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Efeitos metabólicos e hormonais do exercício físico 

e sua ação sobre a síndrome metabólica

 

*Mestre em Ciência da Nutrição

Universidade Vale do Rio Doce – Univale

Governador Valadares, MG

**Professora Doutora do Departamento de Nutrição e Saúde

Universidade Federal de Viçosa - UFV, Viçosa, MG

***Professor Doutor do Departamento de Educação Física

Universidade Federal de Viçosa - UFV, Viçosa, MG

Fabrícia Geralda Ferreira*

Josefina Bressan**

João Carlos Bouzas Marins***

fafege@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          A recomendação da prática regular de exercício físico por diferentes associações de saúde está relacionada aos benefícios desta atividade na prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, pois sua prática promove importantes alterações hormonais e metabólicas. O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão de literatura apresentando os principais efeitos metabólicos e modificações hormonais do exercício físico e sua ação sobre a síndrome metabólica. Para tal, foram consultadas as bases de dados Medline, Scielo, Science Direct, Highwire e Periódicos Capes, utilizando os termos exercício e síndrome metabólica (exercise metabolic syndrome); exercício e hormônios (exercise hormone); hipotensão e exercício (hypotension exercise); hipertensão (hypertension); leptina e exercício (leptina exercise); diabtes melllitus e dislipidemia exercício (dislipidemy exercise), sendo a busca restrita aos anos de 1995 a 2005. Como principais resultados, temos que o exercício é uma medida terapêutica eficaz no tratamento da síndrome metabólica, independente da idade dos indivíduos. Há também uma forte associação da síndrome metabólica com o sedentarismo, devendo ser estimulada, portanto, a prática de exercício físico durante toda a vida. A revisão dos artigos científicos permite concluir que o exercício físico pode contribuir de forma efetiva na diminuição dos fatores de risco relacionados à síndrome metabólica.

          Unitermos: Síndrome metabólica. Exercício. Hormônio. Efeitos metabólicos.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - Nº 129 - Febrero de 2009

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Introdução

    A síndrome metabólica é caracterizada por um somatório de distúrbios, sendo diagnosticada quando estão presentes pelo menos três dos seguintes fatores: hipertensão arterial, resistência a insulina, hiperinsulinemia, intolerância a glicose, diabetes tipo 2, obesidade central e dislipidemia (1).

    Para a prevenção e tratamento desta síndrome, tem sido demonstrada a necessidade de mudança no estilo de vida, por meio de uma alimentação equilibrada e prática regular de atividade física (1,2,3).

    A inatividade física possui uma forte relação com a presença dos componentes da síndrome metabólica (4,5), sendo que o exercício físico é um importante fator na prevenção e tratamento desta síndrome, pelo fato de provocar modificações em uma série de respostas fisiológicas como será demonstrado a seguir.

    O objetivo desta revisão é demonstrar os efeitos metabólicos e modificações hormonais do exercício físico e sua ação sobre a síndrome metabólica.

Metodologia

    Foi realizada uma revisão de literatura com base em periódicos nacionais, internacionais e livros de fisiologia que abordassem o tema proposto. Para isso, foram consultadas as bases de dados Scielo, ScienceDirect, Periódicos Capes e Highwire, utilizando os termos: síndrome metabólica (exercise metabolic syndrome); exercício e hormônios (exercise hormone); hipotensão e exercício (hypotension exercise); hipertensão (hypertension); leptina e exercício (leptina exercise); diabtes melllitus e dislipidemia exercício (dislipidemy exercise). O intervalo de tempo selecionado foi 1995 – 2005, sendo que a inclusão de algumas referências mais antigas foi necessária em função da relevância científica demonstrada para a compreensão do tema.

    Para melhor organização do trabalho, este será apresentado em tópicos.

