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A importância do jogo, utilizando materiais alternativos

La importancia del juego, utilizando materiales alternativos

 

Graduado em Educação Física pelo

Centro Universitario Adventista de São Paulo

(Brasil)

William Douglas dos Santos de Maria

wilunasp_7@yahoo.com.br

 

 

 

Resumo

          Alguns autores já se preocuparam em escrever sobre a importância do jogo na escola. Aqui neste trabalho procuro escrever algo que vai alem do jogo que é jogar com prazer e usar materiais alternativos que possam possibilitar ao educando um pensar mais amplo sobre o jogo e sua contribuição na formação do mesmo. Ao trabalharmos o conteúdo, jogos com bolas nos pés tentamos mostrar a importância de ter prazer no jogo e realizamos um campeonato onde todos participaram construindo assim os prêmios com materiais alternativos. O resultado de tudo foi uma maior compreensão e uma participação afetiva de todos na aula de Educação Física.

          Unitermos: Educação Física. Jogos. Materiais alternativos

 

Abstract

          Some authors already have made every effort to write about the importance of the game at school. Here in this work try to write something that goes beyond the game that is playing with pleasure and alternative building materials that can enable the learner a broader thinking about the game and his contribution in shaping the same. When the work content, games with balls on the feet, we try to show the importance of taking pleasure in the game and a league where we all participated in the awards as building material alternative. The result of all was a greater understanding of affective and participation in all class of Physical Education.

          Keywords: Physical Education. Games. Alternative materials

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 134 - Julio de 2009

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O jogo

    Ao nos depararmos com a intrigante forma de se pensar o jogo, precisamos quem sabe, procurarmos a origem de todo esse questionamento sobre a forma de se realizar e pensar o jogo na Educação Física Escolar. O jogo tem sido de uma forma ou outra algo típico na vida do homem mas, muito se tem falado do jogo. Segundo FREIRE (1997, p.173) o jogo é uma atividade que se distingue das outras pela polarização na direção do próprio sujeito.

    O ato de jogar é o motivador de aprendizagem no âmbito escolar se fosse posto de forma competente e que culminasse como referencia de orientação para a vida, como coloca FREINET (1974) estudiosos do fenômeno do jogo comentam que à medida que a criança vai crescendo o jogo se torna mais real em sua vida, ao chegarem entre os 6/7 anos e se mostrarem razoavelmente sociabilizadas no meio, elas mesmas definirão o papel do jogo em suas vidas, assim colocando em pratica tudo aquilo que aprendeu no momento de assimilação de sua vida. A se tivéssemos um olhar mais aberto para enxergarmos como o jogo tem influencia na nossa vida, colocaríamos como conteúdo curricular nas nossas escolas, ao comentar CHATEAU (1987) que o jogo, desenvolve as possibilidades que emergem de sua estrutura particular, concretiza as potencialidades virtuais que afloram sucessivamente a superfície do seu ser, assimila-as e as desenvolve, une-as e as combina, coordena seu ser e lhes da vigor.

    CAILLOIS (1990) ao comentar que o jogo e arte é algo que nasce de um acréscimo de energia vital, de que o homem e a criança não necessitam para sua satisfação imediata e que utilizam para a imitação gratuita e divertimento de comportamentos reais. Seja adulto ou criança quando joga ou está no jogo ela mesma transfere todo o real para dentro do jogo assim vivendo o real aquilo que é vivido no jogo acaba sendo o aprendizado que Caillois chamou de: a construção da cultura humana.

    Podemos ser um pouco mais categóricos em dizer que o jogo em si trás uma bagagem civilizacional e que é pelo jogo que também a civilização se desenvolve como afirma HUIZINGA, (1999) é no jogo que e pelo jogo que a civilização se desenvolve. Isso pode e é motivador porque aqui vemos o quanto nos trás de reflexões sobre o jogo uma delas é que o jogo tem seriedade e ao mesmo tempo ele pode ser um causador de desordem no meio em que se está jogando, pode ser na rua, empresa, casa, escola etc. assim nos deparamos com tais afirmações de que o jogo pode ser um veiculo de profanação, porque ele instiga o descumprimento de algo que está imposto por uma instituição o algo desse gênero, podemos afirmar que o jogo pode ser um veiculo de propagação de aspectos morais, sociais, estéticos, racionais dentre outros, e assim mesmo acaba sendo ignorado a riqueza pedagógica do mesmo no ambiente escolar como afirma FREIRE (1997).

