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A utilização do método de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) após treinamentos contra-resistidos

 

*Graduado Educação Física

**Graduanda Fisioterapia

UNICENP, Curitiba – Pr

(Brasil)

Orlando Vaz Lima Jr*

Claus Marchiori*

Karla Roberta Campesi**

orlandojunioor@gmail.com

 

 

 

Resumo

          O presente artigo relata a utilização do método de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva após a realização de exercícios contra resistidos. Objetivo: o estudo tem como principal objetivo, demonstrar que o treinamento através deste método, deve ser elaborado após o resultado das avaliações, priorizando as variáveis com maior déficit. Metodologia: a metodologia utilizada foi um estudo de caso, onde o indivíduo apresentava déficit na amplitude de alguns movimentos, visto que, as sessões eram trabalhadas junto há exercícios de força. Conclusão: Concluiu-se que, para o alcance dos objetivos buscados pelo indivíduo, deve-se planejar uma periodização a qual priorize os déficits apresentados na avaliação.

          Unitermos: Treinamento. Periodização. Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva.

 

Abstract

          The current article mentions the use of Proprioceptive Neuromuscular Facilitation after the realization of contra resisted exercises. Objective: the study has as main point demonstrate that the training with this method, has to be elaborated according to the evaluations results always preferring the variables with more deficits. Methodology: it was a study of case where the person had a deficit of movement amplitude, and the sessions were associated with strength exercises. Conclusion: to achieve the objectives searched by the person, should be planed a periodization which gives preference to the deficits showed in the evaluation.

          Keywords: Training. Periodization. Proprioceptive Neuromuscular Facilitation.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 126 - Noviembre de 2008

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Introdução

    Nos relatos de ACHOUR (1995, p. 40), recentemente a promoção da saúde está diretamente vinculada à manutenção ou melhoria de uma vida fisicamente ativa e independente.

    Um indivíduo que realiza atividade física constantemente tem como principal objetivo, conservar ou melhorar sua qualidade de vida.

    Para que se realize esta conservação ou melhora, há grande importância em se trabalhar com todas as variáveis apresentadas pelos indivíduos. Sabe-se que o ser humano ao procurar melhorar e/ou manter sua qualidade de vida, este deve procurar um profissional habilitado para tal serviço.

    Muitos indivíduos, que procuram este serviço, são orientados ou vêem a necessidade, devido ao estilo de vida adotado ao longo dos anos. Na ótica de NORBERT ELIAS (1968, p. 89) a Revolução Industrial, iniciada no início do século passado, levou o homem do campo para a cidade e passou a favorecer uma vida menos ativa fisicamente, propiciando assim, o sedentarismo ao passar dos anos.

    O ser humano apresenta fatores primordiais para sua qualidade de vida, está, é composta pela variável força, potencia aeróbia e amplitude de movimento.

    Estas devem ser observadas atenciosamente de indivíduo para indivíduo, com o objetivo de manter ou melhorar sua qualidade de vida.

    A variável força deve proporcionar ao indivíduo uma melhora para todas suas realizações diárias, como por exemplo, carregar um objeto, além de outros afazeres cotidianos, desta maneira BARBANTI (1990, p. 79) descreve que a força muscular é a capacidade que o músculo tem em exercer tensão muscular contra uma resistência, através de fatores mecânicos e fisiológicos em algum movimento particular, seja este, em exercício ou não.

    Analisando estes fatores, o indivíduo deve também, melhorar sua capacidade aeróbia, a qual é exigida tanto em suas atividades diárias, quanto, para a realização de seus exercícios físicos, esta confirmação, encontra respaldo nos estudos de CARPENTER (2004, p. 02) o qual menciona que, o indivíduo que mantém a sua capacidade aeróbia (VO2 máx), dentro de padrões razoáveis, os quais são entre 35 a 45 ml/kg/min para homens e 30 a 40 ml/kg/min para mulheres, estes tendem a ter uma melhor eficiência na realização das atividades de seu cotidiano.

    Outra variável importante é a amplitude de movimento existente no indivíduo, este, é um dos principais fatores para uma melhor qualidade de vida, deste modo “a amplitude do movimento de uma dada articulação depende primariamente da estrutura e função do osso, músculo e tecido conectivo e de outros fatores tais como o desconforto e a habilidade para gerar força e potência muscular suficiente” (SHRIER, 2000, p. 23).