Efeitos metabólicos e modificações hormonais decorrentes do exercício físico

    O exercício físico ocasiona diversos efeitos fisiológicos que podem ser classificados como agudos imediatos, agudos tardios e crônicos. Os efeitos agudos são aqueles que ocorrem em associação direta com a sessão de exercício, sendo subdivididos em imediatos, quando ocorrem imediatamente após a sessão, ou tardios, quando ocorrem nas 24 a 72 horas após o exercício. Já os efeitos crônicos, ou adaptações, são os resultantes da exposição freqüente e regular às sessões de exercício (6).

Adaptações decorrentes do treinamento

    As adaptações ao treinamento são dependentes do tipo, intensidade e duração da atividade desenvolvida. A prática de exercícios aeróbios, por exemplo, está associada à melhoria da capacidade de realização de exercício submáximo prolongado, aumento da capacidade aeróbia máxima (VO2máx), número de capilares, volume sistólico, hipertrofia do ventrículo esquerdo, quantidade, eficiência e tamanho das mitocôndrias (7,8). No entanto, estas são apenas algumas das modificações decorrentes do exercício aeróbio, sendo que o percentual de melhora destes parâmetros é dependente do nível de condicionamento físico do indivíduo no início do programa de treinamento.

    Já o exercício de resistência está relacionado ao ganho de força, resistência e potência muscular (9), assim como ao aumento da massa magra, metabolismo basal e gasto energético (7,8).

    Estas adaptações decorrentes dos exercícios promovem impactos diretos nos componentes da síndrome metabólicos.

Modificações hormonais

    Dentre os efeitos fisiológicos do exercício físico, um importante ponto refere-se à interferência na secreção de alguns hormônios. Os hormônios que têm sua secreção alterada pelo exercício e que podem interferir nos componentes da síndrome metabólica são: o hormônio do crescimento, as catecolaminas, o glucagon, a insulina, a endorfina e, em alguns casos, a leptina. Cada um será discutido separadamente abaixo.

Hormônio de Crescimento

    O hormônio do crescimento (GH), além de ser um potente agente anabólico, estimula diretamente a lipólise (7,8,10). Suas concentrações encontram-se elevadas durante o exercício, sendo que, quanto mais intenso for o exercício, maior a quantidade liberada deste hormônio (7,8).

    Como o GH pode promover a lipólise, realizar exercícios regularmente que aumentam sua taxa de secreção pode contribuir para diminuição da obesidade, que é um dos componentes da síndrome metabólica. Comprovando isso, Wee et al 11 demonstraram que o hormônio do crescimento aumentou a lipólise no período de recuperação em homens moderadamente treinados, jovens e idosos, após exercício a 70% do VO2máx.

Catecolaminas

    Os níveis plasmáticos de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) aumentam de maneira diferenciada durante o exercício, com a concentração de noradrenalina aumentando acentuadamente em taxas de trabalho superiores a 50% do VO2 máx, enquanto a concentração de adrenalina só irá aumentar significativamente quando a intensidade do exercício ultrapassar 75% VO2 máx.

    A atuação em conjunto destes dois hormônios promove, entre outros efeitos, o aumento da taxa metabólica, da liberação de glicose e de ácidos graxos livres no sangue (8), sendo que o aumento no gasto energético é positivo no combate à obesidade.

Glucagon e Insulina

    No exercício, à medida que os níveis plasmáticos de glicose no sangue vão diminuindo, ocorre estimulação da glicogenólise hepática pelo aumento gradual da concentração plasmática de glucagon (7,8).

    Fernández-Pastor et al (12) demonstraram que, quanto maior a duração do exercício, maior a liberação de glucagon, sendo que, em exercícios moderados de curta duração, observa-se diminuição nos seus níveis plasmáticos.

    O efeito do exercício na concentração de insulina é o contrário do que ocorre com o glucagon, estando suas concentrações diminuídas no período de atividade. Os fatores que podem levar à diminuição da insulina são o aumento da velocidade de transporte de glicose para dentro das células musculares, a ação das catecolaminas e a liberação de glucagon (13).

