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Metodologia simplificada da determinaçâo
do consumo máximo de oxigênio das mulheres idosas

 

* Doutor em Ciências Pedagógicas pelo UEPK (Russia)

Livre Docente em Educação Física pelo UTAK (Russia)

Prof. do Mestrado SMA – Agropec do UnC

** Mestre em Fisiologia do Esforço pela UFSM, Brasil – 2002

Mestre em Ciências do Esporto pelo IESCFS, Rússia -1971

Graduada em Educação Física pelo IESCFS (Rússia) – 1971

Prof. do UnC (Brasil)

*** Graduada/o em Educação Física pelo UnC (Brasil)

Iouri Kalinine*

Galina Kalinina**

Ângela Cristina Marschall***

Eduardo Kalinine***

kalinin@uncnet.br

 

 

 

Resumo

          Um dos problemas atuais em todos os países do mundo é o aumento rápido do número das pessoas que ultrapassaram 60 anos de idade. Este aumento eleva gastos sociais no nível que não conseguem manter as pessoas ativas, assustando e ao mesmo tempo colocando em cheque toda a estrutura político-social que vinha sendo traçada até nossos dias. O problema da possível inatividade profissional das pessoas com saúde frágil na idade acima de 60 anos pode ser resolvido se os governantes derem maior atenção à Educação Física. Um meio mais eficaz do melhoramento da saúde somática dos idosos é a realização dos programas da atividade física para desenvolvimento dos processos aeróbicos. Mas antes de realizar os programas da atividade física para desenvolver e melhorar os processos aeróbicos das pessoas idosas, segundo diretrizes de ACSM, deve ser determinado o seu VO2 máx. Há vários testes para determinação do  VO2 máx, mas a maioria deles exige ou equipamento sofisticado ou esforço acima de 75 % do esforço máximo do testado que não é indicado para pessoas idosas. O objetivo da pesquisa foi investigar se o Teste de Caminhada de 100 metros pode ser utilizada como um instrumento confiável de determinação do  VO2 máx nas mulheres idosas. A amostra da pesquisa foi composta por 26 mulheres sadias com idade de 54,6 a 64,2 anos, as quais realizaram simultaneamente o Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina, e o Teste de Caminhada de 100 metros. Os testes foram realizados na pista de atletismo. Os resultados adquiridos mostraram que não há diferença significativa entre o Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina e o Teste de Caminhada de 100 metros. Desta forma, podemos confirmar que o Teste de 100 metros pode ser utilizado como um instrumento confiável da determinação de  VO2 máx nas mulheres de 55 a 64 anos de idade.

          Unitermos: Caminhada. Idosos. Consumo máximo de oxigênio.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 120 - Mayo de 2008

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Introdução

    Um dos problemas atuais em todos os países do mundo é o aumento rápido do número das pessoas que ultrapassaram 60 anos de idade.

    Os dados da Organização Mundial de Saúde mostram que a população de idosos acima de 60 anos, se estima que cresça em 16 vezes no intervalo de 1950 a 2020. (MATSUDO, 2001).

    Nos Estados Unidos o aumento esperado dos sujeitos com idade acima de 65 anos já no ano de 2010 será de 37% da população total (HASKEL apud MATSUDO, 2001).

    Nos países em desenvolvimento como, por exemplo, Brasil a situação é amena, mas a velocidade do crescimento da população idosa é assustadora.

    Segundo Nahas (2001), a população brasileira acima de 60 anos cresceu de 6% no ano 1980 para 7,9% no ano 2000 com estimativa de crescer até o ano de 2025 acima de 13% da população total.

    Este aumento rápido do número das pessoas acima de 60 anos de idade tem repercussões em praticamente todos os domínios do Estado e da sociedade, particularmente nos cuidados de saúde, nos mercados do emprego e do trabalho, nas medidas de proteção social e no crescimento econômico, colocando em cheque toda a estrutura político-social que vinha sendo traçada até nossos dias.

