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A postura adotada no trabalho com a 

hidroponia: contribuições da ergonomia

 

*Doutoranda em Engenharia da Produção

Professora de Educação Física. Universidade Federal de Santa Catarina

Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção - Ergonomia

**Doutor em Engenharia da Produção

Professor da Universidade Federal de Santa Catarina

Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção - Ergonomia

Clarissa Stefani Teixeira

clastefani@gmail.com

Eugenio Andrés Díaz Merino

merino@deps.ufsc.br

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          Atualmente, uma das atividades que ganham espaços, principalmente nas grandes cidades é a hidroponia. Essse sistema de trabalho em princípio apresenta menos problemas quando comparado ao realizado em terra, como por exemplo a postura adotada frente às bancadas que é diferente da flexão realizada para trabalhar na terra. Porém, a literatura existente sobre a ergonomia e as atividades de hidroponia ainda são escassas. Logo, esse estudo buscou investigar a postura do trabalhador e relacionar a estatura e as dimensões da bancada de trabalho da hidroponia. Os resultados encontrados indicam valores angulares de tronco no plano sagital de 27,43 ± 0,51° e no plano frontal foram de 17,93 ± 0,70°. Esses valores, que se sobresaem quando comparados a outras atividades, podem estar relacionados a baixa estatura do trabalhador (1,56 m) assim como as dimensões das bancadas que apresentaram valores de 88,69 ± 8,87 cm de altura e 0,75 cm de profundidade, levando em consideração a possibilidade de contorno na bancada para a colheita. A ergonomia, como contribuição para as condições de trabalho, pode sugerir adequações para essas dimensões, principalmente na profundidade da bancada, visando menores prejuízos físicos, relacionados principalmente à saúde, no que tange as relações com os movimentos da coluna vertebral. Soluções simples, rápidas e de baixo custo também são contribuições fornecidas pela ergonomia e auxiliam na melhoria das condições de trabalho.

          Unitermos: Hidroponia. Trabalho. Ergonomia

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 132 - Mayo de 2009

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Introdução

    A hidroponia é uma técnica de cultivo sem solo desenvolvida sob cultivo protegido (TÁVORA e MELO, 2004). Segundo Santos et al. (2008) dá-se o nome de cultivos hidropônicos àqueles em que a nutrição das plantas é feita por meio de uma solução aquosa que contém todos os elementos essenciais ao crescimento em quantidades e proporções definidas e isenta de quantidades elevadas de elementos potencialmente tóxicos.

    No Brasil, as técnicas de hidroponia são recentes, porém, segundo Santos et al. (2008) há uma rápida expansão principalmente nos grandes centros urbanos, onde as terras agricultáveis são escassas e caras e onde há grande demanda por produtos hortícolas.

    Zambrosi e Furlani (2006) realizaram comparações com o sistema convencional (cultivo no solo). Segundo os autores os destaques para o cultivo hiropônico são relacionados às vantagens de maior produtividade, produção durante o ano inteiro, produtos mais limpos e de melhor qualidade, obtenção de melhores preços pelo produto colhido, menor necessidade de mão de obra e maior eficiencia no uso da água e nutrientes.

    Mesmo que os autores indiquem que esse sistema proporcione melhores condiçoes ergonomicas na produção, os estudos relacionados à análise ergonômica do trabalho e seus fatores associados ainda são escassos. Na literatura, há uma predominância em se vislumbrar questões relacionadas ao próprio produto cultivado (GERVÁSIO, CARVALHO e SANTANA, 2000; SANTOS et al., 2005; SOARES et al., 2007), esquecendo do trabalhador, que dedica suas horas para que o mesmo seja produzido.

    Furlani et al. (2008) relacionando a ergonomia e as bancadas ou mesas de cultivo indicam que as dimensões normalmente obedecem a certos padrões, que podem variar de acordo com a espécie vegetal e com o tipo de canal utilizado. No caso de hortaliças de folhas a altura e largura da bancada variam de acordo com a espécie vegetal sendo de até 1 (um) metro de altura e dois metros de largura. Segundo os mesmos autores essas dimensões são suficientes para uma pessoa trabalhar de maneira confortável nos dois lados da mesa facilitando as operações de transplante, os tratamentos fitossanitários quando necessários, os tratos culturais, a colheita e a limpeza da mesa.