    A diminuição dos níveis de insulina é proporcional à intensidade do exercício, sendo que, em exercícios prolongados, ocorre um progressivo aumento na obtenção de energia proveniente da mobilização de triacilglicerois (7,12).

    Desta forma, o exercício torna-se importante por facilitar a captação de glicose e diminuir os níveis de insulina, sendo positivo para o indivíduo portador de diabetes.

Endorfinas

    As endorfinas são um tipo de opióide liberado durante o exercício. Elas estão relacionadas à maior tolerância à dor, ao controle do apetite, à redução da ansiedade, da raiva e da tensão. No exercício aeróbico, a intensidade é o principal fator que estimula as elevações dos níveis plasmáticos de beta-endorfina. Já no exercício de resistência, sua liberação varia com o protocolo, sendo que maior duração e maiores intervalos de repouso entre as séries promovem melhores resultados (7).

    Constata-se que há efeitos positivos para a síndrome metabólica com a liberação de endorfinas pelo exercício. No entanto, altas cargas de treinamento podem gerar distúrbios menstruais por inibição da gonadorelina hipotalâmica, provocada pelos opióides (14).

Leptina

    A leptina está relacionada à regulação da saciedade, taxa metabólica e massa corporal. Sua secreção é realizada em maior parte pelo tecido adiposo, porém, pode ser secretada em menor quantidade pelo músculo esquelético, epidídimo mamário, placenta e cérebro (15).

    Uma sessão de exercício não afeta a concentração plasmática de leptina em homens e mulheres saudáveis, sendo que as modificações ocorridas podem ser atribuídas à hemoconcentração ou às variações no ritmo circadiano (16).

    Com relação à intervenção nos níveis de leptina decorrente dos efeitos crônicos do exercício, não há consenso na literatura, com trabalhos demonstrando que o exercício diminui sua concentração (17,18) e o outros indicando que não há alteração (19,20).

    As modificações hormonais decorrentes da prática de exercícios podem ter importantes contribuições no tratamento e prevenção da síndrome metabólica, uma vez que podem atuar nos seus diferentes componentes.

Exercício físico e sua interferência nos componentes da Síndrome Metabólica

Exercício físico e obesidade

    A prevalência de sobrepeso e obesidade tem aumentado nos últimos anos, caracterizando um problema de saúde pública (1,21). Inúmeros pesquisadores têm dedicado seus estudos à explicação dos fatores que causam ou que estão associados a esta doença. No entanto, evidências recentes têm atribuído à inatividade física uma das principais causas da obesidade na sociedade moderna (2).

    Comprovando estas evidências, Slentz et al (21) mostraram que mesmo o exercício de baixa quantidade e intensidade moderada pode promover benefícios à saúde, prevenindo o ganho de gordura visceral. Tem sido demonstrado que as modificações no estilo de vida, com o aumento da prática de atividade física associado à reeducação alimentar, são ações importantes para o tratamento da obesidade (22).

    Os mecanismos que atribuem ao exercício físico um importante fator na prevenção e tratamento da obesidade são a elevação da taxa metabólica de repouso (TMR) (23), alterações nos níveis das catecolaminas e estimulação da síntese protéica. Os efeitos na TMR são dependentes do tipo de exercício, duração e intensidade, podendo durar de 3 a 72 horas (7).

    O exercício físico também contribui com a elevação do gasto energético diário pelo aumento do efeito térmico da atividade física, podendo ser até 10 vezes maior que o valor da TMR quando há a participação de grandes grupos musculares (7).