    O caráter repentino das alterações demográficas, a que se somam os níveis, já alarmantes de pobreza e de diminuição dos recursos dos países em desenvolvimento, sublinha a necessidade premente de formular uma política que tenha em conta perspectivas inovadoras.

    O aumento da longevidade, embora seja festejado pela sociedade, tem repercussões profundas nas questões relacionadas com a qualidade de vida e um envelhecimento saudável, com a idade e a integração social, com a situação das mulheres mais idosas e com a promoção do apoio e da segurança coletiva durante toda a vida.

    O problema da possível inatividade profissional das pessoas com saúde frágil na idade acima de 60 anos pode ser resolvido se os governantes derem maior atenção à Educação Física. Pois a atividade física realizada corretamente não só retarda o envelhecimento do ser humano, mas permite ficar ativo profissionalmente até os últimos anos de vida. (Amocov; Bendet, 1984; Pirogova, 1985; Pollock; Wilmore 1993; Apanacenko, 1988; Fox; Bowers; Foss, 1991; Milhner, 1991; McArdle; Katch, F; Katch, V., 1992; Leite, 1996; 2000, Sharkey, 1998; Nahas, 2001; ACSM, 2003).

    Um meio mais eficaz do melhoramento da saúde somática dos idosos é a realização dos programas da atividade física para desenvolvimento dos processos aeróbicos.

    Considerando que a parte da produção energética aeróbia é predominante a soma total do potencial energético do ser humano (McArdle; Katch, F; Katch, V. 1992), é possível afirmar que a grandeza máxima das capacidades aeróbias do organismo é o critério básico para a Saúde Somática e capacidade vital.

    A mesma afirmação encontra-se nos trabalhos de Amoçov e Bendet (1984). Segundo eles, a grandeza do consumo máximo de oxigênio é o valor quantitativo do nível de Saúde Somática do ser humano e pode ser considerado como o indicador de “Quantidade de Saúde”.

    Mas antes de realizar os programas da atividade física para desenvolver e melhorar os processos aeróbicos das pessoas idosas, segundo diretrizes de ACSM (2003), deve ser determinado o seu VO2 máx.

    Pois, se para as pessoas jovens, um erro na elaboração do programa não leva-lo somente para o resultado desejado, o mesmo erro pode levar o sujeito da terceira idade aos danos para sua saúde. (ACSM, 2003).

    A elaboração correta dos programas para o desenvolvimento orgânico do ser humano através das atividades físicas exige a determinação precisa dos índices do seu desenvolvimento físico, relacionados à saúde. Para isso, a população deve ter em sua disponibilidade os equipamentos simples, precisos e accessíveis.

    Os índices do desenvolvimento físico relacionados à saúde, segundo Neiman (1999), Nahas (2001) e ACSM (2003) são: IMC, Força, Flexibilidade e Consumo Máximo de Oxigênio (VO2máx). Entre estes a maior influência sobre saúde do ser humano exerce o VO2máx que caracteriza o nível do desenvolvimento dos processos aeróbicos do ser humano. (GIBBONS et. al. apud MILHNER, 1991; Apanacenko 1988; SHARKEY, 1998; BRINGMANN apud WEINECK, 2000; ACSM, 2003).

    Existem vários testes para determinação de VO2 máx., mas a maioria deles exige ou equipamento sofisticado ou esforço acima de 75 % do esforço máximo do testado, que não é indicado para pessoas idosas. (WHO, 1971 apud DUBROVSKI, 1998; KARPMAN; BELOTSERKOVSKI; GUDKOV, 1988; MILHNER, 1991; SHARKEY, 1998; ACSM, 2003).

    Segundo Dubrovski (1998), a freqüência cardíaca máxima (FC max) dos sujeitos durante o teste do esforço físico não pode ultrapassar superar 140 bpm para pessoas de idade de 50 a 60 anos e 130 bpm para pessoas de idade acima de 60 anos.

    Tratando-se das mulheres idosas (de idade acima de 55 anos) sentimos a necessidade de achar um teste fidedigno, que não provoca danos para saúde.