    Ao analisarmos uma criança brincando de pular corda, no nosso parecer uma brincadeira simples e divertida, mas que tem uma complexidade enorme desde que seja dirigida como forma de aprendizagem, também tem sua desordem, mas sendo dirigida ela vai caminhando para o fim que é a aprendizagem, a intenção nossa aqui não é nos opor a tais conteúdos, é que esse conteúdo fosse posto em pratica poderíamos aprender português pulando corda, aprenderíamos matemática pulando amarelinha, etc. a escola poderia ser um lugar prazeroso de estar e não um lugar que os educando estão forçados a estar, talvez simplesmente porque seus pais o impõem. No jogo FREIRE ( 1997) coloca que não podemos nos entregar a algo que já está assimilado, basta se deixar levar, usufruindo o prazer que toda ação proporciona, esse prazer que Freire tem falado é o momento que o educando domina as habilidades superadas, ou seja, apreendidas com a repetição dentro do próprio jogo. O jogo te proporciona vivenciar aquilo que já foi feito, mantendo e aperfeiçoando, esse momento é que o educando se deparara com um desafio, ou seja, momento de superação colocada pelo jogo e que faz com que ele se auto avalie e tente algo mais, isso já se constitui um jogo o simples pensar de ir mais longe e acreditar que pode atingir um novo patamar, FREIRE (1997) acaba dizendo, o jogo um dos mais instigantes que podemos viver.

    Por meio dos jogos, a educação física pode ensinar muito mais do que gestos, técnicas, táticas e outras habilidades especificas. Em nossos dias, deve promover e aperfeiçoar as “habilidades humanas essenciais” (BROTO, 1999)

Metodologia

    O estudo teve como participantes 31 estudantes da 8 série do Colégio Adventista de Campo Mourão durante o 1 bimestre, tal estudo se baseou em torno dos jogos com bolas nos pés, sendo que trabalhamos tal conteúdo em sala de aula com uma pesquisa sobre os jogos com bolas nos pés, daí então começamos um tabalho prático que consistia em conhecer os jogos com bolas nos pés, os materiais que foram utilizados neste trabalho foram, garrafas pet, isopor, papelão, cordão e bola.

    Tal estudo teve como objetivo ver a impotancia do jogo entre os estudantes, e os materiais alternativos, pois tivemos a oportunidade de trabalhar dentro da sala de aula e na quadra, sendo que fomos para quadra e oportunizamos a todos vivenciarem o jogo com bolas nos pés. Realizamos pequenos jogos, rugby, futvolei, futebol e outros jogos adptados que envolvia bola com os pés, daí então que ao termino do conteúdo realizamos um um mini-campeonato onde tivemos a participação de todos os estudantes, desde a confeçção dos premios até a premiação. Foi interessante ver os estudantes prepararam os prêmios para os jogos, a satisfação dos mesmos, WHITE (1996), comenta que poderiamos suscitar as altas e nobres faculdades mentais de nossos estudantes, variando a maneira de instrui-los na formação mental.

Aplicação

    Dividimos os estudantes por sexo então demos o trabalho, que era confeccionar 9 medalhas, sendo 3 de ouro, 3 de prata, 3 de bronze e um troféu tudo com materiais alternativos, depois na aula seguinte dividimos a quadra em 6 quadras pequenas, daí então tivemos os jogos feminino e masculino, sendo todos simultaneamente, conseguimos em 40 minutos de aulas realizar os todos os jogos de uma forma animada e cooperativa, também conseguimos premia-los com os prêmios feitos pelos próprios alunos com materiais alternativos. Conseguimos ver a satisfação de todos os estudantes na hora da entrega dos prêmios.

Resultado e discussão

    Em primeiro momento tivemos a oportunidade de instigar a criatividade dos estudantes em confeccionar os prêmios entregues a todos, andando pelo corredor da escola olhávamos os estudantes correndo atrás dos materiais, perguntando uns para os outros como deveriam confeccionar. O jogo, porém, não tem seus estudos limitados apenas a esse grande inventário de características elucidadas por HUIZINGA (1999). O jogo pode proporcionar o estudante ir mais além dos seus limites, ou seja, trabalhar um contexto jogo fora do jogo assim priorizando criatividade o pensar do jogo

    Ao nos deparar-mos com o jogo que realizamos no colégio, sentimos que ao limitarmos estudantes eles se tornam dependentes de nós por isso que, FREIRE (1997) relata que o jogo não representa só o vivido, ele também prepara para o devir, foi então que ao realizarmos este projeto conseguimos conciliar o jogo e o trabalho manual envolvendo os materiais alternativos, pudemos ver que no preparo do premios os estudantes ficaram empolgados para a disputa e para ganhar o premios feito por eles.

