efdeportes.com

Estudo do desempenho habilidoso entre meninas de 8 a 17 anos de

idade que possuem ou não a dança como componente curricular

nos estágios maturacionais na cidade de Rio Branco, Acre

Estudio de la calificación en las habilidades de niñas entre 8 y 17 años de edad que tienen o no la 

danza como componente curricular en las etapas de maduración en la ciudad de Rio Branco, Acre

 

*Professora de Educação Física da Uninorte/Acre

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Movimento da UAA-PY

**Professora da Universidade Federal do Acre

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Movimento da UAA-PY

***Professor da Universidade Federal do Acre

Doutor em Ciência do Movimento Humano

****Professor do Departamento de Educação Física da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(Brasil)

Jaqueline dos Santos Valente Barros*

jaqueline-enzo@hotmail.com

Nemeía de Oliveira Farias**

nemeiafarias@hotmail.com

Shirley Regina de Almeida Batista**

shirleiregina@hotmail.com

Erik Giuseppe Barbosa Pereira***

egiuseppe@ig.com.br

Paulo Moreira Silva Dantas****

pgdantas@terra.com.br

 

 

 

Resumo

          O espaço da dança na escola, sempre foi limitado pelas modalidades desportivas tradicionais, ora pelo espaço físico ora pela experiência dos professores com a modalidade. Essa experiência pode ser vivenciada nas aulas de Educação Física escolar por vários motivos, dentre eles: a discriminação dos gestos e movimentos; a dificuldade para se expressar; o local adequado para a realização; a formação, qualidade dos professores. A maturação juntamente com outros componentes pode influenciar na aquisição e desenvolvimento das dessas capacidades. Conforme Magill (1984), as capacidades motoras são definidas como traços inatos, relativamente permanentes e estáveis do indivíduo que embasam ou dão suporte a vários tipos de atividades ou habilidades. Desse modo o objetivo do presente trabalho foi avaliar o desempenho habilidoso de meninas de 8 a 17 anos de idade que possuem ou não a dança como componente curricular nos estágios maturacionais na cidade de Rio Branco, Acre.

          Unitermos: Desempenho habilidoso. Capacidades Motoras. Maturação. Dança na escola

 

          Pesquisa realizada dentro das normas éticas previstas na Resolução Nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 137 - Octubre de 2009

1 / 1

Introdução

    O objetivo do presente estudo foi avaliar o desempenho habilidoso de meninas de 8 a 17 anos de idade que possuem ou não a dança como componente curricular nos estágios maturacionais na cidade de Rio Branco, Acre. Para tanto, o repertório motor do ser humano passa por uma transformação fenomenal ao longo da vida. Estas mudanças ocorrem na quantidade, na complexidade e na qualidade de execução das ações motoras. Em cada idade a execução do movimento toma características significativas e a aquisição ou aparição de determinados comportamentos motores tem repercussões importantes no desenvolvimento da criança (MAGILL, 1984; GALLAHUE, 2008). Conforme o autor, as capacidades motoras são definidas como traços inatos, relativamente permanentes e estáveis do indivíduo que embasam ou dão suporte a vários tipos de atividades ou habilidades.

    Para Carvalho, citado em Conceição (2001), é possível distinguir dois tipos de capacidades motoras - capacidades perceptivo-motoras: qualidade geral do indivíduo e as capacidades de proficiência física - ligadas ao desempenho físico, consideradas de condição física. Nesse contexto, a maturação emerge como componente influenciador nas aquisições e desenvolvimentos dessas capacidades. Essa influência pode ser observada em diversos aspectos, tais como: na composição corporal, no crescimento e no desempenho motor de cada indivíduo (MALINA et al, 2004).

    Seguindo essa linha de raciocínio, Malina & Bouchard (2002) e Gallahue (2008) nos afirma que a maturação implica em um progresso a um estado de amadurecimento, onde o tempo biológico não coincide necessariamente com o calendário, esta deve ser entendida como o conjunto de mudanças biológicas que ocorrem de forma seqüencial e ordenada e que levam o individuo a atingir o estado adulto.