    O Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina (KALININA, 2002) é considerado um dos testes, mais simples para determinação de VO2 máx, mas os resultados da nossa pesquisa piloto mostraram que este teste pode vir a ser prejudicial para as mulheres idosas, pois durante a realização deste teste algumas mulheres alcançaram a FC acima de 140 bpm.

    Os resultados da mesma pesquisa piloto mostraram também que a dinâmica do aumento da FC se padroniza após de 40 segundos de caminhada.

Objetivo

    Considerando acima escrito, o objetivo da pesquisa foi investigar se o Teste de Caminhada de 100 metros pode ser utilizado como um instrumento confiável na determinação de VO2 máx. das mulheres idosas.

Metodologia

    A amostra da pesquisa foi composta por 26 mulheres sadias com a idade de 54,6 a 64,2 anos (29 do Município de Concórdia e 7 do Município de Santa Maria).

    De acordo com as diretrizes nacionais de pesquisa envolvendo seres humanos, explícitas na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil, foi explicado os objetivos do estudo. Diante do aceite todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

    A pesquisa foi realizada em cinco fases.

    Na primeira fase da pesquisa foram determinados os indicadores antropométricos dos sujeitos da amostra pesquisada.

    Na segunda fase os sujeitos da amostra fizeram simultaneamente o Teste de Caminhada de 100 metros e o Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina.

    Procedimento da realização dos testes.

    Instrução para o sujeito testado: Caminhar uma volta pela pista de atletismo com “a velocidade o mais rápida que puder”. Não se afastar mais do que 0,5 metros da borda inferior da pista de atletismo. Caminhar com a velocidade igual em toda a distância. Ao terminar o teste, continuar a caminhar por mais 20 metros com a mesma velocidade.

    Iniciar o teste de caminhada com as palavras: Entendeu! Pronto! Vá!

    Ligar cronômetro de Relógio ACCOREX PLUS e cronômetro esportivo junto com a palavra: Vá! Na marca de 100 metros de caminhada parar o cronômetro esportivo. Nos últimos 20 metros de caminhada de 400 metros o professor acompanha o sujeito pesquisado, segurando o pelo braço, com a finalidade de parar o cronômetro de Relógio ACCOREX PLUS.

    Durante a realização desta parte de pesquisa foram registrados os seguintes dados:

  • Tempo de caminhada dos primeiros 100 metros (T1);

  • Tempo de caminhada de 400 metros (T2);

  • Freqüência Cardíaca no final de caminhada dos primeiros 100 metros em bpm, determinada durante os 5 últimos segundos de caminhada de 100 m (FC1);

  • Freqüência Cardíaca no final de caminhada de 400 metros em bpm, determinada durante os 10 últimos segundos de caminhada de 400 metros (FC2).

    Na terceira fase, com a base da equação do Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina, foi proposta a seguinte equação de regressão múltipla para o VO2 máx. determinado pelo Teste de Caminhada de 100 metros:

VO2 max (100 m) = 132,9 – 0,169 • P – 0,388 • Id – A • T1 – B • FC1

Onde: VO2 máx (100 m) – consumo máximo de oxigênio em ml×kg-1×min-1 determinado através da caminhada de 100 metros.

P - peso em Kg.

Id. – idade em anos.

T1 – tempo total de caminhada de 100 metros em minutos.

FC1 - freqüência cardíaca, medida nos últimos 5 segundos da caminhada de 100 metros.

Os quocientes A e B da regressão múltipla proposta.

Os quocientes A e B foram calculados através da utilização da equação:

VO2 máx. (400 m) = VO2 máx. (100 m) e a sua transformação nas equações seguintes:

A = 13,13 • T2/ T1

B = 0,166 • FC2/ FC1

    Na quarta fas foi determinado VO2 máx. dos sujeitos da amostra pela equação de Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina e equação do Teste de Caminhada de 100 metros proposta.

    Na quinta fase foi realizada a análise comparativa entre o VO2 máx determinado pelo Teste de Caminhada de 400 m e o VO2 máx determinado pelo Teste de Caminhada de 100 m.