    Mesmo com essas considerações, os autores relacionados à ergonomia indicam para o trabalho leve, como no caso da hidroponia com hortaliças, medidas de bancadas de 90-95 cm para os homens e 85-90 cm para as mulheres (IIDA, 2005). Além disso, há necessidade de investigações relacionadas as áreas de alvance assim como a estatura do trabalhador que irá realizar a manipulação dos produtos, durante todas as fases e suas consequencias para o trabalhador com a adoção das posturas de trabalho. Logo, este estudo buscou investigar a postura do trabalhador e relacionar a estatura e as dimensões da bancada de trabalho da hidroponia.

Metodologia

    Este estudo caracteriza-se como um estudo descritivo-exploratório, de corte transversal, no qual foi realizado um levantamento de informações ainda pouco investigadas em uma determinada população, por meio de um estudo de caso (THOMAS e NELSON, 2002).

    Para a realização desse estudo foi avaliado um produtor de hortaliças do sistema de cultivo de hidropônia da região de Florianópolis. Como na região avaliada havia apenas três produtores que fornecem seus produtos ao mercado, a escolha se deu por meio de sorteio. O produtor avaliado realizava um trabalho de sete meses com a hidroponia.

    Para realização das investigações o local de trabalho foi visitado, no qual foram avaliados:

  1. Dimensões das bancadas de trabalho (altura, comprimento, profundidade);

  2. Estatura do produtor envolvido com o processo de trabalho;

  3. Postura durante as atividades de colheita.

    As avaliações das dimensões e dados antropométricos de estatura foram realizadas com uma fita métrica com resolução de um milímetro, conforme indicações de Silva et al. (2006), por medidas diretas.

    As avaliações de postura do trabalhador durante a atividade de colheita nas bancadas foram realizadas por meio do Software para Análise Postural (SAPO) desenvolvido por Duarte et al. (2006). Para a coleta de dados utilizou-se uma câmera fotográfica (Canon s3is, 6 megapixel, 6.0-72mm).

    Foram avaliadas duas situações de colheita relacionadas a posição do tronco no sentido ântero-posterior e médio-lateral:

  1. No sentido ântero-posterior a posição do tronco foi avaliada com visão sagital. Para tanto a câmera foi posicionada perpendicularmente ao plano sagital direito do trabalhador a fim de preconizar a visualização dos pontos anatômicos: sétima vértebra cervical (C7) e segunda vértebra sacral (S2) para a obtenção do ângulo.

  2. No sendido látero-lateral a posição do tronco foi avaliada com uma visão posterior do indivíduo, estando a câmera posicionada perpendicularmente ao plano frontal. Para a análise do ângulo foram considerados os pontos anatômicos da sétima vértebra cervical (C7) e segunda vértebra sacral (S2).

    A marcação dos pontos anatômicos foram realizadas conforme procedimentos de Yi et al. (2008). A Figura 1 ilustra os pontos utilizados para a identificação dos ângulos, conforme indicações de Rodacki et al. (2006), no plano sagital e frontal, respectivamente.

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Figura 1. Pontos utilizados para a identificação do ângulo

do tronco no plano sagital e frontal, respectivamente

    A análise das fotografias obedeceu à seguinte seqüência: abertura da foto, zoom de 200%, calibração da imagem a partir das medidas previamente definidas no local de trabalho no sentido vertical e horizontal. No programa, para a obtenção dos ângulos do tronco, são indicados os centros articulares. Para as análises do ângulo do tronco, tanto no plano sagital quanto no plano frontal, foi considerada a sétima cervical com sendo o vértice do ângulo. Para efeito de análise as angulações máximas encontradas no desenvolvimento de trabalho foram consideradas.

    Foram realizadas três avaliações ângulares para cada postura, sendo desenvolvida uma estatística descritiva por meio da média, desvio padrão, valores máximos e mínimos para as variáveis contínuas.