    Esse processo pode variar no seu ritmo e grau entre os indivíduos, independentemente de sua raça, sexo ou meio em que vivem. Assim sendo, algumas crianças podem apresentar diferenças na velocidade com que atingem a maturação propriamente dita, ou seja, dentro de um grupo de indivíduos do mesmo sexo e de mesma idade cronológica, poderá haver variações na idade biológica ou no nível de maturação atingido e, conseqüentemente, no nível do desempenho habilidoso (KLEIN, 2003; MALINA & BOUCHARD, 2002).

    Esses níveis podem ser facilmente vistos nas práticas corporais, mas precisamente nas danças, pois é nessa manifestação corporal que utiliza-se de movimentos diferente dos praticados nos jogos, lutas, esportes e ginásticas, uma vez que se observa com mais significância a forma de movimento expressivo e harmoniosos (GALLAHUE, op. cit.).

    Para Nanni (1998) a formação corporal, a qual integra os fundamentos técnicos da dança, envolvem a força, potência, flexibilidade, coordenação, equilíbrio, agilidade, resistência muscular e cardiovascular, entre outros. Trabalhadas estas capacidades físicas adequadamente, os movimentos de dança podem ser realizados repetidamente com eficiência e sem fadiga excessiva.

    Outro aspecto a ser considerado, é que através da dança pode ser desenvolvida a percepção da individualidade através da exploração do seu próprio corpo, das características e diferença do indivíduo em relação ao outro e talvez seja a manifestação corporal que mais preserve a identidade pessoal dentro da coletividade, também possibilita às crianças ampliarem suas experiências, além de trabalhar e contribuir para o desenvolvimento de diversas habilidades e capacidades físicas e motoras (GASPARI, 2002; VERDERI, 1998; CINTRA 2002).

Materiais e métodos

    A pesquisa caracteriza-se de corte transversal com cunho descritivo, foi desenvolvida com crianças e adolescentes do sexo feminino na faixa etária de 8 a 17 anos de idade. Onde o N= 163 distribuídas da seguinte forma: Grupo experimental 1 - Formado por 87 meninas entre 8 a 17 anos de idade, alunas do Colégio de Aplicação que fazem Educação Física regularmente, com duas aulas semanais com sessões de 50 a 60 minutos e que não possuem a dança como componente curricular. Grupo experimental 2 - Formado por 76 meninas entre 8 a 17 anos de idade, escolares que possuem a dança como componente curricular e que fazem aula duas vezes por semana com sessões de 50 a 60 minutos.

    Para a coleta dos dados foram utilizados a ficha de avaliação com dados pessoais e para verificar o nível de maturação sexual foi utilizado o método da auto-avaliação validado por MATSUDO, S. M. M.; MATSUDO, V. K. R (1991), onde as crianças e adolescentes verificam através de fotos ilustrativas coloridas das pranchas de TANNER os estágios em que se encontram em relação aos pêlos púbicos.

    No que diz respeito, a avaliação das capacidades motoras foram aplicados os seguintes testes: Força: o Jump Test; Coordenação: Teste de Burpee; Equilíbrio: Teste do flamingo; Flexibilidade: Teste de Sentar e Alcançar e; Agilidade: Teste de Shuttle Run.

    O tratamento estatístico atendeu à proposta básica feita no presente estudo, utilizando a estatística descritiva na tentativa de descrever os sub grupos amostrais, para se observar o comportamento da distribuição numa curva gaussiana de normalidade utilizar-se-á o teste não paramétrico Shapiro-Wilk descriminando os dados paramétricos e não- paramétricos. Os dados serão descritos através de seus valores de tendência central e seus derivados

Apresentação dos resultados e discussões

    O gráfico 1 consta os dados descritivos do número amostral e da mediana dos indivíduos que não possuem (experimental 1), e que possuem a dança (experimental 2) como componente curricular (quanto a capacidades motora: flexibilidade, nos estágios maturacionais.

Gráfico 1. Capacidade motora flexibilidade nos experimento 1 e 2 entre os estágios maturacionais

    O gráfico 2, consta os dados descritivos do número amostral e da mediana dos indivíduos que não possuem ( experimental 1), e que possuem a dança (experimental 2) como componente curricular (quanto a capacidades motora: força, nos estágios maturacionais.

