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A afetividade e aprendizagem na docência do ensino superior

Afectividad y aprendizaje em la docencia de enseñanza superior

 

*Graduado em Educação Física – Centro Universitário Celso Lisboa

Pós Graduando em Docência do Ensino Superior – UCAM

Centro de Excelência em Avaliação Física – CEAF

Membro do Grupo de Pesquisa da U.F.R.J.

**Graduado em Educação Física – UNISUAM

***Graduando em Educação Física – UNISUAM

Ezio Cavaliere Junior*

Felipe Santos Pinto Pinheiro**

Rômulo do Valle Dias***

Sttenya Lucia dos Santos Nunes***

profezio@ig.com.br

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          O objetivo do estudo é alertar os profissionais de licenciatura e aqueles profissionais que pretendam se inserir neste âmbito para prestarem a atenção em suas responsabilidades com seus alunos e com a sociedade.

          O âmbito escolar ou universitário necessitam de profissionais que possam trazer harmonia dentro da sala de aula e que tenham comprometimento e ética com seus educandos. Neste âmbito necessitam de profissionais criadores e que tenham motivações com seus aprendizes podendo explicar as diversas disciplinas com os discentes e graduandos em seus dia-a-dia.

          Nossos aprendizes estão em constante aprendizagem mesmo no ensino superior, os quais deverão ser sempre orientados a não saltar etapas, pois isto também poderá prejudicar de forma positiva em sua formação acadêmica.

          Devemos também mencionar que transferir conhecimentos não tem o mesmo significado que aprender, pois o aprendizado vai a muito além disso, devendo entrar e permanecer no cotidiano da vida de nossos aprendizes.

          É necessário que os educadores esqueçam os paradigmas que rodeiam as instituições e que criem novas perspectivas nas aulas de nossos educandos, pois com toda a certeza por mais que sejam graduandos sempre precisam de alguém que os orientem, pois não podemos esquecer que formamos profissionais e que amanhã estarão no mercado trocando experiências conosco.

          E por último também que não pode ser esquecido de mencionar o quão é importante saber escutar seus alunos, e isto trás o princípio da humildade, uma afetividade, de saber escutar e orientar nossos aprendizes.

          Unitermos: Afetividade. Perspectivas. Paradigmas. Universidades.

 

Abstract

          The aim is to alert the professional degree and those professionals who wish to enter this field is to provide the attention to their responsibilities to their students and to society.

          The field school or university need professionals who can bring harmony within the classroom and have ethics and commitment to their students. In this context need of professionals and designers who have motivations with their students can explain the various disciplines with students and graduate students in their day-to-day.
          Our apprentices are constantly learning even in higher education, which should always be instructed not to skip steps, because it also could affect in a positive way in their academic training.

          We should also mention that transfer knowledge does not have the same meaning to learn, because the learning goes on much further and will enter and remain in the daily life of our apprentices.

          It is necessary that educators forget the paradigms that surround the institutions and to create new opportunities for our students in class, because surely by most graduate students who are always need someone to guide them, because we can not forget that we have been training professionals and Tomorrow the market will be exchanging experiences with us.

          And finally it also should not forget to mention how important it is to know their students listen, and that behind the principle of humility, an affection, to learn to listen and guide our apprentices.

          Keywords: Affection. Perspective. Paradigm. Universities.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 131 - Abril de 2009

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1.     Introdução

    Neste trabalho iremos enfocar como deve ocorrer a relação entre a aprendizagem e a afetividade na docência do ensino superior, ou seja, entre o docente e seus discentes.

    Para começarmos a entender sobre como deve ser o âmbito educacional, devemos nos conscientizar de que não existe docência sem ter discência, ou seja, isto nos faz capazes de reflitir que deve haver uma relação entre professor e aluno e uma das tarefas que relaciona para haver esta maravilhosa interação, é a quebra do paradigma onde o professor sente-se o absoluto dos saberes, utilizando assim de forma autoritária o uso abusivo de seu cargo, fazendo com que a liderança, a qual deveria ser utilizada seja ignorada e fazendo com que o aprendizado de nossos educandos seja prejudicado. Então podemos compreender que a escola, ou a faculdade é lugar de trocar saberes, onde deve-se deixar o aluno perguntar e criticar e se tornar cada vez mais envolvido com a matéria (ALONSO, 2001; FREIRE, 1996; HUNTER, 1998; KULCZYCKI & BERTONI, 2002; RIBEIRO & PIMENTEL, 2006).