Resultados

    No local de trabalho foram identificadas 11 bancadas de trabalho (sendo a menor utilizada para as sementes e a maior para a transposição das sementes até as bancadas definitivas), dispostas assim como ilustra a Figura 2, com enquadramento no sistema Nutriente Film Technique (NFT) composto basicamente de tanques de solução nutritiva, de um sistema de bombeamento, dos canais de cultivo e de sistema de retorno ao tanque, onde a solução nutritiva é bombeada aos canais e escoa formando uma fina lâmina de solução que irriga as raízes (FURLANI et al., 2008; ZAMBROZI e FURLANI, 2008). Os produtos cultivados pelo produtor foram hortaliças do tipo: alface, rúcula e agrião.

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Figura 2. Disposição das bancadas de trabalho com a hidroponia

    O sistema de trabalho consiste basicamente em quatro etapas. A primeira é a separação e plantio das sementes que são posicionadas em uma espuma fenólica. A segunda etapa é composta pela transferência das mudas para a mesa intermediária (maior) e, na sequência, que caracteriza-se como a terceira etapa, a transferência para a mesa definitiva, que é onde as hortaliças serão colhidas (quarta etapa). A duração de cada etapa varia em 15 dias, sendo que o tempo da separação e plantio de sementes até a colheita é de aproximadamente 45 a 50 dias.

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Figura 3. Cultivo em hidroponia

    Para as dimensões da bancada, de acordo com as medições relacionadas, foram encontrados valores de 88,69 ± 8,87 cm de altura, com valores mínimos de 75 cm e máximos de 103 cm, assim como ilustra a Figura 4. As nove bancadas utilizadas para o cultivo final (quarta etapa) apresentaram valores de 150 cm de profundidade e seis metros de comprimento (Figura 4).

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Figura 4. Dimensões da bancadas de trabalho na hidroponia

    Para a colheita a bancada é contornada de forma a retirar todos as hortaliças. Segundo análise e relatos do hidrocultor, as hortaliças são retiradas no sentido extremidade-centro, uma vez que fica mais fácil, facilita a retirada e há menor probabilidade de prejuízos às folhas em função do contato com o corpo do trabalhador.

    A Tabela 1 ilustra os valores angulares do tronco no pano sagital e frontal. A estatura corporal do trabalhador foi de 1,56 m.

 

Plano

Valores (°)

Média

Desvio padrão

Sagital

coluna

27,43

0,51

Frontal

coluna

17,93

0,70

Discussão

    Esse estudo buscou investigar a postura do trabalhador e relacionar a estatura e as dimensões da bancada de trabalho da hidroponia. De acordo com os resultados encontrados observou-se que as dimensões de altura são diferenciadas e variam de bancada para bancada (Figura 1). As diferenças entre as extremidades já foram evidencidas em trabalhos como o da maricultura, que mostrou diferenças de 6 cm entre a extremidade direita e a esquerda (TEIXEIRA, LÓPEZ e MERINO, 2008). No caso da das atividades desenvolvidas com a hidroponia, Furlani et al. (2008) indicam desníveis da mesa entre 2 e 4%, principalmente para bancadas muito extensas instaladas em terreno plano.

    Mesmo que haja indicações, pelos mesmos autores, de que as bancadas não sejam muito baixas, uma vez que pode haver contaminação com o solo, as dimensões ergonômicas recomendadas pela literatura devem ser levadas em considerações quando os ambientes são projetados. Segundo Iida (2005) para o trabalho leve, como no caso da hidroponia com hortaliças, as medidas de bancadas deveriam contemplar de 90-95 cm para os homens e 85-90 cm para as mulheres. No presente estudo, o trabalho é realizado apenas pelo indivíduo do gênero masculino, porém as dimensões encontradas relacionam-se mais com o trabalho das mulheres, uma vez que os valores foram de 88,69 ± 8,87 cm de altura. No entanto, a estatura do trabalhador deve ser levada em consideração para a projeção das bancadas, pois assim como indicam Silva et al. (2006) as medidas antropométricas de um trabalhador servem para adequar os meios de produção quando se utiliza qualquer ferramenta ou instrumento. O ideal seria que o dimensionamento de postos de trabalho e/ou ferramentas e equipamentos fossem desenvolvidos individualmente, para atender às características de cada trabalhador. Porém, na prática seria inviável estas indicações principalmente em função das condições econômicas.