Gráfico 2. Capacidade motora força nos experimento 1 e 2 entre os estágios maturacionais

    O gráfico 3, consta os dados descritivos do número amostral e da mediana dos indivíduos que não possuem (experimental 1), e que possuem a dança (experimental 2) como componente curricular (quanto a capacidades motora: agilidade, nos estágios maturacionais.

Gráfico 3. Capacidade motora agilidade nos experimento 1 e 2 entre os estágios maturacionais

    O gráfico 4, consta os dados descritivos do número amostral e da mediana dos indivíduos que não possuem (experimental 1), e que possuem a dança (experimental 2) como componente curricular (quanto a capacidades motora: equilíbrio, nos estágios maturacionais.

Gráfico 4. Capacidade motora equilíbrio nos experimento 1 e 2 entre os estágios maturacionais

    O gráfico 5, consta os dados descritivos do número amostral e da mediana dos indivíduos que não possuem (experimental 1), e que possuem a dança (experimental 2) como componente curricular (quanto a capacidades motora: coordenação, nos estágios maturacionais.

Gráfico 5. Capacidade motora coordenação nos experimento 1 e 2 entre os estágios maturacionais

    Observando o comportamento da variável flexibilidade em escolares que não possuem a dança como componente curricular exposto no gráfico 1, detectamos um aumento progressivo em P2 que se manteve em P3, diminuindo gradativamente em P4 com um pequeno aumento em P5, porém o desempenho de P4 e P5 não superou os resultados de P2 e P3. Corroborando com os resultados, a literatura (GUEDES, 1997) que teve como objetivo avaliar a flexibilidade de escolares, obteve em seus resultados, valores semelhantes aos encontrados no estudo em questão. Nas meninas, as pontuações médias são estáveis dos 5 aos 8 anos, aumentam até os 14 anos, e depois parecem atingir um platô. O aumento de flexibilidade em meninas após os 11 anos de idade, aproximadamente, coincide com o estirão adolescente para o comprimento do tronco encefálico (MALINA & BOUCHARD, 2002).

    No que diz respeito ao comportamento da variável flexibilidade em escolares que possuem a dança como componente curricular, observa-se no gráfico 1 que, de P1 para P2 houve um aumento. No entanto para P3 houve uma declínio em relação a P1 e P2. Em P4 e P5 houve um aumento da flexibilidade de acordo com o maior nível maturacional. Corroborando com a literatura quando diz que a flexibilidade é peculiar e se manifesta de forma diferente na criança, no adolescente e no adulto e tende a diminuir com o aumento da idade (LAMARI et al. 2007). Nos adolescentes especificamente diminui até a puberdade e aumenta durante a adolescência, atingindo um platô e, a seguir, volta a diminuir (ALTER, 1999; GUEDES e GUEDES, 1997). Podemos observar que escolares envolvidas na pesquisa obtiveram um aumento no nível de flexibilidade de P4 a P5, corroborando com a citação exposta, supõe-se que esse fator ocorreu devido às mesmas terem a dança como componente curricular.

    Quanto aos resultados da força no experimento1, expostos no gráfico 2, observamos um aumento considerado de P1 para P2, com uma pequena queda em P3, com um aumento em P4 e com uma evolução crescente em P5, no entanto, observamos uma grande evolução do estágio P1 para P5 reforçando sua relação com o aumento da força ligado a maior estatura e ao adiantado estado maturacional (ALONSO et al, 2005; MALINA & BOUCHARD, 2002). Corroborando com os resultados, a literatura nos diz que, conforme os indivíduos vão mudando de estágios terão melhores desempenhos na força, considerando que o instrumento aplicado na pesquisa avaliou a variável citada.

    Quanto à variável força no experimento 2 expostos no gráfico 2 , observamos um bom resultado em P1, superando os valores encontrados no experimento 1, supondo haver interferência da dança nesse resultado. Portanto houve também aumento considerado de P1 para P3, com uma estabilização em P3 e P4, com um aumento em P5, no entanto, observamos uma grande evolução do estágio P1 para P5, vale ressaltar que os valores encontrados foram parecidos quando observamos os resultados obtidos em escolares que não possuem a dança como componente curricular, como mostra no gráfico 2. Corroborando com os resultados a literatura comenta que a força demonstra um acréscimo linear nos valores à medida que os estágios vão amadurecendo (ARÊDES, 2005).