    No contexto escolar o jogo proposto com forma de ensinar conteúdos eles se aproximam muito do trabalho, isso nos deixou intrigados, como poderiamos aproximar o jogo da vida real dos estudantes, assim transformando em um instrumento pedagógico que os leve a pensar em uma resposta para as indagações encontradas no meio em que vivem

    Essas considerações são necessárias para que as atividades de Educação Física não sejam entendidas, especialmente quando se trata de jogos, como algo descomprometido com a formação do aluno para cumprir seu papel social de criança e, mais tarde, de adulto. (FREIRE, 1997. p. 1)

    Ao realizar esse projeto na escola instigamos os estudantes a pensarem no por vir, ou seja, na formação do mesmo, é uma caracteristica que o jogo propoem para o individuo desde que naum ultrapasse seus limites, daí quando o jogo deixa de ser o jogo propriamente dito. Para Huizinga (1999) a frivolidade e o êxtase são os dois pólos que limitam o âmbito do jogo. Logo, se o jogador extrapola o êxtase (prazer, a emoção, o deslumbre), deixa de jogar; o mesmo acontece se encara o jogo com desprezo (frivolidade). Ai então que entra o papel do facilitador (professor) que é transformar o jogo de uma aparente desordem para a ordem que são estabelecidas pelas a regras quer sejam implicitas ou flexiveis mas que de uma forma ou outra os estudantes conhecem sobre as regras e sua implicações caso sejam descumpridas, foi então que o projeto pode ter manifestações de comportamentos disciplinados e não foi descaracterizado do seu contexto de ensino aprendizagem, Vygotsky (2006) salienta que as relações das pessoas com o mundo não se mantêm emequilíbrio por alguma razãonatural, que elas precisam criar, tomar iniciativas, construirsuas relações com o mundo social.

Considerações finais

    Ao concluirmos esse trabalho, algumas indagações ficam em nosso pensamento a complexidade do jogo nos faz questionar a nossa pedagogia da aprendizagem, ou seja, como poderíamos criar no estudante uma autonomia em que ele demonstrasse isso na vida futura. Eis aqui uma resposta para os apaixonados pela complexidade do jogo, ao realizar o projeto pude ver a empolgação dos estudantes e a autonomia que eles tiveram desde a fabricação dos prêmios até a participação dos mesmos, e ainda (WHITE 2008) podem ser instruidos em ramos literarios, mas tinham de ser exercitados também em algum oficio. Isso era julgado parte indispensavel de sua educação. Não poderia deixar de terminar com um texto de um questionador do jogo e que tive a oportunidade de ler e aprender muito sobre seu trabalho sobre o jogo e suas emplicações no ambiente escolar, foi com essa proposta que tive a oportunidade de realizar esse projeto com os estudantes e tentar mostrar um pouco sobre as facetas do jogo na vida dos estudantes e de como ele pode preparar o individuo para a vida futura, desde que seja trabalhado da forma em que possa possibilitar ao educando um censo crítico, eis o texto

    A relutância em conhecer o caráter pedagógico do jogo, especialmente quando aplicado a crianças, só se justifica pela crença – fundamentada mais na tradição do que na ciência – de que o conhecimento significativo é apenas aquele que a escola reconhece como tal. Esse conhecimento refere-se a um numero limitado de conteúdo disciplinares, geralmente mais identificados com informações que com conhecimento práticos. De modo geral, são informações a respeito de matemática, português e ciências, dentre outras disciplinas, e não compreensões, processos, tomadas de consciência e respeito das produções da filosofia e da ciência. (FREIRE, 2003. p. 167)

Referências bibliograficas

  • BROTTO, F. Jogos Cooperativos: Se o Importante é Competir, Fundamental é Cooperar. São Paulo, O autor, 1995.

  • CAILLOIS, ROGER. Os jogos e os homens: a máscara e a vertigem. Lisboa: Cotovia, 1990.

  • CHATEAU, JEAN. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987.

  • FREIRE, J. B.; SCAGLIA, A. J. Educação como Prática Corporal. São Paulo: Scipione, 2003.

  • FREIRE, JOÃO. Educação de Corpo Inteiro. São Paulo: Scipicione.

  • FREINET, CELESTIN. O jornal Escolar. Lisboa: Estampa, 1974.

  • HUIZINGA, JOHAN. Homo Ludens: São Paulo: Perspectiva, 1999.

  • VYGOTSKY, L. La imaginacion e el arte em la infância. México: Hispânicos, 2006.

  • WHITE, ELLEN. Mente Carater e Personalidade. V.1.Tatui: Cpb, 1996

  • WHITE, ELLEN. Conselho aos pais, professores e estudantes.Tatui: Cpb, 2008.

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