    Quando nos referirmos ao absolutismo do educador, refere-se também a sua postura, onde alguns educadores, conseguem pronunciar respostas obscuras onde não existem verdades, ou seja, onde ele poderia dizer para seus alunos que não sabe responder um determinado conteúdo, mas que irá procurar, para poder responder consecutivamente, com isto há uma estreita relação entre aprender e ensinar (BARROS, 2000; PEREIRA, 2004), quando dito:

"não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esse que-fazeres se encontram um no corpo do outro.. (FREIRE, 1996)."

2.     A aprendizagem no ensino superior

    Com o texto citado acima podemos entender que é nececessário uma constante atualização dos profissionais de nível superior, médio, fundamental e primário (IZIDORO, 2003).

    Para acrescentar a Lei de Diretrizes e Bases (9394/96), argumenta que apenas cinqüenta por cento do corpo docente deve-se ter obrigatóriamente a titulação igual ou acima de mestre, de pós-graduação para ministrar aulas no Ensino Superior (BRASIL, 2000).

    Quando nos refirimos a prática de docência seja do ensino primário, fundamental, médio e do ensino superior devemos prestar atenção sobre o absolutismo, o qual estamos nos refirindo a autoridade de alguns professores em sala de aula ou em aulas práticas onde apenas despejam os conteúdos da matéria no cérebro de seus educandos, onde os mesmos deveriam aprender (BELO, 2005; FREIRE, 1996; MENEZES, 2005).

    Esta metodologia arcaica e tecnicista deveria ser esterminada pois os educandos apenas irão aprender quando o educador criar possibilidades para sua produção e para a sua construção e não transferir conhecimentos, sendo assim, um indivíduo somente aprende quando passa a utilizar os conhecimentos no cotidiano de sua vida e quando há uma estreita relação entre ensinar e aprender. Para isto argumenta-se sobre a relação entre aprender e ensinar quando menciona "quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender (FREIRE, 1996)" (FREIRE, 1996; PEREIRA, 2004).

    O professor deve tornar-se humilde, aniquilar com o absolutimo e para isto deve-se aceitar e que o conscientizar que o certo pode possuir mais de uma opção e que seu discente tem o direito de indagar mesmo ele estando errado. Para FREIRE (1996), dentro de uma instituição precisa existir a epistemologia da crítica, ou seja, fazer com que o aprendiz possa criticar, pensar e reflitir fazendo com que tenha mais vontade de buscar trazendo-o para o âmbito da epistemologia da crítica.

    Também podemos relatar sobre a titulação dos professores dentro do âmbito do ensino superior, questionando sobre se título tem o significado de caráter.

    Alguns professores principalmente do ensino superior que possuem determinadas titulações acabam esquecendo da ética de quando jurou em sua formação, utilizando assim de forma ignorante ao se dirigir ao corpo discente, agindo assim de forma antipática, outros não querendo ou por não gostarem de ministrar aulas, respondendo displiscentemente e isto fará com que no final quem é somente prejudicado é apenas o aluno (TEIXEIRA, 2005).

    Professores de qualquer nível sendo graduação ou não, é obrigado a respeitar o educando, concomitantemente o aluno deve também respeitar seu educador, mas alguns indiscutivelmente resolvem a banalizar o princípio da ética e assim prejudicando o aprendizado de nossos futuros graduados. No mercado ainda existem excelentes profissionais, que necessitam criar estratégias para esterminar estes profissionais que resolvem demolir definitivamente esta explêndida relação (FREIRE, 1996; MESQUITA, 2005).

    Depois de comentar-mos sobre a aprendizagem no Ensino focalizando o Ensino Superior, abordaremos agora sobre a afetividade entre professores e alunos em sala de aula.

3.     A afetividade no ensino superior

    A afetividade aqui, a qual nós nos referimos permeia a questão do respeito, da compreensão, da amizade e principalmente da humildade, sem acometer lesões nos nossos educandos.Falamos a palavra acometer por poder provocar ferimentos e até ferir nossos educandos e estes ferimentos viram sérias lesões que se referem aos aspectos: morais, discriminatórios e altamente pré-conceituosos, em outras palavras podemos denominar de a banalização da aprendizagem (TEIXEIRA, 2005).

