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Interferencia dos patins na rotina de treino dos patinadores

artísticos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul

Interferencia de los patines en la rutina de entrenamiento de los patinadores artísticos de Santa Catarina y Río Grande do Sul

Skates interference in the trainings routine of the artistic skaters of Santa Catarina and Rio Grande do Sul

 

Laboratório de Biomecânica

Universidade do Estado de Santa Catarina - Florianópolis

(Brasil)

Ana Claudia Vieira Martins | Liliane Rachadel
George Roberts Piemontez | Leonardo de Lucca
Valdeci José Guth | Ana Carolina Silva Sousa

anakarolfisio@gmail.com



 

 

 

Resumo

          Este estudo, de natureza de natureza descritiva, tipo causal-comparativo, objetivou verificar a interferência dos patins na rotina de treino dos patinadores artísticos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Através de amostragem não-probabilística intencional, selecionou-se 62 patinadores dos referidos estados, utilizando um questionário padronizado e misto. Segundo os resultados, a maioria dos patinadores: a) é do sexo feminino, praticante há 5 anos, treina 2 a 3 vezes na semana, com duração de 2 horas, pertence a categoria livre; b) as lesões nos pés são devido ao uso dos patins, relatam dores nas coxas, pernas e coluna vertebral durante os treinos, porém não interferem no treino; c) avaliam os patins com sendo muito bons e os critérios como conforto e durabilidade são considerados na avaliação dos mesmos. Conclui-se que, os patins não proporcionam desconforto e não interferem na rotina de treino, atendendo as solicitações mecânicas e físicas exigidas pela modalidade.

          Unitermos: Patins. Patinadores artísticos. Treino.

 

Abstract

          This study, of nature of descriptive nature, causal-comparative kind, objectified verify the skates interference in the training routine of the artistic skaters of Santa Catarina and Rio Grande do Sul. Through not-probabilístic intentional sampling, it selected 62 referred state skaters, using a standardized and mixed questionnaire. According to results, most skaters: a) It belongs to the feminine sex, practitioner 5 years ago, trains 2 to 3 times in week, with duration 2 hour, Pertence the free category; b) The lesions in the feet are due to the skates use, they relate pains in the thighs, legs and spinal column during the trainings, but do not interfere in the training; c) Evaluate the skates with being very good and the criteria as comfort and durability are considered in the evaluation of the same. It concludes that, the skates do not provide discomfort and do not interfere in the training routine, attending the mechanical and physical solicitations demanded by the modality.

          Keywords: Skates. Artistic skaters. Training

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 136 - Septiembre de 2009

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Introdução

    A patinação artística é uma modalidade que alia a técnica de patinar com a expressão corporal e o acompanhamento musical. A patinação pode ser praticada como simples recreação ou como esporte cujo princípio fundamental é o equilíbrio, que só se adquire com a prática. Para King (2004, p. 244) “a patinação artística como esporte é uma combinação complexa de talento artístico e atletismo”. Na prática da patinação são usadas joelheiras, cotoveleiras e luvas de couro, para a proteção dos patinadores durante os treinos. Porém o equipamento básico da patinação artística é o patim. O patim é composto de bota, base, quatro rodas (escolhidas de acordo com o piso onde vai treinar), duas à frente e duas atrás e freio dianteiro. No Brasil não se tem conhecimento de estudos sobre os patins e o conforto proporcionado por eles, principalmente no que diz respeito à avaliação feita pelo seu usuário.

    Na patinação artística, os atletas realizam saltos, piruetas, giros, dentre outros. Nesses movimentos o peso corporal é distribuído a áreas diferentes dos patins: à parte de trás, sobre a parte da frente, no lado interno, lado externo, conforme o movimento realizado, provocando grande estresse sobre os pés de quem o pratica.

    Para Peterson e Renstrom (2002) os tecidos podem ser mais suscetíveis às lesões por uso excessivo, por fatores intrínsecos como problemas anatômicos, e por fatores extrínsecos como erros no treinamento, falha técnica, equipamento e superfícies inapropriados e falta de estrutura. Estima-se que 25 a 50% dos atletas que procuram clínicas de medicina desportiva apresentem tais lesões. Em adultos, as lesões por uso excessivo são prevalecentes após dois anos de treinamento regular diário.