Instrumentos

    Na realização da pesquisa foram utilizados os seguintes instrumentos:

  • Ficha de anamnese;

  • Transmissor Polar

  • Relógio ACCOREX PLUS;

  • INTERRACE PLUS

  • MC PENTIUM

  • Balança de alavanca FilizolaTM com precisão de ±50g.

  • Estadiômetro de madeira com precisão de ±0,5cm.

  • Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina (Kalinina, 2002).

Tratamento estatístico

    Para tratamento estatístico foram utilizados os métodos da estatística paramétrica (média, desvio padrão, Teste “t” de Student para amostras dependentes) e não paramétrica (correlação de Pearson).

Resultados e discussão

    Os resultados da pesquisa estão apresentados nas Tabelas 1 a 3 e Gráfico 1.

Tabela 1. Os dados antropométricos dos sujeitos de amostra pesquisada

 

 

Idade

Peso

Estatura

IMC

anos

kg

cm

n = 26

Min

54,6

52,8

153

21,7

Max

64,2

94,0

174

32,9

Media

58,5

68,8

161,5

26,4

DP

3,0

9,8

6,4

3,1

    Na tabela 2 estão apresentados os cálculos dos quocientes A e B de regressão múltipla da determinação VO2 máx. pelo teste da Caminhada de 100 metros e as FC dos sujeitos de amostra pesquisada no final de 100 metros (FC1) e no final de 400 metros (FC2) de caminhada.

    Estes resultados mostram que 17 sujeitos da amostra durante a Caminhada de 400 metros receberam carga física, segundo Dubrovski (1998), alem dos limites recomendados (140 bpm para idade de 50 a 60 anos e 130 bpm para idade acima de 60 anos). Isso significa que o Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina não pode ser recomendado para determinação de VO2 máx para mulheres na idade acima de 55 anos.

    Tabela 2. Os resultados da realização simultânea dos testes de caminhadas de 100 e de 400 metros pelos sujeitos de amostra pesquisada e determinação dos coeficientes A e B de regressão:

VO2 máx. (100 m.) = 132,9 – 0,169 • P – 0,388 • Id.– A • T1 – B • FC1

Nome

Legenda

Idade

T1

FC1

T2

FC2

A

B

anos

min

bpm

min

bpm

1

59,5

0,825

132

3,36

160

53,47

0,201

2

58,9

0,897

128

3,8

144

55,62

0,188

3

56,6

0,918

126

3,75

139

53,63

0,183

4

55,6

0,732

145

3,17

159

56,86

0,182

5

56,9

0,73

146

3,27

154

58,81

0,175

6

56,7

0,883

116

3,63

141

53,43

0,202

7

64,2

0,858

125

3,6

137

55,09

0,182

8

62,4

0,937

98

3,89

108

54,5

0,183

9

56,1

0,832

129

3,63

137

57,28

0,176

10

62,8

0,885

116

3,61

135

53,55

0,193

11

62,3

0,902

94

3,73

111

54,29

0,196

12

57,6

0,92

125

3,9

144

55,63

0,191

13

54,8

0,818

130

3,45

146

55,37

0,186

14

60,0

0,915

137

3,81

152

54,67

0,184

15

58,0

0,798

138

3,38

153

55,61

0,184

16

55,8

0,807

144

3,43

159

55,8

0,183

17

61,1

1,00

120

4,11

128

53,96

0,177

18

56,1

1,017

109

4,23

115

54,61

0,175

19

57,2

0,883

129

3,55

151

52,78

0,194

20

55,4

0,828

124

3,71

132

58,83

0,177

21

54,6

0,782

137

3,38

152

56,75

0,184

22

64,2

0,928

102

3,86

115

54,61

0,187

23

59,5

0,757

124

3,00

157

52,03

0,210

24

55,7

0,932

116

3,74

137

52,69

0,189

25

54,8

0,81

124

3,25

143

52,68

0,191

26

57,4

0,98

126

3,97

142

53,19

0,187

Média

58,5

0,868

124,6

3,62

140,4

54,84

0,187

DP

3,1

0,078

13,4

0,29

15,0

1,80

0,008

 