    Dessa forma, na maioria dos casos os levantamentos antropométricos são realizados para atender as faixas da população, podendo ser realizados também para o tipo médio, indivíduos extremos e um indivíduo especificamente. No caso do presente estudo, a estatura do trabalhador que manipula as etapas do cultivo foi de 1,56 m, o que indica um percentil de 5%, segundo indicações de Iida (2005) e Silva et al. (2005). Uma alternativa a ser utilizada para o dimensionamento de bancadas fixas, segundo Iida (2005) seria relacionar as medidas aos trabalhadores mais altos e se utilizar de um estrado com altura de até 20 cm. Porém, como a bancada tem uma dimensão de 6 m e essas por vezes estã posicionadas em terrenos irregulares, deve-se ter muito cuidado para sua utilização. O mesmo autor indica que a superfície de bancada deve ficar de 5 a 10 cm abaixo da altura dos cotovelos (medida com o indivíduo na posição ortostática, da altura do cotovelo até o solo).

    Além dessas considerações, a profundidade das bancadas deve ser considerada para a realização da atividade, principalmente no que tange a as áreas de alcance. Furlani et al. (2008) indicam valores de dois metros para uma pessoa trabalhar de maneira confortável nos dois lados da mesa facilitando as operações. Porém, essa dimensão pode prejudicar indivíduos de menor estatura e consequentemente com menores dimensões de membros superiores, uma vez que, necessitarão de inclinações de tronco para realizar o trabalho.

    Segundo Silva et al. (2006) quando as dimensões dos postos de trabalho encontram-se fora das recomendações da literatura o trabalhador é forçado a adotar posturas de trabalho inadequadas, podendo acarretar danos à sua saúde.

    No caso da hidroponia, mesmo que não se aplique muita força para retirar as plantas dos canais de cultivo, foram identificadas inclinações de de 27,43 ± 0,51° no plano sagital e de 17,93 ± 0,70° no plano frontal. Esses valores são relativamente maiores quando comparando a outras atividades, como por exemplo no estudo de Finsen, Christensen e Bakke (1998) e Klein et al., (2006) que avaliaram dentistas. Os valores da posição do tronco foram 20° em 99% do tempo de trabalho, no estudo de Finsen, Christensen e Bakke (1998) e entre 11,4° e 16,1° no estudo de Klein et al., (2006).

    Rodacki et al., (2006) avaliaram a angulação do tronco nos planos sagital e frontal de checkouts de supermercados e encontraram valores angulares entre 0,4° e 7,5° para flexão anterior do tronco e entre 0,5° e 11,4° para inclinação lateral. Além disso, movimentos realizados de forma assimétrica, como quando há inclinação lateral (plano frontal), são considerados fatores de risco para uma série de transtornos da coluna (ADAMS et al., 1994), como por exemplo dor lombar (HOOGENDOORN et al., 2000).

    Além disso, quando comparados a outras atividades, como por exemplo aquelas desenvolvidas na terra, não foram encontrados estudos que relacionassem os valores angulares das posturas dos trabalhadores. Na literatura, apenas há descrições do posicionamento do tronco em função do exercício da atividade, como no caso da agricultura, que é realizada com o tronco curvado em diração ao solo (flexão do tronco) (MEYER e RADWIN, 2007). Logo, comparando os sistemas de cultivo de hortaliças em solo (tradicional) e de forma hidropônica, o fato de se desenvolver um trabalho em pé pode ser considerado uma das vantagens quando se relaciona a saúde e condições de trabalho.