    Sabia et al (24), ao comparar o efeito do exercício físico aeróbio contínuo e intermitente associado à orientação alimentar em 29 adolescentes obesos, treinando três vezes por semana durante 16 semanas, encontraram que ambos foram eficientes na promoção de mudanças corporais, auxiliando no combate da obesidade. Houve também aumento da massa magra, sendo que o exercício aeróbio promoveu uma diminuição de 1,5% na massa corporal total e 4,6% no índice de massa corporal (IMC), enquanto o exercício anaeróbio reduziu a massa corporal em 3,7% e o IMC em 7,6%. Com base nas melhoras do IMC e massa corporal total, os dois exercício são efetivos, porém, o aeróbio intermitente promoveu melhores resultados.

    Marra et al (25), ao estudar 16 homens com sobrepeso, divididos em dois grupos de exercício (moderada intensidade 60 - 70% Fcmáx e alta intensidade 75 - 90% Fcmáx), por um período de 14 semanas, encontraram que o exercício de alta intensidade foi mais efetivo na perda de gordura que o exercício de moderada intensidade. Dados como os deste estudo apóiam a afirmativa de que exercícios de mais alta intensidade são mais efetivos para promoção de emagrecimento.

Metabolismo lipídico durante o exercício

Mobilização dos ácidos graxos livres no tecido adiposo

    O exercício prolongado de baixa para moderada intensidade possui como importante fonte de energia a oxidação dos ácidos graxos livres derivados do tecido adiposo (26). Observa-se que nos momentos iniciais do exercício a taxa de captação e oxidação de ácidos graxos livres (AGL) é aumentada pelos músculos ativos, gerando uma queda transitória na sua concentração plasmática. No entanto, ocorre um aumento da concentração dos hormônios lipolíticos, adrenalina, noradrenalina, glucagon, hormônio do crescimento, bem como uma redução nos níveis de insulina, o que promove uma maior liberação dos AGL pelo tecido adiposo (26).

    À medida que o exercício progride, a taxa de mobilização de AGL aumenta e pode exceder sua utilização, resultando em aumento da concentração plasmática (27). Porém, esta taxa de mobilização é dependente da lipólise, da capacidade de transporte dos AGL e de sua taxa de reesterificação.

    A capacidade de transporte de AGL do tecido adiposo é influenciada pela concentração de albumina plasmática, sendo que durante o exercício a concentração de AGL aumenta e a concentração de albumina plasmática permanece praticamente constante. Devido a esta diferença, algumas moléculas de AGL são encontradas não ligadas à albumina, o que contribui para reesterificação desses ácidos graxos para o tecido adiposo. A velocidade de entrada de AGL e glicerol na circulação também é influenciada pelo fluxo sanguíneo no tecido adiposo. Desta forma, como os exercícios prolongados com intensidade de 50% do VO2máx aumentam o fluxo sanguíneo do tecido adiposo, pode ocorrer maior captação dos AGL como fonte energética (28).

Oxidação dos triacilglicerois intramusculares durante o exercício

    Durante o exercício prolongado, a reserva de triacilglicerol intramuscular pode ser uma fonte de energia importante (26), já que, segundo Maughan et al (28), a atividade da lipase lipoprotéica, que é responsável pela entrada das moléculas de AGL na célula muscular, não é suficiente par suprir a demanda de AGL do músculo durante o exercício. A utilização desta reserva como fonte de energia é importante, podendo supor que à medida que estas reservas são depletadas, haverá necessidade de ressíntese, o que justifica a não observação de diferença entre suas concentrações dentro do músculo (26).

Exercício físico e dislipidemia

    O exercício físico tem sido amplamente empregado como medida não farmacológica no combate à dislipidemia, pois modificações no perfil lipídico podem ocorrer decorrentes de sua prática. Pessoas ativas, na maioria das vezes, apresentam níveis maiores de HDL-c e menores de triacilgliceróis, LDL-c e VLDL-c, comparado às sedentárias (29). A ampliação da utilização dos ácidos graxos pelo tecido muscular e a maior ação da lipase lipoprotéica podem explicar estas modificações (28).

