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O perfil de estilo de vida de frequentadores 

da Universidade da Experiência

 

*Acadêmicos do curso de Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina.

**Docente do curso de Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina.

(Brasil)

Andreza Nicolau* | Carla Regina Freitas dos Santos*

Fabiana Lazarim* | Hudson Teixeira Pires*

Richard Ferreira Sene**

richard.sene@unisul.br

 

 

 

Resumo

          A expectativa de vida vem aumentando cada vez mais durante os últimos anos, isso deveria ser considerado como uma conquista, porém é preciso ficar atento, pois nem sempre viver mais é sinônimo de viver bem. Com o objetivo de avaliar a qualidade de vida dos idosos freqüentadores da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) do curso de extensão Universidade da Experiência (UNIEXP), aplicou-se o Perfil do Estilo de Vida Individual (PEVI) de Nahas e Francalacci (2000) na disciplina de Atividade Física para a melhor idade para consecução dos resultados. Amostra estava composta de 15 alunos totalizando 60% do total da turma. Com idade média de 71 anos, onde 93% da amostra eram do sexo feminino, freqüentadores do curso em uma média de 4 anos. O presente estudo teve resultados de qualidade de vida verificando cinco componentes do bem estar individual sendo eles: nutrição, atividade física, comportamento preventivo, relacionamentos e controle do stress. Os resultados obtidos foram positivos e intermediários, porém cabe ressaltar que os componentes de comportamento preventivo e relacionamentos alcançaram resultados positivos em ótimos níveis de pontuação. Sendo assim, pode-se concluir que nos fatores relacionados anteriormente, comportamento preventivo e relacionamentos encontram-se em ótimos níveis de qualidade de vida dos participantes, podendo esses, serem atribuídos ao fato de freqüentarem o curso em media 4 anos. Durante esse período pode se ter estabelecido um ótimo relacionamento entre os entrevistados.

          Unitermos: Terceira idade. Qualidade de vida. Universidade da Experiência.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 125 - Octubre de 2008

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Introdução

    A qualidade de vida leva em consideração fatores como saúde, educação, bem-estar físico, psicológico, emocional e mental, assim como expectativa de vida onde envolve elementos não relacionados, como a família, amigos, emprego ou outras circunstâncias da vida. Nesse artigo abordaremos o tema a qualidade de vida na terceira idade, pois com o evidente crescimento da expectativa de vida no mundo se faz necessário uma preocupação maior com a qualidade de vida da população de idosos.

Objetivo geral

  • Verificar os padrões de qualidade de vida dos indivíduos freqüentadores da universidade da experiência.

Terceira Idade

    A terceira idade é uma etapa da vida de um indivíduo. A época em que uma pessoa é considerada na fase da terceira idade varia conforme a cultura e desenvolvimento da sociedade em que vive (WIKIPÉDIA, 2008).

    Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos (ESTATUTO DO IDOSO, 2003).

Atividade física

    Define-se atividade física como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, sendo, portanto, voluntário, e resultando em gasto energético maior do que os níveis de repouso (GUISELINI, 2006 apud CASPERSEN et al., 1985).

    [...] inclui, portanto, as atividades ocupacionais (trabalho), atividades da vida diária – ADV- (vestir-se, banhar-se, comer), o deslocamento e as atividades realizadas como alternativa de lazer, incluindo exercícios físicos, esportes, dança, artes marciais, jogos etc. (GUISELINI, 2006)

Material e métodos

    Esta pesquisa é classificada como uma pesquisa empírica, descritiva e de campo.

    Considera-se uma pesquisa empírica a busca de dados obtidos através de experiências vividas pelos participantes da pesquisa. Neste caso os dados conseguidos através das respostas obtidas no questionário PEVI de Nahas, 2000.

    [...] a pesquisa empírica é a busca de dados relevantes e convenientes obtidos através da experiência, da vivência do pesquisado.

    Tem como objetivo chegar a novas conclusões a partir da maturidade experimental do(s) outro(s). e isso e tudo q posso ajudar. Podemos entender que a pesquisa empirica é coleta de dados a partir de fontes diretas (pessoas) que conhecem, vivenciaram ou tem conhecimento sobre o tema, fato ou situação e que, podem causar diferenciação na abordagem e entendimento dos mesmos, conduzindo a uma mudança, acrescimo ou alteração profunda, relevante que não distorça, agrida ou altere o conteudo principal mas sim que o enriqueça e transforme em conhecimento de facil apreenção e apropriação. (WIKIPÉDIA, 2008)

    Depois de aplicado e respondido o questionario poderemos partir para o próximo passo que será a uma breve descrição dos dados obtidos.

    [...] tem como objetivo primordial a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas características está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.

    Destacam-se também na pesquisa descritiva aquelas que visam descrever características de grupos (idade, sexo, procedência etc.), como também a descrição de um processo numa organização, o estudo do nível de atendimento de entidades, levantamento de opiniões, atitudes e crenças de uma população, etc.