    Neste estudo temos por objetivo definir a possibilidade de utilização do método de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) após as sessões realizadas de exercícios contra-resistidos.

Metodologia

    A variável, amplitude de movimento, foi trabalhada, nas sessões de treino, por um mês realizou o método de treinamento estático, devido à adaptação e posteriormente passou por dois meses de treinamento do método de facilitação neuromuscular proprioceptiva, onde realizou um exercício para cada grupo muscular. O tempo para o treinamento, foi estipulado através da metodologia proposta por McATEE (1998, p. 15) onde este, em estudos, propõe manter a contração isométrica durante aproximadamente seis (6) segundos sendo gerada nova força sobre o músculo e repetida por três (3) vezes até o alcance máximo da amplitude no individuo.

Resultados e discussão

    Ao realizarmos o flexiteste, observou-se que o indivíduo apresentou baixos índices de amplitude de movimento principalmente em membros inferiores. Para WEINECK (2000, p. 46) a avaliação deve ser o controle do treinamento, bem como planejamento do mesmo.

    Abaixo, observamos a Tabela 1, correspondente aos graus de amplitude de movimento coletados em sua avaliação inicial e em seguida a Tabela 2 correspondente aos graus de amplitude de movimento coletado na avaliação realizada após três (3) meses de treinamento.

Movimentos

Ângulos

Classificação

Referencia

Flexão (tronco)

85°

Moderado Alto

84° – 101°

Extensão (tronco)

30°

Baixo

Até 44°

Flexão Direita (quadril)

60°

Moderado Baixo

50° – 67°

Flexão Esquerda (quadril)

60°

Moderado Baixo

50° – 67°

Extensão Direita (quadril)

40°

Baixo

Até 49°

Extensão Esquerda (quadril)

55°

Moderado Baixo

50° – 67°

Flexão Direita (ombro)

120°

Baixo

Até 206°

Flexão Esquerda (ombro)

130°

Baixo

Até 206°

Extensão Direita (ombro)

40°

Baixo

Até 206°

Extensão Esquerda (ombro)

46°

Baixo

Até 206°

Tabela 1

 

 Movimentos

Ângulos

Classificação

Referencia

Flexão (tronco)

90°

Moderado Alto

84° – 101°

Extensão (tronco)

35°

Baixo

Até 44°

Flexão Direita (quadril)

60°

Moderado Baixo

50° – 67°

Flexão Esquerda (quadril)

60°

Moderado Baixo

50° – 67°

Extensão Direita (quadril)

40°

Baixo

Até 49°

Extensão Esquerda (quadril)

55°

Moderado Baixo

50° – 67°

Flexão Direita (ombro)

120°

Baixo

Até 206°

Flexão Esquerda (ombro)

130°

Baixo

Até 206°

Extensão Direita (ombro)

40°

Baixo

Até 206°

Extensão Esquerda (ombro)

46°

Baixo

Até 206°

Tabela 2

    O indivíduo realizou inicialmente o treinamento através método estático o qual foi utilizado na fase de iniciação do individuo, pois “...o método (...) visa reduzir ao mínimo (...) os riscos de lesões” (WEINECK,1999, p. 478).

    Observando a deficiência do indivíduo nesta variável, optou-se por enfatizar o treinamento do ganho de amplitude de movimento.

    No início do segundo mês, o método a ser utilizado foi o de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) definido na literatura, por autores como DANTAS (1999) e MCATEE (1998) os quais identificam o método (FNP), como sendo superior aos outros métodos, no aumento da flexibilidade do indivíduo.

    Através dos estudos realizados por DANTAS (1999, p. 112) o qual explica a criação do método (FNP), sendo iniciado por Herman Kabat, como meio de restaurar a função da estrutura neuromuscular, fundamentando-se no desenvolvimento motor, no sistema de ação e reflexos habituais, nos proprioceptores e no controle do movimento.

    No trabalho desta técnica, a maior ênfase está na aplicação da resistência exercida na área dos movimentos, usando muitas combinações e variações de movimentos que estão relacionados aos padrões de postura.