    Os estudos de Ferreira, França, Souza e Matsudo (1990) e de Bale, Mayhew, Piper, Ball e Willman (1992) reforçam a correlação positiva e significante entre o estágio de maturação biológica e o nível de desempenho motor. Porém são contrários quando observamos em outra literatura no qual encontrou aumentos lineares com a idade, em ambos os sexos, até aos 12 anos de idade em meninas. Após os 12 anos, o desempenho médio para o salto vertical em meninas americanas atinge um platô, em algum momento entre os 12 e 14 anos de idade depois diminui, enquanto o desempenho de meninas belgas melhora um pouco dos 13 aos 18 anos de idade, percebemos que esse fato é idêntico aos resultados encontrados. Conforme os indivíduos vão mudando de estágios terão melhores desempenhos na força de membros inferiores (MALINA & BOUCHARD 2002).

    Nos resultados da agilidade expostos no gráfico 3 do experimento 1, constatamos um aumento progressivo de P1 a P3, com uma pequena diminuição em P4 e uma discreta elevação em P5. Podemos afirmar que houve uma diminuição nos valores encontrados de acordo com o maior nível de maturação sexual das escolares estudadas, evidenciando melhores desempenhos. Contudo o melhor resultado encontrado foi no grupo púbere 3. Corroborando com os resultados (MALINA & BOUCHARD, op.cit), a literatura confirma que o desempenho da agilidade melhora consideravelmente em meninas dos 5 aos 8 anos de idade, e depois continua melhorando menos e com menor constância até aos 14 anos de idade. No estudo de Maia et al. (2007) mostraram que a agilidade pode ser difícil de ser melhorada com o avança da idade, mas que o exercício pode ajudar a manter os mesmos níveis com o decorrer do tempo, evitando assim maiores perdas.

    Ao analisarmos a variável agilidade no experimento 2 expostos no gráfico 3, detectamos que esta apresenta um leve acréscimo de acordo com o maior nível maturacional, pois melhorou de P1 para P2, e mesmo com estirão se manteve aumentando em P3, este acréscimo não apresenta uma grande variação entre os estágios maturacionais P3 e P4, contudo observamos uma melhora no estágio 5.

    Podemos constatar que houve uma progressão de P1 a P5, de acordo com o aumento do nível maturacional das escolares estudadas. Malina & Bouchard (idem) corrobora com os resultados encontrados, pois mostra que o desempenho na corrida do vai-e-vem, um indicador de agilidade, também melhora com a idade. Vale ressaltar que esta, é considerada como uma das capacidades mais importantes em diversas modalidades, principalmente as modalidades coletivas abertas (BARBANTI,1996; BLOOMFIELD, ACKLAND & ELLIOTT, 1994) como no caso a dança.

    Em relação ao equilíbrio exposto no gráfico 4, verificou-se através dos resultados encontrados nos estágios que, as escolares que não possuem a dança como componente curricular, tiveram uma pequena progressão de P1 para P5, com valores idênticos em P1 e P4, com um leve acréscimo em P2, P3 e P5 obtendo os mesmos resultados, evidenciando que a maturação não influenciou proporcionalmente no desempenho. De acordo com Malina & Bouchard (2002), o desempenho deveria melhorar com maior estágio maturacional, sendo melhores resultados encontrados nas meninas durante a infância, mas ambos os sexos parecem atingir um platô. A literatura sugere um período “desajeitado” durante o estirão da adolescência, que é geralmente atribuído aos diferentes momentos em que ocorrem os estirões de crescimento das extremidades inferiores e na massa muscular.

    Na análise da capacidade motora equilíbrio no experimento 2, expostos no gráfico 4, observamos que escolares obtiveram melhores desempenhos em P1 e um decréscimo de P2 a P5, observando valores idênticos em P4 e P5. Através desses resultados observamos que esta variável se encontra proporcionalmente menos desenvolvida à medida que as escolares vão atingindo nível maturacional mais adiantado.