    É interessante mencionar o quão é importante saber escutar seus alunos, faz-se uma fonte muito forte que poderá ser utilizada para trazer seus educandos junto a si e os laços de amizade irão crescendo e penetrando em seus corações e cada vez mais acreditarão nas palavras de seus mestres (FREIRE, 1996; REZENDE, 2006). E isto nos mostra que o saber escutar é um princípio da humildade, o que trás também uma afetividade e quando um educador sabe escutar poderá trazer o educando junto a si e poderá orientá-lo, direcioná-lo (FREIRE, 1996; REZENDE, 2006).

    A escola ou a universidade é um lugar aonde os princípios éticos devem ser respeitados e qualquer ato que façamos fora da ética não há um outro nome a não ser de transgressão (FREIRE, 1996).

    Contudo que abordamos acima reiteramos que as instituições de ensino superior que englobam, as universidades particulares, estaduais e federais, segundo BRASIL (2000), o educador deve respeitar a autonomia de seus aprendizes, contudo não deve ocultar ou fazer ficar obscuro seus ensinamentos. Tanto as escolas quanto as universidades são compostas por indivíduos com vários credos, pessoas com famílias que possuem diferentes rituais, opções sexuais distintas, que devem ser respeitadas. As instituições que abordamos acima todas elas sem exceção são multifacetadas, ou seja, nossos educandos possuem pluralidade cultural com diversas orientações sexuais, que estão a porte de nossos educandos e educadores (BRASIL, 2000).

    As instituições são lugares de decência e pureza e não de decência e boniteza aonde pode acabar se evolvendo e exaltando o caminho perdido do puritanismo (FREIRE, 1996).

    Quando nos referimos a boniteza significa que aonde o educador esbanja sua voz faz dela belas palavras ricas em sabedoria, mas os educandos não conseguem aprender ou similiar o que lhes foi passado ou quando não possui o direito de discordar do professor e assim criando e construindo um ambiente rico em criticidade (FREIRE, 1996).

4.     O desenvolvimento no ensino superior

    Estudiosos conhecidos como Piaget, Vygotsky, Wallon, entre outros caracterizam o processo de desenvolvimento da criança, entre tudo existem as fazes de denvolvimento motor de Galahue e Ozmun quando as crianças passam por vários estágios de desenvolvimento que incluem a fase reflexiva, fase rudimentar, fase fundamental, fase especializada que pode perdurar por toda a vida e conforme também podemos compreender como é importante cada etapa de desenvolvimento ser trabalhada pois se for pulada com certeza poderá acarretar deficiências e poderá ser levado com indivíduo por toda a sua vida (MARTIN & et al, 2001; RIGOLIN, 2001).

    Para acrescentar TRITSCHLER (2003) relata, que "a destreza é o nível até o qual a pessoa desenvolveu suas capacidades inatas".

    A analogia do desenvolvimento segundo estes autores para a docência do ensino superior é completamente válida, deve-se criar expectativas e explorar a matéria ao máximo possível fazendo interdisciplinaridade entre as matérias do curso, para que o graduando consiga assimilar seu aprendizado e aonde poderá aplicar na matéria em que está sendo ensinada .

    Mesmo que a disciplina dos próximos períodos tenha uma matéria importante que pode ser incluído em uma matéria que esteja ministrando, não se deve deixar de mencionar mesmo que o professor da disciplina seguinte for abordar, pois talvez ele não tenha a especialização, ou a vivência que o educador tem em sua disciplina, e isso poderá ser fundamental na aprendizagem de seus graduandos no ensino superior.

5.     A didàtica no ensino superior

    É necessário que o educador prepare sua aula didaticamente para que possa atingir os objetivos da aula e isto é sem dúvida é de fundamental importância , então a pedagogia do ensino fundamental e médio é bem parecida com a pedagogia no ensino superior que pode ser divida em três etapas: dimensão conceitual, procedimental e atitudinal (DARIDO & RANGEL, 2005).

    A dimensão conceitual é utilizada para conhecer as transformações pela qual a sociedade passou em ralação aos hábitos de vida, como exemplo podemos mencionar a diminuição do trabalho corporal em função das novas tecnologias (DARIDO & RANGEL, 2005).