    Diante disto, Borges et al. (2003) ressaltam que, quando um calçado esportivo não é apropriado para as necessidades específicas de um indivíduo, pode provocar padrões de movimento que sobrecarregam a estrutura locomotora humana” resultando em dores e lesões crônicas. Como esporte de alto rendimento, a patinação exige horas de treinamentos diários, praticando com patim pouco confortável, podendo gerar lesões aos pés do atleta e prejudicar seu desempenho. Segundo Möbus citado por Melo (1995, p. 54) a indústria nacional não dá a importância devida à engenharia de produto, dificultando a exposição no mercado nacional de calçados especializados a prática esportiva, projetados para proporcionar segurança e conforto mínimos exigidos, pois o próprio consumidor não exige.

    O calçado deve adaptar-se corretamente ao pé e suas características estar necessariamente relacionadas com o tipo de esporte e terreno em que se pratica (CRESPO E MARTÍN, 1994; GRIFKA, 1989). Após muitos anos de observação de lesões no esporte de alto nível verificou-se que as mesmas lesões ocorriam em determinados esportes. Por isso, torna-se essencial a avaliação quanto ao controle de qualidade e quanto às características particulares dos calçados já usados.

    Para a confecção de calçados, os fabricantes apresentam uma tecnologia própria variando materiais, formato e posição do sistema de solado conforme a especificidade da atividade a ser desempenhada e o nível de desempenho desejado. Essa variação dos tipos de calçados, principalmente os esportivos, consiste em atender de forma satisfatória a atividade a ser realizada pelo atleta, atentando para a proteção e integridade dos pés, e impacto sobre as articulações dos membros inferiores.

    Diante do exposto, pretende-se com este estudo, verificar a interferência dos patins na rotina de treino dos patinadores artísticos, assim como identificar os critérios utilizados para avaliar um calçado esportivo.

Metodologia

    O estudo caracterizou-se como sendo de natureza descritiva do tipo causal-comparativa, em que foram selecionados, através de amostragem não-probabilística intencional, 62 patinadores artísticos federados e não federados dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, de ambos os sexos, e com tempo de prática de patinação superior a 3 anos. O instrumento utilizado foi um questionário do tipo padronizado e misto, cujas “perguntas são apresentadas a todas as pessoas exatamente com as mesmas palavras na mesma ordem” (MARCONI & LAKATOS, 1990, p.88-99) e auto-aplicável. A testagem do instrumento foi realizada segundo critérios de Melo (2000), onde 10 acadêmicos do Curso de Educação Física testaram a CLAREZA do instrumento, obtendo ÍNDICE DE CLAREZA de 0.96. A VALIDADE de conteúdo do instrumento foi realizada após a testagem da clareza com 10 especialistas (mestres e doutores) na área da Biomecânica e da Dança, apresentando um ÍNDICE DE VALIDADE de 0.85. Após isto, foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos - CEP em 06/10/2006.

    Após prévio contato com as Federações de Patinação Artística de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os questionários foram encaminhados juntamente com termo de consentimento livre e esclarecido, e devolvidos no prazo máximo de 60 dias, dando início a tabulação e análise dos mesmos. A coleta de dados aconteceu entre os meses de outubro a dezembro de 2006. Os dados foram analisados através da estatística descritiva, freqüência simples, percentual e média.

    Para a categorização dos dados obtidos através do questionário adotou-se método de análise de conteúdo proposta por Bardin (1972), sendo que nas questões de múltipla escolha (fechadas), fez-se uma pré-categorização das respostas, quando da elaboração do instrumento de medida. Para as questões abertas utilizou-se o mesmo método, todavia com as definições das categorias durante a análise. No tratamento estatístico utilizou-se estatística descritiva: freqüência simples e percentual, média e desvio padrão.

Resultados

    Os resultados são apresentados em forma de tabelas e organizados em tópicos, segundo os objetivos específicos do estudo, para facilitar a compreensão do leitor.

    Perfil dos patinadores artísticos: neste caracterização foram analisadas: idade, sexo, as categorias que pertencem na patinação artística, o tempo de prática do esporte, bem como a freqüência semanal e tempo médio dos treinos.

    A idade média dos patinadores é de 13,41 anos, a maioria do sexo feminino, pertencente a categoria livre (17,74%) e grupo de show (14,52%), tempo médio de prática de 5 anos, frequência semanal de treino de 2 a 3 vezes, e com tempo médio de treino de 2 horas por dia.

    Interferência dos patins na rotina de treino: nesta caracterização foi analisada: índice de patinadores que responderam que o patim gera desconforto na sua rotina de treino, a interferência do desconforto gerado pelo patim no desenvolvimento dos treinos, freqüência com que ocorrem as interferências no desenvolvimento dos treinos, a partir de quanto tempo o patim começa a interferir na rotina de treinos, regiões do corpo e dos pés que os patinadores artísticos sentem dores, avaliação e critérios de avaliação dos patins segundo os patinadores.

