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Estado nutricional de universitários de 

um curso da área das Exatas e da Saúde

Estado nutricional de universitarios de um curso del área de Exactas y de Salud

 

Universidade do Extremo Sul Catarinense

UNESC

(Brasil)

Elisa Pinheiro Ferrari

Juliana Zanette Bonfante

Bárbara Regina Alvarez

elisaferrari_@hotmail.com

 

 

 

Resumo

          A prevalência da obesidade é um problema mundial que vem aumentando década a década. O estudo do estado nutricional de uma população é um excelente indicador de sua qualidade de vida, principalmente na população jovem uma vez que as condutas de saúde estabelecidas neste período tem impacto na ocorrência de doenças futuras. O objetivo deste estudo foi identificar o estado nutricional de universitários matriculados no primeiro semestre do curso de administração e de Educação Física de uma universidade privada. Metodologia: A amostra foi constituida por 81 universitários, sendo 52 do sexo masculino e 29 do sexo feminino. Desses universitários 44 são do curso de Administração, (31) do sexo masculino e (13) do sexo feminino. E 37 do curso de Educação Física, (21) do sexo masculino e (16) do sexo feminino. A classificação do IMC seguiu as orientações da WHO (1995). Para a análise dos dados foi utilizada uma análise descritiva e para comparar os grupos o teste T de student. Resultados: A média do IMC para o curso de Adm foi 23,31sexo masculino e 21,17 feminino. No curso de Ed Física o mesmo foi de 22,86 no sexo masculino e 22,31 no feminino. Conclusão: Não foram identificadas diferenças significativas quanto as médias do IMC entre os cursos. Ao Classificar o estado nutricional os academicos do curso de Adm apresentaram prevalências para baixo peso no sexo masculino e feminino e obesidade somente no sexo masculino. Enquanto na Ed Física os mesmos não foram verificados. Ao unir as categorias de sobrepeso e obesidade a prevalência observada em ambos os cursos e sexos foi alta estimulando assim o desenvolvimento de programas voltados ao atendimento e prevenção da obesidade, não só para os jovens como para outros estratos da população.

          Unitermos: Estado nutricional. Universitários

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 136 - Septiembre de 2009

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Introdução

    Nas últimas décadas a prevalência de obesidade vem aumentando de forma alarmante, sendo considerada uma verdadeira epidemia mundial, atingindo todas as faixas etárias (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1997).

    Dentre as regiões do País, a Sul apresenta as maiores prevalências de obesidade, sendo essas semelhantes e, até mesmo superiores, a países desenvolvidos (COITINHO, et al., 1991).

    Quanto maior esta prevalência de obesidade maior o estímulo para se estudar grupos populacionais mais vulneráveis ao problema, como a população universitária, a fim de levantar hipóteses relacionadas à determinação dessa patologia bem como como as condutas de saúde estabelecidas durante o período da juventude, apresentam um impacto significante na ocorrência de doenças futuras (VON et al., 2004).

    Dada a necessidade de se verificar o estado nutricional de universitários é que o presente estudo propôs identificar o estado nutricional de universitários matriculados no primeiro semestre do curso de administração e de Educação Física de uma universidade privada.

Metodologia

Tipo de pesquisa

    Pesquisa de campo com carater descritivo de corte transversal. De acordo com Cervo & Bervian (2002), a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos e fenômenos (variáveis) sem manipulá-los.

Amostra

    A amostra foi composta por 81 universitários, sendo 52 do sexo masculino e 29 do sexo feminino. A média de idade foi de 19.2 anos, variando de 17 a 35 anos, desses universitários 44 são do curso de Administração, (31) do sexo masculino e (13) do sexo feminino. Do curso de Educação Física 37 universitários, (21) do sexo masculino e (16) do sexo feminino. Todos matriculados na primeira fase do primeiro semestre de 2009 em uma universidade privada.

Instrumento de coleta de dados

    O peso e estatura foram medidos com uma balança eletrônica de marca Filizola e com uma fita antropométrica colocada numa parede sem rodapé, obtendo a medida através de um esquadro de madeira. A partir destas variáveis foi determinado o Índice de massa corporal (IMC), classificado de acordo com a organização mundial da saúde (World HEALTH ORGANIZATION, 1995).

IMC= massa corporal em kg

          (estatura em metros)²

Procedimento estatístico

    Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva e para a comparação entre as médias dos grupos foi aplicado o teste t de Student . Adotando-se um nível de significância de 5% (p<0,05). No programa estatístico SPSS.

Resultados e discussão

Tabela 1. Média e desvio padrão e nível de significância na comparação dos componentes entre os cursos e testes

Sexo Masculino

  

Admistração

Educação Fisica

 

Variáveis

n

Média

DP

N

Média

DP

P

Idade

31

19,77

3,80

21

19,67

3,15

0,8991

Estatura (cm)

31

174

6,99

21

177

7,88

0,1665

Massa Corporal (kg)

31

70,23

9,39

21

69,83

7,66

0,8669

IMC

31

23,31

3,02

21

22,86

2,76

0,5815

Sexo Feminino

Idade

13

18,15

1,14

16

19,19

4,23

4,23

Estatura (cm)

13

163

6.65

16

162

4,5

4,5

Massa Corporal (kg)

13

56,83

9,91

16

57,83

8,03

8,03

IMC

13

21,17

3,37

16

22,31

2,57

2,57

    Ao analisar a tabela 1 verifica-se que não houve diferenças quanto a média das variáveis pesquisadas para ambos os cursos, de adminstração e Educação Física.