    De acordo com a literatura o desempenho deveria melhorar com a idade, sendo melhores, em média nas meninas (MALINA & BOUCHARD, 2002) o que não ocorreu no estudo em questão. O estudo de Klein (2003) demonstra que o estirão adolescente representa aumentos significativos nos componentes antropométricos e da composição corporal e que estes são aspectos que influenciam na dinâmica do teste flamingo, pois ao alterar a estatura e o peso corporal ocorrerá à mudança do centro de gravidade, o que proporcionaria uma queda no rendimento neste teste específico.

    Para a coordenação motora exposta no gráfico 5, observamos que escolares que não possuem a dança como componente curricular no estágio 2 de maturação, obtiveram maiores desempenho nos resultados em relação a P1, P3, P4 e P5. Todavia observamos que de P1 para P2 ocorreu uma progressão e de P2 a P5 diminuirão proporcionalmente, encontrando-se menos desenvolvidas no nível de coordenação motora geral. Diferente dos resultados encontrados na pesquisa de Alonso (2005) na qual mostrou uma elevação progressiva nos valores médios até P4, estabilizando-se em P5.

    Em relação à coordenação motora no experimento 2 avaliada através do teste de Burpe, expostos no gráfico 5, observamos uma variação progressiva entre os estágios maturacionais, elevando-se de P1 para P2 e de P2 para P3, tendo uma leve queda em P4 e mantendo-se em um patamar constante em P5. Corroborando com o estudo apresentado, a literatura verificou em outra pesquisa sobre aptidão física e saúde com escolares e praticantes de dança, que as que faziam dança, possuíam esta capacidade mais aprimorada. Segundo Robertson (1988), a dança exige da aluna desenvolvimento aprimorado da coordenação, para que possa realizar mudanças rápidas de nível de direção, bem como manter o alinhamento da coluna correto durante os giros (GREGO, et al 2006).

Conclusão

    Ao avaliarmos os estágios maturacionais, percebemos que as escolares do experimento 2 se encontram discretamente com a média de idade menor em P3, P4 e P5 em relação ao experimento 1 supondo haver interferência do componente dança. Não podemos esquecer do estirão de crescimento, que no presente estudo teve quatro momentos marcantes o primeiro no estágio P3 e o segundo no estágio P4 no experimento 1, e no experimento 2 o estirão aconteceu em P2 e P4. Entendo que jovens, no momento de seu estirão de crescimento, necessitam reconhecer seu novo corpo, fase em que podem momentaneamente regredir seu desempenho.

    Em relação à flexibilidade conclui-se que o comportamento observado em ambos os experimentos 1 e 2 indicam que, a mesma não esta relacionada aos indicadores de maturação sexual. Contudo obteve-se melhores resultados no experimento 2 em P1, P2, P4 e valores iguais em P5 e menor desempenho apenas em P3.

    Já nas variáveis força, agilidade e coordenação, tanto o experimento 1 quanto o 2 tiveram uma evolução de P1 a P5 relacionando a progressão dessas capacidades motoras ao aumento da estatura, massa corporal e ao estado maturacional. Todavia obteve-se melhores desempenhos no geral no comportamento observado no experimento 2 para as três variáveis citadas, sugerindo que exista uma influência do componente dança.

    O resultado da observação da variável equilíbrio demonstrou uma forte similaridade entre os resultados encontrados em P3, P4 e P5 nos experimentos 1 e 2, tivemos um declínio em P2 no experimento 2, em contrapartida obteve-se um bom desempenho em P1 do experimento 2, superando todos os valores encontrados em ambos os experimentos, ficando evidente que esta variável não tem relação com o estado maturacional. Notou-se, portanto, que os indivíduos do experimento 2 apresentam valores superiores em P1, P3 e P4 provavelmente por estes indivíduos praticarem a dança.

Referência

  • ALONSO, L. A Relação da maturação sexual com as variáveis, dermatoglificas, somatotipicas e qualidades físicas básicas de atletas jovens de futsal (Dissertação de Mestrado). Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência da Motricidade Humana: Univ. Castelo Branco; 2005.

  • ALONSO, L. et al. Characteristics of sexual maturation, dermatoglifhics, somatotype and physical qualities in futsal young athletes. Fiep bulletin, Foz do Iguaçu, 2005.

  • ALTER MJ. Compreendendo a flexibilidade. In:____?. Alongamento para os esportes. 2a. ed. São Paulo: Manole; 1999. pt.1, p. 1- 27.