Tabela 1. Índice de patinadores que responderam que o patim gera desconforto durante a rotina de treinos

Patim gera desconforto

f

%

Sim

9

14,52

Não

52

83,87

Não respondeu

1

1,61

Total

62

100,00

 

Tabela 2. Índice de patinadores que citaram que o desconforto gerado pelo patim interfere no desenvolvimento dos seus treinos

Desconforto interfere nos treinos

 

f

 

%

Sim

6

9,68

Não

41

66,13

Não responderam

15

24,19

Total

62

100,00

    Analisando as tabelas 1 e 2 percebe-se que para a maioria dos patinadores (83,87%) o patim não gera desconforto e consequentemente não interfere em sua rotina de treinos, e consequentemente não interfere no desenvolvimento dos seus treinos (66,13%), embora relacionem as lesões em seus pés, como bolhas e calosidades, ao uso dos patins.

    Segundo Nigg e Segesser (1992), o calçado esportivo inadequado evidencia uma ocorrência significativa tanto no número de lesões como também na queda da performance. Para tanto parece não haver relação com os patins.

Tabela 3. Freqüência com que ocorrem as interferências no desenvolvimento dos treinos

Freqüência das interferências

f

%

Diariamente

4

6,45

Semanalmente

3

4,84

Mensalmente

4

6,45

Anualmente

0

0,00

Somente durante as competições

2

3,23

Não responderam

49

79,03

Total

62

100,00

 

Tabela 4. Em que momento das atividades o patim começa a interferir no treino do patinador

Momento das atividades

f

%

No início

4

6,45

Durante

9

14,52

No fim

4

6,45

Não responderam

45

72,58

Total

62

100,00

    Na análise dos dados das tabelas 3 e 4 percebe-se que as interferências causadas pelo patim nos treinos não são muito expressivas. Sendo que a freqüência das interferências ocorre para 6,45% dos patinadores, diariamente e para o mesmo percentual de atletas as interferências ocorrem mensalmente, ocorrendo mais durante os treinos (14,52%).

Tabela 5. Índice de patinadores que responderam sentir dores no corpo

Dores no corpo

f

%

Sim

34

54,84

Não

24

38,71

Não responderam

4

6,45

Total

62

100,00

 

Tabela 6. Índice de patinadores que responderam sentir dores nos pés

Dores nos pés

f

%

Sim

23

37,09

Não

32

51,61

Não responderam

7

11,30

Total

62

100,00

    Analisando a tabela 5 percebe-se que 54,84% dos patinadores artísticos sentem dores no corpo, especificamente nas pernas (17,36%), a coluna vertebral (15,3%) e os calcanhares (11,22%). Já em relação a tabela 6, 51,61% dos patinadores não sentem dores nos pés e 37,09% relatam as dores, destacando as regiões dos antepés (13,75%) e os calcanhares (12,50%).

    O usuário além de primar pela saúde de seus pés, deve ser mais criterioso quanto à escolha e avaliação de seus calçados em relação à especificidade de suas tarefas motoras. Caso contrário terá que adaptar seus pés a calçados muitas vezes inadequados levando então ao desconforto e a lesões. O desconforto gerado pelo calçado pode gerar muitos problemas nos pés e no corpo, bem como influenciar na tarefa motora (HENNING, 1987). Um calçado inadequado pode influenciar no padrão de movimento e na saúde dos pés, podendo ainda refletir no corpo. Adaptar os pés a um calçado inadequado, leva o corpo a fazer ajustes mecânicos para realizar a tarefa (MARTINS, 2001).

Tabela 7. Avaliação do patim segundo o patinador artístico

Avaliação

f

%

Ótimo

18

29,03

Muito bom

19

30,66

Bom

22

35,47

Ruim

1

1,61

Péssimo

0

0,00

Não responderam

2

3,23

Total

62

100,00

 

Tabela 8. Critérios utilizados pelo patinador para avaliar a qualidade de um patim

Critérios

f

%1 (f/62)**

%2 (f/214)*

Preço

12

19,35

5,61

Modelo

25

40,32

11,68

Marca

19

30,66

8,88

Fôrma

10

16,13

4,67

Solado

12

19,35

5,61

Conforto

59

95,16

27,57

Durabilidade

39

62,90

18,22

Segurança

37

59,68

17,29

Material de confecção

1

1,61

0,47

Total

214

 

100,00

* Total das respostas

** Total de sujeitos

    Na tabela 7 verifica-se que 95,16% dos patinadores aprovam o patim, classificando-o com ótimo, muito bom ou bom. Apenas 1,61% dos patinadores consideram o patim como sendo ruim. E na tabela 8 percebe-se a preocupação que os patinadores têm em relação à qualidade do patim. Dentre os critérios de avaliação, são destacados o conforto (27,57%), a durabilidade (18,22%), a segurança (17,29%) e o modelo (11,68%).