Obs: A=13,13• T2/ T1;   B=0,166•FC2/FC1

    Os dados apresentados na tabela 2 mostram também que a FC no final de caminhada de 100 metros superou os limites recomendados nos sujeitos 4 (145 bpm), 5 (146 bpm) e 16 (144 bpm). Mas estes sujeitos alcançaram a FC superior a 140 bpm somente nos últimos 5 segundas de caminhada de 100 metros, têm nível do desenvolvimento de VO2 máx., segundo Cooper; Blair; Barlow (1989) apud Pollock; Wilmore (1993) “Acima de média” (31,1 ml×kg-1×min-1; 30,5 ml×kg-1×min-1; 29,4 ml×kg-1×min-1 respectivamente) e por isso a FC alcançada não pode ser considerada para elas como prejudicial.

    Na base dos resultados apresentados na tabela 2 foi elaborada a equação para cálculo de consumo máximo de oxigênio determinado pelo caminhada de 100 metros, que é:

VO2 máx. (100 m.) = 132,9 – 0,169 • P – 0,388 • Id – 55,36 • T1 – 0,184 • FC1

Onde: P – peso em kg;

Id – Idade em anos:

T – tempo em minutas;

FC – em bpm nas ultimas cinco segundos de caminhada de 100 metros

Tabela 3. Os dados da análise comparativa entre o VO2 máx. determinado pelo Teste de Caminhada de 100 m e o VO2 máx determinado pelo Teste de Caminhada de 400 m. das mulheres sadios com idade de 55 a 64 anos de amostra pesquisada.

 

VO2 máx. 100

VO2 máx. 400

DVO2 = VO2 máx. 100 - VO2 máx. 400

ml×kg-1×min-1

ml×kg-1×min-1

ml×kg-1×min-1

%

Média

27,89

27,93

- 0,04*

0,14 %*

DP

3,96

3,56

1,12

 

Obs.: Os dados marcadas com (*) indicam que não há diferença significativa (p=0,435) entre VO2 máx. 100 e VO2 máx. 400.

Gráfico 1. Análise correlativo entre o VO2 max determinado pelo Teste de Caminhada de 100 m e o VO2 max determinado pelo Teste de Caminhada de 400 m

    Os resultados apresentados na tabela 3 mostram que o VO2 máx dos sujeitos, determinado pelo Teste de Caminhada de 100 m. tem a mesma precisão de predição de VO2 máx determinado pelo Teste de Caminhada de 400 m., pois segundo teste “t” de Student para amostras dependentes, não há diferença significativa, (p = 0,435), entre estes dois métodos da predição de VO2 máx dos sujeitos pesquisados.

    Sabendo que a precisão na determinação de VO2máx pelo Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina é de DP = 15% e a diferença na determinação de VO2máx dos sujeitos de amostra pesquisada pelos testes de caminhada de 100 e 400 metros, em média, é de 0,14 %, podemos afirmar que a precisão da determinação de VO2 máx dos sujeitos de sexo feminino na idade de 55 a 64 anos pelo Teste de Caminhada de 100 metros tem o mesmo valor que é DP = 15%.

    Então, os resultados de pesquisa apresentados na tabela 3 mostraram que o Teste de Caminhada de 100 metros pode ser utilizado para determinação de VO2máx das mulheres de idade de 54 a 64 anos.

    O Teste de Caminhada de 100 metros proposto não provoca nem cansaço, nem desconforto do testado. É mais fácil de ser realizado e tem o mesmo nível de precisão da determinação de VO2 máx.do sujeito testado como no Teste de 400 metros de Kalinina (KALININA, 2002).

O Teste de Caminhada de 100 metros proposto

    Procedimento de realização do teste.

    Instrução para o sujeito testado: Caminhar mais rápido que puder uma distancia de 100 metros. Caminhar com a velocidade igual toda a distância. A começar a caminhada, ligar o relógio e ao terminar o teste, desligá-lo.

    Consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.) dos sujeitos deve ser determinado pela equação:

VO2máx. (100 m.) = 132,9 – 0,169 • P – 0,388 • Id – 55,36 • T1 – 0,184 • FC1

Onde: VO2máx. (100 m) – consumo máximo de oxigênio em ml×kg-1×min-1 determinado através da caminhada de 400 metros.

P - peso em Kg.

Id – idade em anos.

T – tempo total de caminhada de 400 metros em minutos.

FC - freqüência cardíaca, medida nos últimos cinco segundos da caminhada de 100 metros.

Conclusão

    Baseando-se nos resultados obtidos pela pesquisa realizada, podemos fazer as seguintes conclusões:

1.     O Teste de Caminhada de 400 metros de Kalinina (KALININA, 2002) não pode ser recomendado para determinação de VO2 máx para mulheres na idade acima de 55 anos.

    Os resultados da pesquisa mostram que 17 sujeitos da amostra durante a Caminhada de 400 metros receberam a carga física acima dos limites recomendados, 140 bpm para idade de 50 a 60 anos e 130 bpm para idade acima de 60 anos.

2    O Teste de Caminhada de 100 metros proposto pode ser utilizado para determinação de VO2máx das mulheres na idade de 55 a 64 anos, pois tem o mesmo nível de precisão da determinação de VO2 máx do sujeito testado como o Teste de 400 metros de Kalinina e não provoca o cansaço do testado, é mais fácil de ser realizado comparando com os testes de determinação de VO2 máx já existentes.

    A precisão da determinação de VO2 máx dos sujeitos do sexo feminino com idade de 55 a 64 anos pelo Teste de Caminhada de 100 metros é de DP = 15%.

Referências

  • AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, Diretrizes do ACSM para os Testes de Esforço e sua Prescrição. 6. Ed. Rio de Janeiro: Editora GUANABARA KOOGAN S.A. 2003.

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  • APANACENKO, G.L. Saúde Física do Indivíduo: os aspectos metodológicos, n.2. Boletim de academia das Ciências Médicas de URSS, 1988. (Tradução nossa)

  • DUBROWSKI,V. I. Medicina Esportiva. Livro Didático. WLADOS. Moscou,1998. (Tradução nossa).

  • FOX, L.E., BOWERS, R.W., FOSS, M.L. Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportos. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1991.

  • KALININA, Galina. VO2max & Saúde Somática: metodologia simplificada da determinação. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano) – Universidade Federal de Santa Maria, 2002.

  • KARPMAN, V.L.; BELOTSERKOVSKI, Z.B. & GUDKOV, I.A. Testes em Medicina Esportiva. Moscou: FIS, 1988. (Tradução nossa).

  • LEITE, Paulo Fernando. Aptidão física esporte e saúde. 3. ed. São Paulo: Robe, 2000.

  • Exercício, Envelhecimento e Promoção da Saúde: Fundamentos de prescrição de exercício em idosos. Belo Horizonte: Health, 1996.

  • MATSUDO, SANDRA MARCELA MAHECHA. Envelhecimento &Atividade Física, 2001.

  • McARDLE, W. D., KATCH, F. I., KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992.

  • MILHNER, E.G. Equação da Vida: as Bases Metodológicas da Cultura Física para a Saúde. Moscou: Cultura Física e Desporto, 1991. (Tradução nossa).

  • NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Miograf, 2001.

  • NIEMAN, David C. Exercício e saúde. 1. ed. São Paulo: Manole Ltda, 1999.

  • POLLOCK, Mechel l., WILMORE, Jack H. Exercícios na Saúde e na Doença: avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. Rio de Janeiro : MEDSi, 1993.

  • PIROGOVA, E. A. Estado físico dos homens de idades diferentes e sua correção através dos programas de Saúde. Dissertação de pós-doutorado. Kiev,1985. (Tradução nossa).

  • SHARKEY, BRIAN J. Condicionamento Físico e Saúde., 4.ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

  • WEINECK. J. Biologia do Esporte. Editora Manole Ltda. São Paulo, 2000.

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