  • ARÊDES, G. S de. características somatotípicas, dermatoglíficas, maturacionais e das qualidades físicas, de jovens do sexo masculino de 10 a 14 anos. Dissertação Mestrado. Universidade Castelo Branco. Rio de Janeiro, 2005.

  • BALE, P.; MAYHEW, J.L.; PIPER, F.C.; BALL, T.E.; WILLMAN, M.K. Biological and performance variables in relation to age in male and female adolescent athletes. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, Turin, v.32, n.2, p.142-8, 1992.

  • BARBANTI, V.J. Treinamento físico: bases científicas. 3.ed. São Paulo: CLR Balieiro, 1996.

  • BLOOMFIELD, J.; ACKLAND, T.R.; ELLIOTT, B.C. Applied anatomy and biomechanics in sport. Oxford: Blackwell Scientific, 1994.

  • Conceição. Denis. Capacidades Motoras - Maio, 2001. Disponível em: Artigos Acadêmicos sobre prioridades motoras. acesso em 17 de Maio de 2009.

  • CINTRA, R. C. G. G. Educação Especial X Dança: um diálogo possível. Campo Grande: UCDB, 2002.

  • FERREIRA, M.; FRANÇA, N.M.; SOUZA, M.T.; MATSUDO, V.K.R. Comparação da aptidão física de escolares de Itaquera (zona leste São Paulo) e São Caetano do Sul. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, São Caetano do Sul, v.4, n.2, p.19-27, 1990.

  • GALLAHUE, D. Educação Física Desenvolvimentista para todas as Idades: tradução Samatiu, Adriana Elisa Inácio. 4ª. Ed. São Paulo: Phorte, 2008.

  • GASPARI, T. C. A Dança Aplicada às Tendências da Educação Física Escolar. Revista Motriz, Set/Dez 2002, Vol.8 n.3, pp. 123 – 129.

  • GREGO, L. G. et al. Aptidão física e saúde de praticantes de dança e de escolares. S a l u s v i t a, Bauru, v. 25, n. 2, p. 81-96, 2006.

  • GUEDES, D. P. GUEDES, J. E. R. P. Crescimento, composição corporal e desempenho motor de crianças e adolescentes. São Paulo: Balieiro, 1997.

  • KLEIN, C, M,O. Relação entre a dermatoglifia, as qualidades físicas e o nível maturacional de escolares adolescentes de ambos os sexos. Dissertação Mestrado. Universidade Castelo Branco. Rio de Janeiro, 2003.

  • LAMARI, N. M. et al. Flexibilidade anterior do tronco no adolecente após o pico da velocidade de crescimento em estatura. Acta ortop. bras. V.15 n. 1 São Paulo 2007.

  • MAGILL, R. A. Aprendizagem Motora: Conceitos e aplicações. São Paulo: Ed. Edgard Blucher, 1984.

  • MALINA, R. M.; BOUCHARD, C. Atividade física do atleta jovem: do crescimento à maturação. São Paulo: Rocca, 2002.

  • MALINA, R.M. et al. Maturated associated variation in the growth and functional capacities of Youth Football (soccer) Players 13-15 years. European journal of applied physiology; Vol.91 (5-6), pp. 555-562, 2004, May.

  • MAIA et al. Estudo comparativo da agilidade entre praticantes de dança de salão. SaBios: Rev. Saúde e Biol, Campo Mourão, v. 2, n. 2, p. 36-43, jul./ dez. 2007.

  • MATSUDO, S. M. M.; MATSUDO, V. K. R. Validade de auto-avaliação na determinação da maturação sexual. Revista brasileira de ciências e movimento,v. 5.n.2, p 18-35, 1991.

  • NANNI, D. Dança, educação, princípios métodos e técnicas. 2.ed. Rio de Janeiro: SPRINT, 1998.

  • ROBERTSON, K. C. Principles of dance training. In: CLARKS O N, P. M.; SKRINAR, M. Science of dance training. Champaign: Human kinetics Book, 1988.

  • VERDERI, E. B. L. P. Dança na Escola. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/

revista digital · Año 14 · N° 137 | Buenos Aires, Octubre de 2009  
© 1997-2009 Derechos reservados