    Na literatura, é possível encontrar diversos trabalhos relacionados ao exercício e dislipidemia. Entre eles, a metanálise, realizada por Kelley e Kelley (30), mostra que o exercício aeróbio aumenta em aproximadamente 11% a partícula HDL2-c em adultos. Este importante achado reforça o papel do exercício físico no combate à síndrome metabólica, pois a partícula de HDL2 -c possui o papel de receptor final no processo de transporte do colesterol dos tecidos periféricos para o fígado, sendo que os indivíduos que possuem maiores níveis dela poderão ter um menor risco de doença cardiovascular.

    Ratificando a importância do exercício, Bhalodkar et al (31) encontraram, em seus estudos com índios asiáticos, níveis de HDL-c em média 11% maiores nos índios que eram ativos, comparados com os considerados sedentários. O tamanho da partícula de HDL-c e sua densidade também foram significativamente maiores no grupo ativo. Estes achados refletem a importância do exercício como medida não medicamentosa para este grupo populacional, já que a prevalência de incidência de mortalidade por doença arterial coronariana é de 50 a 400% maior nestes índios comparados a pessoas de outras etnias.

    Outro benefício do exercício relacionado à dislipidemia foi demonstrado por Sánchez-Quesada et al (32) que, ao comparar um grupo de 38 atletas com 38 indivíduos sedentários, verificaram que a partícula LDL-c de indivíduos treinados era mais resistente à modificação oxidativa que a dos sedentários. Esta descoberta permite inferir que o exercício de alta intensidade também pode ser protetor, ao contrário do que era esperado, pois uma LDL-c mais resistente à oxidação pode ser menos aterogênica.

    A melhora do perfil lipídico, decorrente do exercício físico, também pode ser verificada em indivíduos diabéticos. Khawali et al (33) estudaram adolescentes diabéticos e verificaram que 43,3% dos que possuíam colesterol total acima de 160mg/dl obtiveram redução quando exercitavam. Quanto ao LDL-c, 64,5% dos jovens que iniciaram o programa com valores >100mg/dl reduziram estes níveis. Em relação a HDL-c, 70,5% dos que possuíam concentrações abaixo de 40mg/dl obtiveram aumento nestes níveis ao final de uma semana de intervenção. No entanto, não houve modificação na proporção de adolescentes com triacilglicerol > 150mg/dl.

    Achados como o de Khawali et al (33) demonstram que um programa regular de exercício é eficaz na otimização do perfil lipídico em adolescentes com diabetes melito tipo 1. No entanto, é importante deixar claro que o protocolo de atividades executadas por eles que consistia de sessões de 50 minutos de exercícios, 3 vezes ao dia, não é facilmente aplicável na prática. Porém, benefícios semelhantes poderão ocorrer com um tempo maior de prática desportiva, como foi encontrado no estudo de Lehamann et al (34), em que um período de 3 meses de exercícios reduziu a LDL-c e elevou o HDL-c em indivíduos diabéticos.

Exercício físico e hipertensão arterial

    O exercício físico tem sido recomendado como uma medida não farmacológica no tratamento da hipertensão arterial (35), uma vez que diminuições na pressão arterial sistêmica pós-exercício têm sido demonstradas com programas de exercício, tanto em indivíduos hipertensos como em normotensos (36 37).

    Hagberg et al. (38) verificaram que o treinamento físico regular provoca, em média, redução de 11 e 8 mmHg na pressão arterial sistólica e diastólica, respectivamente, em 75% dos indivíduos com hipertensão, além de reduzir a resposta da pressão arterial em treinamentos com cargas submáximas de esforço (39,40).

    Observa-se que tanto a resposta aguda (41, 42) quanto crônica (33, 43) do exercício podem influenciar no comportamento da pressão arterial.

    Comprovando a ação do exercício de forma aguda na pressão arterial, Forjaz et al (42) demonstraram que uma única sessão de trabalho promove hipotensão pós-exercício em indivíduos normotensos. Os autores verificaram que a duração da queda pressórica é dependente da duração do exercício, pois, ao comparar sessões de exercício de 25 e 45 minutos a 50% do VO2 pico em cicloergômetro, com grupo-controle (não fica melhor com hífen?) sem exercitar, a maior queda pressórica ocorreu com maior tempo de atividade.