    A dimensão procedimental é utilizada também em todas as graduações é o chamado saber fazer, em outras palavras é denominada aula prática, como por exemplo uma aula argumentativa onde os profissionais podem discutir sobre a ética, entre a razão e a emoção, e criar através disto uma dinâmica simulando um fórum (DARIDO & RANGEL, 2005).

    E por último a dimensão atitudinal que tem como objetivo respeitar os colegas e resolver os problemas com atitudes de diálogo e não violência (DARIDO & RANGEL, 2005).

    Contudo que vimos acima é dificil dividir os conteúdos nas dimensões conceitual, procedimental e atitudinal, mas é possível dar ênfase em determinadas dimensões (DARIDO & RANGEL, 2005).

    E para finalizar gostaríamos de relatar que tanto as universidades quanto as escolas, as propostas são otimistas, mas deve haver uma preparação, uma atualização, uma capacitação e um supervisionamento para os profissionais nestes âmbitos, sendo que as escolas e as universidades devem proporcionar aos estudantes um âmbito confortável, prezeroso, com harmonia entre os colegas e seus professores, um lugar onde os estudantes estão em busca da sabedoria, um lugar onde tenha um respeito múto, sem a utilização da autoridade, pois liderar é mobilizar seus seguidores sem a utilização de poderes (FARAGE, 2005; FREIRE, 1996; REZENDE, 2006).

6.     Considerações finais

    Este estudo tem como intenção alertar aos profissionais licenciados e que pretendam exercer o ramo da licenciatura tanto nas escolas como na docência do ensino superior pois é uma satisfação muito grande ministrar aulas de alta qualidade.

    Com tudo vimos através deste estudo que as escolas e as universidades são multifacetadas e que devem ter como obrigação, profissionais que promovam a satisfação, a amizade, a compreensão e principalmente respeito múto com seus educandos, e eles com seus colegas, e os mesmos com seus educadores, com isto consecutivamente trará um ambiente harmonioso onde com toda a certeza reinará a afetividade.

    Este âmbito deve ser prazerozo sempre em busca do novo, esquecendo totalmente dos absolutimos, pois para mobilizar os alunos não é necessário utilizar a autoridade e sim a liderança.

    Deve ser mencionado que ao nos referirmos aos profissionais é interessante lembrar da importância do comprometimento e ética, pois caso contrário trará banalizações e a educação de nossos jovens será comprometida mais uma vez.

    E por último deve-se criar mais estudos não somente entre o educador e seus educandos, mas também entre a reitoria, o corpo docente e o corpo discente verificando quais são os pontos positivos e negativos na afetividade e aprendizagem na relação reitoria-professor-aluno para que o Ensino Superior possa chegar a Excelência.

Referências bibliográficas

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  • BARROS, Maria Aparecida. O Ensino e a educação contextualizada. 2000.

  • BELO, Ana Paula Ceccopieri. Relaçao professor x aluno. 2005.

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  • KULCZYCKI, Marcia Maria. BERTONI, Neuza Pinto Fisioterapeuta-Professor: Práticas pedagógicas e saberes docentes: 2002.

  • MARTIN, Rosana Helena Cahali. Et al. Auto avaliação da maturação sexual masculina por meio da utilização de desenhos e fotos. Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo. São Paulo: 2001.

  • MENEZES, Augusto César Moraes. O processo de ensino-aprendizagem e o professor: 2004.

  • MESQUITA, André Campos. SUN-TZU: A arte da guerra. Escala: 2005.

  • PEREIRA, Edvaldo de Souza. A didática no ensino superior: 2004.

  • REZENDE, Bernardo Rocha de . Transformando em ouro / Bernardinho. Sextante. Rio de Janeiro: 2006.

  • RIBEIRO, Tiane. PIMENTEL, Verônica Lima. Um ambiente de ensino e aprendizagem baseado em web semântica e web services: 2006.

  • RIGOLIN, Luiz Roberto Da Silva. Desempenho esportivo: Treinamento com crianças e adolescentes. Phorte. São Paulo: 2006.

  • TEIXEIRA, Tiane. PIMENTEL, Verônica Lima. Influências no processo ensino aprendizagem: 2005.

  • TRITSCHLER, Kathleen. Medida e avaliação em educação física e esporte. Terceira edição. Manole. São Paulo: 2007.

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