Teste em ciências do esporte. 5ed. São Caetano do Sul: Gráfico Burti, 1995.

  • VIVIANI, F.; CASAGRANDE, G.; TONIUTTO, F. The morphotype in a group of peri-puberal soccer players. The Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, [S.l., s.n.], v. 33, n. 2, p. 178-183, jun. 1993.

  • WEINECK, Jurgen. Atividade Física e Esporte Para Que? São Paulo: Manole, 2003.

  • ZATSIORSKY, V.M. Ciência e prática do treinamento de força. Phorte, São Paulo; 1999.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/

revista digital · Año 14 · N° 139 | Buenos Aires, Diciembre de 2009  
© 1997-2009 Derechos reservados