    Estes resultados foram semelhantes aos encontrados por Rebelo et al (41) que avaliaram 23 indivíduos hipertensos em 3 situações experimentais diferentes (sem exercício, 25 e 45 minutos de atividade). A maior queda pressórica ocorreu com a sessão de exercícios realizada por 45 minutos, enquanto que não houve modificação nos níveis pressóricos na situação controle. A importância clínica deste tipo de achado é que provavelmente atividades de maior duração para indivíduos hipertensos promovem melhor resposta hipotensora no momento de recuperação, sendo mais indicadas.

    Ishikawa-Takata et al (43), avaliando a relação dose resposta do exercício físico durante 8 semanas de intervenção em 207 indivíduos não treinados, verificaram que as diferentes situações propostas promoveram diminuição no pressão arterial sistólica e diastólica. A pressão arterial sistólica teve maior redução com a situação de maior duração de exercício, enquanto a magnitude da redução da pressão arterial diastólica não foi estatisticamente diferente nas quatro situações de exercício.

Exercício físico e resistência à insulina

    Com o envelhecimento e a conseqüente diminuição dos níveis de atividade física, ocorre um aumento da obesidade central, sobretudo da gordura visceral, levando à promoção de resistência à insulina. Como um dos benefícios do exercício é a redução da adiposidade, este se correlaciona com o aumento da sensibilidade à insulina (44), devendo ser incentivado, independente da idade.

    O efeito do exercício na melhora da sensibilidade à insulina foi demonstrado por Evans et al (45) em 10 idosos (média de 80,3 anos) que realizaram treinamento aeróbio em média 58 minutos com intensidade de 83% da freqüência cardíaca máxima, 2,5 vezes por semana por um período de 10 a 12 meses (108 sessões). Houve uma redução de 19,6 pmol/l na concentração de insulina de jejum, 19,4% de redução na insulina, medida pela área abaixo da curva no teste de tolerância oral a glicose, melhora de 32% na sensibilidade à insulina no teste de tolerância oral a glicose e aumento de 29% na taxa de disponibilidade de glicose relativa à concentração de insulina durante o clamp hiperglicêmico. Outros parâmetros também foram alterados, como aumento de 15% no VO2máx, redução de 1,6 kg de peso, perda de 1,8 kg de gordura, diminuição de 8% nos triacilglicerois e 10% no LDL-c.

    O treinamento de força também se mostrou efetivo na melhoria da sensibilidade à insulina como foi demonstrado por Ibanez et al (46), ao avaliar 9 homens idosos portadores de diabetes tipo 2. Verificou-se que, após 16 semanas de exercício, realizado duas vezes por semana, houve diminuição significativa de 10,3% na gordura visceral, 11,2% na subcutânea, aumento de 46,3% na sensibilidade à insulina, diminuição de 7,1% na glicemia de jejum.

    Resultados como os descritos acima comprovam que mesmo os indivíduos idosos são susceptíveis às alterações nos parâmetros metabólicos decorrentes do exercício, podendo haver benefícios fundamentais para a saúde nesta fase da vida.

Exercício e diabetes melito tipo 2

    No tratamento do diabetes tipo 2, o exercício regular é recomendado por atuar nos fatores de risco cardiovascular, controle metabólico e prevenção das complicações crônicas da doença (47). Além desses fatores, o exercício é importante como medida terapêutica por ser de baixo custo, não farmacológico e promover benefícios psicológicos (48).

    Alguns dos benefícios ocorridos com os portadores de diabetes que se exercitam regularmente são o aumento da captação de glicose, diminuição da resistência à insulina (48), redução de LDL-c, aumento de HDL-c (33,34) e melhora da eficiência cardíaca por meio da bradicardia de repouso (49,50).