    Também são pesquisas descritivas aqueles que visam descobrir a existência de associações entre variáveis, como, por exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre o candidato e a escolaridade dos eleitores. (HEERDT, 2008 apud GIL, 2002)

    Esta pesquisa é de grande importância, pois possibilita o contato direto com o objeto de estudo.

    é um tipo de pesquisa que procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações do que ocorre naquela realidade. (LEONEL e MOTTA, apud HEERDT e LEONEL, 2005).

    Realizou-se um levantamento através do questionário Perfil do Estilo de Vida Individual (PEVI) Francalacci e Nahas (2000), classificado como: média de 0-3 considerado negativo; 4-6 intermediário e de 7-9 positivo, em um grupo de 15 alunos freqüentadores do curso de extensão da Uniexperiência.

    E ainda, nome do entrevistado, idade, sexo e tempo que freqüenta a UNIEXP.

    Dentre os 16 (dezesseis) alunos 15 (quinze) eram do sexo feminino e 1 (um) era do sexo masculino totalizando um percentual de 93% feminino e 7% masculino. Neste grupo de 16 pessoas a idade da amostra estava compreendida entre 48 a 84 anos (média 71 anos) e com uma média de 4 anos de participação nos cursos da Uniexperiência.

Resultados e discussão

    Nutrição - 52,08% a alimentação inclui pelo menos 5 porções de frutas e hortaliças, evitam alimentos gordurosos e doces, e fazem de 4 a 5 refeições diárias; 22,92% afirmam que tomam estes cuidados quase sempre; e 25% disseram que as vezes tem este comportamento ou que não faz parte do estilo de vida deles. Totalizando uma média entre os participantes de 6,43 pode ser considerável segundo os autores do PEVI como um comportamento intermediário de qualidade de vida.

    É imprescindível lembrar que este componente pode sofrer alterações nos resultados devido a fatores externos que influenciam diretamente nos hábitos alimentares.

    a influência dos aspectos econômicos, social e psicológico no processo de envelhecimento não é um problema atual por estarmos verificando um crescente aumento demográfico da população idosa; percebe-se que a humanidade nunca esteve preparada para lidar com o fato de envelhecer. O envelhecer é um processo normal que acomete todas as pessoas, porem associadas a este processo estão as sucessivas perdas em função do declínio do ritmo biológico, e estas perdas estão diretamente relacionadas à forma de se alimentar deste idoso. (FRANK E SOARES, 2004, p. 3)

    Atividade física - 60,41% realizam ao menos 30 minutos de atividades físicas (de forma contínua, 5 ou mais dias na semana), realizam ao menos duas vezes por semana exercícios que envolvam força e alongamento muscular e caminham ou pedalam como meio de transporte todos os dias; 16,67 tem estes hábitos quase sempre que diários; e 22,91% afirmaram que estes cuidados não fazem parte do estilo de vida delas. Nesse fator a média das respostas dos participantes atingiu média = 6,43 o que também é considerado um comportamento intermediário.

    A atividade física quando feita de modo contínuo e bem planejada auxilia não só nos aspectos físicos, mas também no relacionamento com outras pessoas afinal quando se pratica qualquer atividade física as pessoas estarão propensas a fazer amizades e também diminuir o stress do dia-a-dia, além disso, praticar exercícios físicos contribui para um comportamento preventivo de forma que os mesmos fazem muito bem ao coração e contribuem para o bom funcionamento dos demais órgãos vitais, dependendo da intensidade e devendo sempre ser acompanhado de uma profissional competente.

    não esta claro se uma diminuição na atividade física habitual é uma parte normal do processo de envelhecimento. Certamente, muitos animais tornam-se menos ativos à medida que envelhecem. Entretanto, os seres humanos também oferecem reforço cultural à idéia de que a atividade física deve diminuir com o envelhecimento. Em sociedades desenvolvidas, espera-se que um idoso diminua seu ritmo e ‘tenha um descanso bem merecido’. Da mesma forma, em populações ‘primitivas’, os adultos jovens assumem as responsabilidades de caçar e armazenar para os membros mais velhos da comunidade. Shephard (1997 apud SHEPHARD e RODE, 1996, p. 18)

    Comportamento preventivo - 81,25% conhecem e controlam sua pressão arterial e níveis de colesterol diariamente; e 18,75% têm este comportamento quase sempre; 87,50% não fumam e nem ingerem álcool (ou ingerem com moderação) diariamente; e somente 12,50% têm este comportamento de fumar ou beber diariamente; 93,75% respeitam as normas de transito, se dirigem usam sempre cinto de segurança e nunca ingerem álcool diariamente; e 6,25% têm este comportamento quase sempre. Já nesse fator os participantes atingiram um índice considerado positivo, ou seja, média = 8,37.