    Para que se tenha um produto de qualidade é necessário que o calçado combine atributos de desenvolvimento funcional (utilidade, eficiência e facilidade de uso), com aspectos relacionados com o conforto e segurança e aspectos estéticos em consonância com as tendências da moda do momento. De acordo com os padrões de referências dos usuários para a aquisição de calçados o modelo, o preço, se ele é macio ou duro e a cor (RAMIRO et al., s.d.). Para Melo (1996) a finalidade e o local de prática de atividade são elementos importantes no momento de adquirir o calçado, independente das diversas variáveis que influenciam o consumidor. Henning (2000) salienta que o calçado deve se adequar aos tipos de superfície, bem como às características das atividades às quais se destinam, proporcionando conforto, segurança e condições favoráveis para a adequada execução dos movimentos. Além disto, os componentes físicos do calçado e fatores estéticos recebem grandes considerações, mas as pesquisas referentes às performances (desempenho do calçado) não podem ser feitas sem o “atleta no calçado”.

Conclusões

    Embora grande parte dos patinadores artísticos relatem dores no corpo e nos pés, e que estas queixas acontecem durante os treinos, os patins não geram desconforto e muito menos interferem na rotina de treino, de modo a ser avaliado como sendo um equipamento esportivo bom para sua finalidade. Além disto primam pela sua qualidade tomando como critérios de avaliação para este tipo de equipamento o conforto, a durabilidade, a segurança e o modelo, o que parece ser bem expressivo para esta prática que exije rodopios, saltos e movimentos bruscos.

    Assim sendo, os patins parecem atender as solicitações físicas e mecânicas exijidas na patinação artística, de modo que minimiza os riscos de lesões.

Referências

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  • CRESPO, M.A., MARTÍN, C. Afecciones trauméticas del deporte en los niños: lesiones por uso y esfuerzo excessivos. Archivos de medicina del deporte, Pamplona, v.11, n.42, p.135-144, abr./jul. 1994.

  • GRIFKA, J. A construção do calçado de esporte e os problemas dos pés. (Tradução e adaptação da revista Schuhtechnik+abc por Miriam S. Myllus). Tecnicouro. Novo Hamburgo. V.11, n.4, p. 52-55, jun., 1989.

  • HENNING, E.E. Aspectos médicos envolvidos na marcha. In: Médicos recomendam caminhar em vez de correr, e os resultados são os walking shoes (Larronda, J.Ed.) Tecnicouro, Novo Hamburgo, v.9, n.7, p.18-30, out. 1987.

  • HENNING, E.E. Ergonomia do pé: conceito preventivo contra o calçado inadequado. Tecnicouro. Novo Hamburgo. V.20, n.1, fev./mar. 2000.

  • KING, D. L. Salto na patinação artística. In: ZATSIORSKY, V. M. Biomecânica no esporte: performance do desempenho e prevenção de lesão. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. cap.15, p.244-254.

  • MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 2.ed., rev. e ampl. São Paulo: Atlas,, 1990.

  • MARTINS, A. C. V. Estudo das características do coturno utilizado pelo policial militar do estado de Santa Catarina. 2001. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 2001.

  • MELO, S. I. L. Um sistema para determinação do coeficiente de atrito (µ) entre calçados esportivos e pisos usando o plano inclinado. 1995. Tese (Doutorado em Ciências do Movimento Humano) – Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, 1995.

  • MELO, S.I.L. Construção e avaliação do calçado esportivo na visão de fabricantes, especialistas e usuários: um estudo de revisão. Revista da educação física, UEM. 7 (1): p. 41-52, 1996.

  • MELO, S.I.L. Validação de instrumentos. Apostila da disciplina de Metodologia Cientifica. Curso de Pós-graduação Mestrado em Ciências dos Movimento Humano. Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos (UDESC). 2000.

  • NIGG, B.M.; SEGESSER, B. Biomechanical and orthopedic concepts in sport shoe construction. Med Sci Sports Exerc, 1992.

  • PETERSON, Lars; RENSTRÖM, Per. Lesões no esporte: prevenção e tratamento. Barueri: Manole, 2002.

  • RAMIRO, J. et al. Guia de recomendaciones para el diseño del calzado. Instituto de Biomecánica de Valencia. [s.d.].

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