    O estudo de Fiedler et al. (2007) investigou as cargas físicas na produção de mudas ornamentais. A análise da atividade mostrou que a postura adotada durante o enchimento dos recepientes plásticos, encanteiramento das mudas e plantio são feitos em nível do solo e de cócoras, o que indica uma postura inadequada e considerada como risco potencial para lesões. Keegan (1953) identificou os riscos de se manter a postura de cócoras sendo essa considerada menos confortável quando comparadas à postura em pé (como na hidroponia) ou sentada. Além da postura de cócoras que é realizada com os joelhos flexionados existe aquela indicada no estudo de Martins, Paschoarelli e Da Silva (2005) e Meyer e Radwin (2007) que é realizada apenas com a flexão do tronco em direção aos joelhos de forma a alcançar o solo com as mãos, sem realizar flexão dos joelhos. Martins, Paschoarelli e Da Silva (2005) indicaram que a realização dessas posturas são inadequadas, sendo o plantio realizado de forma rudimentar. Quando se relaciona o trabalho em terra, há indicações de utilização dessa postura (flexão do tronco em direção aos joelhos de forma a alcançar o solo com as mãos, sem realizar flexão dos joelhos), uma vez que a abertura de cavas na terra, necessárias para a insersão das mudas e o próprio posicionamento das mudas são ainda realizados dessa forma. Segundo Keegan (1953) essa postura pode ser considerada ainda mais prejudicial quando comparado à posição de cócoras, pois acarreta maior pressão intradiscal.

    O aumento da flexão do tronco aumenta a ativação muscular, causando tensão ao longo dos músculos eretores e consequentemente levando a maiores forças compressivas aplicadas sobre os discos intervertebrais (MCGILL et al., 1996). Segundo Chaffin e Andersson (1991) o aumento interno na pressão dos discos intervertebrais é um dos principais mecanismos de lesão em tarefas que envolvem a manipulação. Kumar (1990) mostrou que o trabalho envolvendo posturas que necessitem de flexão do tronco podem causar grande compressão do disco intervertebral e essa pode estar relacionada a dor nas costas.

    Para alcances realizados com apenas um dos membros superiores, como no caso da hidroponia, as indicações de áreas de alcance são de 46 cm como limite (GRANDJEAN, 1998). No presente estudo, como as atividades são realizadas de modo a contornar a bancada, os valores encontrados estariam em 75 cm, uma vez que a profundidade encontrada para todas as bancadas foi de 150 cm. Esses achados ilustram os motivos de ângulos do tronco maiores a de outras atividades, uma vez que o alcance para a retirada das hortaliças fica prejudicado.

Considerações finais

    De acordo com os resultados encontrados, pode-se observar relações entre o posicionamento do tronco, no plano sagital e frontal, com as dimensões da bancada, principalmente relacionada a profundidade. Essas considerações se devem principalmente à estatura do trabalhador, uma vez que o mesmo se encontra no percentil 5, e consequentemente apresenta menores proporções de membros. Logo, para o alcance das hortaliças há necessidade de maiores inclinações do tronco que superam atividades como, por exemplo, de dentistas e de checkouts de supermercados, mesmo existindo a possibilidade de contorno da bancada para a colheita.

    Para o desenvovimento do trabalho é fundamental considerar as medidas daqueles dos trabalhadores que estão envolvidos na atividade. Caso existam trabalhadores em percentis diferenciados, como por exemplo o percentil 50 ou 90, as medidas encontradas pelo presente estudo, relacionada às dimensões da bancada, podem ser consideradas mais adequadas. Além disso, para indivíduos de maior estatura as medidas do tronco também poderão ser diferenciadas daquelas encontradas com o trabalhador de 1,56 m de estatura.

    A ergonomia enquanto constribuição de melhores condições de trabalho pode agir como forma de adequar essas medidas diminuindo a possibilidade de futuros problemas de saúde, principalmente aqueles relacionados à coluna vertebral. Além disso, soluções rápidas, simples e sem grandes custos podem ser realizadas como contribuição da ergonomia visando melhorias no processo de trabalho.

Agradecimentos

    Os autores agradecem a Clarissa Limas Vieira pela vetorização das figuras.

Referências

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revista digital · Año 14 · N° 132 | Buenos Aires, Mayo de 2009  
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