    Relacionamentos - 64,58% afirmaram que procuram cultivar os amigos, estão satisfeito com seus relacionamentos, o lazer inclui encontros com os amigos e procuram ser ativos na comunidade em que vivem diariamente; 18,75% disseram que tem este comportamento quase sempre; 12,5% afirmaram que as vezes corresponde ao seu comportamento e 4,17% disseram não fazer parte do seu estilo de vida. No que se refere a relacionamentos foi obtido de média = 7,31 ficando em segundo lugar de seus comportamentos positivos.

    Controle do Stress - 54,16% disseram reservar ao menos 5 minutos para relaxar, mantém-se em uma discussão sem se alterar (mesmo quando contrariado) e equilibrar o tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado ao lazer diariamente; 25% afirmaram que este comportamento quase sempre faz parte do seu dia-a-dia e 20,84% às vezes corresponde ao seu comportamento ou absolutamente não faz parte do seu estilo de vida. Sendo assim, na media de respostas, ou seja, média = 6,68 é considerado como um comportamento intermediário.

    “A atividade física libera os hormônios acumulados durante os momentos de stress. Também funciona como uma espécie de tranqüilizante natural – depois do exercício a pessoa experimenta uma sensação de serenidade.” (BRASIL ESCOLA, 2008)

    A partir das respostas acima podemos assim configurar o pentáculo da nossa amostra da seguinte forma:

Figura 1. Pentáculo geral dos freqüentadores da UNIEXP.

Conclusão

    Concluímos que o fator idade não influencia de maneira nenhuma nos resultados, quanto ao sexo, na amostra utilizada não foi possível fazer uma comparação entre masculino e feminino, pois o percentual não se equiparava.

    Através do relato de Shephard (1997) podemos concluir que a diminuição da atividade física no processo de envelhecimento é considerado normal, porem não na amostra pesquisada. Nos dias atuais, o que se presencia é um processo de envelhecimento com pouco atividade fisica, ou seja, as pessoas quando estão na terceira idade, quase sempre não conseguem mais se exercitar, pois já encontram-se em um processo de sedentarismo avançado. Porém é necessário que se mude este comportamento, para que assim, os idosos tenham uma velhice saudável. O que se pode verificar que o curso da UNIEXP incentiva, pois quanto mais o freqüentam, mais perfil intermediário e positivo

    De modo geral o perfil traçado foi intermediário, porém é preciso destacar que os dois componentes que tiveram menor pontuação (nutrição e atividade física) deveriam ser reavaliados, por parte dos entrevistados, quanto a sua importância para uma boa qualidade de vida.

    De acordo com as fontes bibliográficas pesquisadas a prática de atividade física influencia de forma direta ou indireta nos cinco componentes desta forma: um idoso que pratica atividade física regularmente consegue controlar seu bem estar físico (nutrição, atividade física e controle preventivo) que por sua vez influencia o bem estar mental (relacionamentos e controle de stress).

Referências

  • BRASIL. Lei nº 3.561, de 23 de setembro de 2003. Estatuto do idoso. 2003. Disponível em: http://www.senado.gov.br/web/relatorios/destaques/2003057RF.pdf. Acesso em 13 jun. 2008.

  • BRASIL ESCOLA. Esporte e Saúde: guia prático. Disponível em: http://www.brasilescola.com/educacaofisica/esporte-saude.htm. Acesso em: 13 jun. 2008.

  • CASPERSEN et al.In: GUISELINI, Mauro. Aptidão Física Saúde Bem-Estar: Fundamentos Teóricos e Exercícios Práticos. 2ª edição. 2006.

  • FRANK, Andréa Abdala; SOARES, Eliane de Abreu. Influência dos fatores econômicos, sociais e psicológicos no estado nutricional do idoso. In: FRANK, Andréa Abdala; SOARES, Eliane de Abreu. Nutrição no envelhecer. São Paulo: Atheneu, 2004. p. 3.

  • GUISELINI, Mauro. Aptidão Física Saúde Bem-Estar: Fundamentos Teóricos e Exercícios Práticos. 2ª edição. 2006.

  • HEERDT, Mauri Luiz. O projeto de pesquisa. Disponível em: inf.unisul.br/~ines/pccsi/O_PROJETO_DE_PESQUISA_2004B.doc. acesso em 13 jun. 2008

  • LEONEL, Vilson; MOTTA, Alexandre de Medeiros. Ciência e pesquisa. Palhoça. Apostila da disciplina de Metodologia Cientifica e de Pesquisa do curso de Educação Física e Esporte da Unisul.

  • SHEPHARD, Roy J.; RODE, A. Padrões de atividade física. In: SHEPHARD, Roy J. Envelhecimento: atividade física e saúde. São Paulo: Phorte, 2003. p. 18.

  • WIKIPÉDIA, A enciclopédia livre. Pesquisa empírica. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pesquisa_emp%C3%ADrica. Acesso em 13 jun. 2008.

  • ______. Terceira idade. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Terceira_idade. acesso em 13 jun. 2008.

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