Tabela 2. Classificação índice de massa corporal de acordo com o curso e o sexo

Sexo Masculino

IMC

Administração

Educação Física

Baixo Peso

6,5%

----

Peso normal

61,3%

71,4%

Sobrepeso

29%

28,6%

Obesidade

3,2%

----

Sexo Feminino

IMC

Administração

Educação Física

Baixo Peso

15,4%

---

Peso normal

69,2%

75%

Sobrepeso

15,4%

25%

Obesidade

---

---

    Entretanto ao classificar o estado nutricional de acordo com o curso e o sexo, observa-se uma prevelência semelhante de individuos classificados com peso normal e sobrepeso para ambos os cursos. Porém as prevalências de baixo peso e obesidade só foram verificadas no curso de admistração para o sexo masculino.

    No sexo feminino também não foram encontradas diferenças estatísticas quanto ao peso normal e sobrepeso para ambos os grupos, porém a exemplo do sexo masculino somente o grupo matriculado no curso de Administração é que apresentou uma prevalência de baixo peso. Com relação a obesidade a mesma não foi observada no sexo feminino.

    Ao se estratificar por sexo, pode-se observar que a prevalência de sobrepeso e obesidade foi maior entre os homens em relação as mulheres assim como o baixo peso foi mais evidenciado nas mulheres nos dois cursos pesquisados (p< 0,05). Loch et al. (2006) ao analisarem uma população composta por universitários com idade entre 17 a 29 anos, também verificou uma maior prevalência de baixo peso para o sexo feminino 8,9% em relação ao sexo masculino 1,9% enquanto que a prevalência de obesidade só foi identificada entre os homens ( 2,5%). Em estudos epidemiológicos realizados em países com economia de mercado estabelecida, a prevalência da obesidade parece ser maior nos homens do que nas mulheres (SEIDELL, 1997). Esta maior prevalência de baixo peso para o sexo feminino justifica-se pelo padrão de beleza imposto atualmente pela sociedade, que preconiza corpos cada vez mais magros para o sexo feminino.

    Ao somar a prevalência de sobrepeso e obesidade encontradas neste estudo tanto para o sexo masculino do curso de Administração 32,2% e Educação Física 28,6% quanto para o feminino 15,4% Adm e 25% Ed física. Pode- se constatar que as mesmas estão superiores a outros estudos como o proposto por Moraes (2000), o qual encontrou índices de sobrepeso somados à obesidade de 16,4%. Matias (2008) verificou prevalências de 20,31 para o sexo masculino e 6,29% para o sexo feminino. O que é preocupante devido a tendência em se manter os hábitos adquiridos na juventude com o passar dos anos (MALINA, 1991). Dessa forma a obesidade uma vez caracterizada pode perdurar ao longo do tempo.

Conclusão

    Considerando os resultados encontrados quanto ao estado nutricional dos acadêmicos pesquisados, pode –se concluir que independende da aréa de conhecimento do curso, os universitários de ambos os sexos foram classificados na sua maioria com peso normal, ou seja, na faixa recomendável para a saúde. Entretanto as prevalências encontradas com relação ao sobrepeso e obesidade reportam a necessidade da elaboração de estratégias de combate a obesidade centralizadas em medidas de prevenção. Uma vez que são conhecidos os fatores de risco a saúde advindos da obesidade, como desenvolvimento de doenças crônicas dentre outros.

    Sugerem-se a elaboração de mais estudos que abordem a influência de outros fatores como, idade, nível socioeconômico, escolaridade dos pais, dentre outros, no estado nutricional por meio do IMC da populaçao em questão, a fim de propor subsídios para a implantação de programas da promoção da saúde dirigidos a população universitária.

Referencias

  • CERVO, AL.; BERVIAN, P. A metodologia cientifica. 5ª ed, São Paulo: Person Prentice hall, 2006 p 72 e 73.

  • COITINHO, DC.; LEÃO, M.M.; RECINE, E.; SICHIERI, R. Condições nutricionais da população brasileira: adultos e idosos. Brasília, 1991.(Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, MS/INAN).

  • LOCH, MR.; KONRAD , LM.; SANTOS DOS PD.; NAHAS MV. Perfil da aptidão física relacionada à saúde de universitários da educação física curricular. Rev. Bras.Cineantropom. Desempenho Hum. 8(1):64-71, 2006

  • MALINA, RM.; BOUCHARD, C. Growth, maturation and physical activity. New York, Versa Press, 1991.

  • MATIAS,W. Nível de atividade física e composição corporal referenciada no IMC de universitários da UESB-Jequié/BA. Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 124 - Setiembre de 2008.

  • MORAES, SA de. Fatores de Risco para Doenças Crônicas nãoTransmissíveis, entre alunos de enfermagem de Ribeirão Preto-Brasil.Publica / Pan Am J Public Health 16(5), 2004.

  • SEIDELL, JC. Assessing obesity: classification and epidemiology. British Medical Bulletin, 53, p.238-252, 1997.

  • VON, AHD.; EBERT, S.; NGAMVITROJ A, PARK N, KANG DH. Predictors of health behaviours in college students. J Adv Nurs. 48(5):463-74, 2004.

  • World Health Organization. WHO Expert Committee on Physical Status: The use and interpretation of anthropometry physical status. Geneva: World Health Organization; (WHO Technical Report Series, v. 854), 1995.

  • World Health Organization. Obesity. Preventing and managing the global epidemic: Report of WHO consultation group on obesity. Geneva: WHO; 1997. composition assumptions across ethnic groups: practical consequences. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 4:377-83, 2001.

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