    Os ganhos de flexibilidade são espantosos na visão de DANTAS (1999) e MCATEE (1998). Entretanto, neste estudo esta afirmação não fica clara, devido à manutenção dos mesmos graus de amplitude de movimento, demonstrado pelo indivíduo.

Conclusão

    Para o alcance de uma boa amplitude de movimento, necessitamos de uma periodização adequada, a qual, BOMPA (2001, p. 91) define como sendo o modo que o indivíduo tende a alcançar um desempenho valoroso em um período especifico, assim, visando melhorar e maximizar a efetividade do treinamento.

    O indivíduo para obter uma maior fidedignidade de treinamento, ao chegar a um local de prática esportiva, deve realizar como de praxe, uma bateria de testes e avaliações para as considerações sobre seu atual estado físico e para o exercício, pois de acordo com relatos de WEINECK (1999, p. 28) o princípio da individualidade deve ser respeitado, sabendo que cada indivíduo corresponde ao estímulo de uma maneira diferente.

    A análise dos dados coletados nas avaliações deve servir como base para a prescrição dos exercícios, priorizando os déficits e os objetivos de cada indivíduo.

    Observando o mundo contemporâneo e o estilo de vida adotado por muitas pessoas, a variável que mais apresenta déficit é amplitude de movimento. No entanto, McATEE (1998, p. 01) expõe que a maioria das pessoas sabe que o alongamento é parte importante do treinamento.

    De acordo com o treinamento realizado, ao compararmos as Tabelas 1 e 2, ressaltamos que, nesta pesquisa, o indivíduo não apresentou melhoras. Entretanto, devido ao estilo do treinamento realizado, algumas hipóteses são cabíveis quanto ao tempo e a periodização proposta.

    Esta, devido ao pouco tempo da sessão, e/ou as poucas sessões realizadas (uma vez por semana), pode não ter sido suficientemente à necessidade física do indivíduo, este necessitando de um maior número das sessões de treinamento durante a semana.

    Após a realização dos treinamentos observamos a importância que deve ser dada ao déficit apresentado pelo indivíduo, construindo uma periodização adequada para que este atinja os valores mínimos de referência, necessários para uma vida saudável.

    O aumento da amplitude de movimento de um indivíduo adulto é fator importante para obtermos melhoras em sua qualidade de vida, proporcionado assim uma maior facilidade em atividades diárias desde que realizadas continuamente.

    De acordo com nosso estudo, está variável deve ser treinada com maior freqüência durante a semana, bem como, com um maior tempo de duração nas sessões de treinamento contra-resistido.

    “Uma boa flexibilidade permite a realização de arcos articulares mais amplos, possibilitando a execução de movimentos...” que de outra forma “...seriam impossíveis” (DANTAS, 1999, p. 76).

Referencial

  • ACHOUR JÚNIOR A. Estilo de vida e dor na coluna lombar; uma resposta dos componentes de aptidão física relacionado à saúde. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde 1995; 1(1):36-56.

  • BARBANTI, V. J. Aptidão Física: um convite à saúde. São Paulo Ed. Manole. 1990.

  • DANTAS, ESTÉLIO H. M. Flexibilidade Alongamento e Flexionamento. Ed. Shape. Rio de Janeiro. 1999.

  • ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador – Uma história dos costumes. Vol.1. Jorge Zahar ed. Rio de Janeiro. 1994.

  • McARDLE, WILLIAN & KATCH, FRANK I. Fisiologia do Exercicio. 5 ed. Ed. Guanabara, 2003.

  • McATEE, ROBERT E. Alongamento Facilitado. Ed. Manole. São Paulo. 1998.

  • MEDEIROS, ALESSANDRA e colaboradores. Efeito do treinamento físicos com natação sobre o sistema cardiovascular de ratos normotensos. Rev. Paul. Educ. Fís., São Paulo, 14(1): 7- 15, jan./ jun. 2000 CDD. 20. Ed.

  • SÖLVEBORN, SEVEN-A. Guia Completo de Alongamento. Ed. Record. 1988. p. 124.

  • WEINECK, JÜRGEN. Treinamento Ideal. 9° ed. Ed. Manole. 1999.

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