    Estes benefícios são decorrentes de modificações agudas ou crônicas. Entre as agudas, ocorre um aumento do transporte de glicose na célula muscular e aumento da sensibilidade da célula à ação da insulina. Os principais fatores que podem atuar aumentando a taxa de captação da glicose são o aumento do aporte sanguíneo, permitindo a disponibilidade desse substrato para a musculatura (48), e o aumento da expressão do transportador de glicose (GLUT- 4) no músculo (51).

    Já como resposta fisiológica crônica, o exercício regular atua no fígado, diminuindo a liberação de glicose hepática, já que está aumentada a sensibilidade à insulina no tecido adiposo diminuindo a gordura abdominal; no pâncreas, diminuindo a hiperinsulinemia e no tecido muscular aumentando a massa muscular, o fluxo sanguíneo (48) e a concentração de GLUT – 4 (52).

    Alguns estudos demonstraram que o aumento da expressão de GLUT- 4 pode ocorrer após poucas sessões de exercícios. Kraniou et al (51), ao comparar a expressão de GLUT – 4 no músculo de seis homens adultos não treinados, que se exercitaram 60 minutos em cicloergômetro por sete dias a 75% do VO2 máx, observaram um aumento de 3,6 vezes em relação aos valores basais. Este achado é consistente com resultados de outros estudos descritos na literatura (53, 54).

    A fim de avaliar os efeitos da inatividade na concentração de GLUT-4 no músculo, Tabata et al (52) estudaram nove homens jovens por um período de 19 dias, encontrando que a inatividade física diminuía a concentração de GLUT-4, mas o treinamento isométrico reverteu isso. A diminuição encontrada neste estudo foi de aproximadamente 16% quando os indivíduos permaneceram inativos, enquanto o grupo que também permaneceu em repouso, mas executou 30 contrações isométricas por 3 segundos cada em leg - press todas as manhãs, aumentou em 30% a concentração do transportador.

    Os possíveis mecanismos envolvidos no aumento do GLUT-4 ainda não foram completamente elucidados (55). Porém, independente do mecanismo envolvido, é necessária uma estimulação regular pelo exercício.

    Além do aumento do GLUT-4, outros benefícios para os diabéticos foram evidenciados pelo trabalho de SILVA & LIMA (49) que demonstraram que um programa de exercício físico conduzido por 10 semanas promoveu melhoras nas variáveis glicemia de jejum, hemoglobina glicosilada, lipídeos plasmáticos, freqüência cardíaca de repouso e índice de massa corporal em diabéticos tratados ou não com insulina, sendo que o controle glicêmico promovido pelo exercício foi observado em apenas uma sessão de exercício.

    É importante destacar que a melhora no perfil lipídico dos diabéticos é uma importante modificação adquirida com o exercício físico, pois a dislipidemia, muitas vezes encontrada neste grupo, é um dos fatores de risco para doença aterosclerótica (56).

    Diante do exposto, fica claro que se manter regularmente ativo é extremamente importante para o indivíduo com diabetes melito tipo 2, uma vez que todas as modificações promovidas pelo exercício podem reduzir as complicações da doença.

Considerações finais

    Pode-se afirmar que o exercício age positivamente na prevenção e tratamento da síndrome metabólica, por provocar alterações metabólicas e hormonais.

    Os hormônios que sofrem alterações nas suas concentrações são o hormônio do crescimento, as catecolaminas, o glucagon, a insulina, a endorfina e, em alguns casos, a leptina.

    As alterações metabólicas são diminuição no percentual de gordura, pressão arterial sistólica e diastólica, IMC, perfil lipídico, adiposidade abdominal e aumento da massa magra, HDL-c, captação de glicose e sensibilidade à insulina.

    Constata-se, então, que os exercícios aeróbio e anaeróbio são importantes formas não medicamentosas de prevenir e tratar a síndrome metabólica.

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