efdeportes.com
Treinamento de diferentes alturas do salto em profundidade

   
Departamento de jogos, EEFD-UFRJ.
Departamento de jogos, EEFD-UFRJ, Procimh - RJ.
(Brasil)
 
 
Jacques Araújo Netto, Esp.*  
José Fernandes Filho, PhD.**
jantt@uol.com.br
 

 

 

 

 
Resumo
     O objetivo do presente estudo foi verificar a variação da potencia (P) nas diferentes alturas de queda (AQ) com o treinamento nas diferentes AQ e a relação entre, o treinamento de diferentes alturas e a P desenvolvida no salto vertical (SV) em distintas profundidades e tendo como objetivos específicos, analisar as diferentes alturas de queda do salto em profundidade (SP) com a variação da P em cada profundidade, analisar as variáveis com o SV e o SP e comparar o treinamento de pliometria de diferentes alturas. As variáveis estudadas foram salto sem contra-movimento, salto com contra-movimento, SP de 20 cm, SP de 40 cm, SP de 60 cm, teste de Shutlle run, P do salto sem contra-movimento, P do SP de 20 cm, P do SP de 40 cm, P do SP de 60 cm e P de Shutlle run com o treinamento de diferentes AQ de 20 cm, de 40 cm, de 60 cm, a amostra foi composta de vinte jogadores de voleibol do sexo masculino com idade 16,8±1ano, medindo 172,6 ± 6,3 cm e pesando 67,03 ± 8,31 kg, pertencentes à equipe de voleibol do Colégio Naval. O SP apresenta uma AQ mínima e máxima que não melhora o aproveitamento do ciclo de alongamento e encurtamento (CAE), o que neste estudo é observado na profundidade entre 40 cm e 60 cm respectivamente, e nos leva a concluir que a AQ ideal para o treinamento se encontra entre essas alturas. Para o grupo estudado, as alturas de: 20 cm e 40 cm, não apresentaram melhora significativa da potência, o que nos remete à necessidade de desenvolver uma força de membros inferiores para um melhor aproveitamento do CAE. A resposta ao treinamento se apresentou melhor na altura de 60 cm, fato esse devido à sobrecarga na proximidade da altura que pode ser considerada como a ideal.
    Unitermos: Voleibol. Salto em profundidade. Treinamento. Potência.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 116 - Enero de 2008

1 / 1

Introdução

    O Brasil é reconhecidamente o país do voleibol1 e evidencia em seus praticantes o desenvolvimento físico, motor, social e psicológico2, ao longo dos anos vêm evoluindo como prática esportiva de massa por via da fisiologia, da tecnologia e de estudos científicos específicos3 e em relação às ações efetuadas no jogo, é classificado como de uma estrutura acíclica, com alternância de intensidade e dominância biomotora de coordenação, potência, força e resistência4, já a melhora do repertório técnico-tático está ligada ao nível de preparação funcional e ao aumento da estabilidade da habilidade motora específica em situação de fadiga crescente5, pois deve ser capaz de reagir rápida e explosivamente, sendo imprescindível à força máxima, potência e resistência, cujos sistemas energéticos utilizados são o anaeróbio aláctico, o anaeróbio láctico e o aeróbio. Como fatores limitadores possuem a força reativa, a potência-resistência e resistência muscular de média duração6.

    A potência (P) é capacidade do sistema neuro-muscular de produzir a maior força possível no menor período de tempo, que matematicamente, seria o produto da força muscular (F), multiplicado pela a velocidade (V) do movimento (P= F x V)7, ou a capacidade de executar de trabalho (w) em um tempo curto, matematicamente, definido como o quociente entre o trabalho e o tempo (P= W x T)6,8,9.

    No esporte de alto rendimento preparadores físicos e técnicos, obedecendo ao princípio da especificidade, procuram aplicar métodos alternativos menos desgastantes e mais atrativos para o desenvolvimento das valências físicas3 e utilizam procedimentos que permitem a obtenção de resultados satisfatórios em curto espaço de tempo de treinamento10 e um elemento de grande importância em varias modalidades esportivas é a capacidade de impulsão ou capacidade de salto11, aonde distintos métodos vêm sendo desenvolvidos na tentativa de melhorar essas capacidades, e três tendências básicas são encontradas; treinamento com pesos, multi-saltos e principalmente pliometria12-14. Na tentativa de explicar as variáveis intervenientes na execução do SV14-16, foram utilizados testes esportivos motores, ressaltando-se o jump-and-reach17 e o sargent jump test18, já as técnicas mais utilizadas foram o squat jump e o Conter movement jump.

    As frações de massa gorda encontram-se negativamente associados à força explosiva e à capacidade dos saltos19-23, porem o comprimento dos segmentos tem demonstrado grande influência sobre o desempenho atlético24-27, que pode ser descrito pelo elevado índice crural27 e esquelético21. Um dos fatores de maior influencia no SV é a coordenação motora28, que gera aumentos na impulsão vertical29,30 e o estabelecimento das relações entre a altura máxima no SV, a força e outros elementos envolvidos é importante para o desenvolvimento de metodologias de treinamento, tanto para a capacidade do salto como para a P31.

    O método de choque originou-se na URSS, a partir dos estudos publicados por Popou em 1967 e Verghoshanski em 1968 e é também conhecido por excêntrico-concêntrico ou treinamento da força dinâmica negativa7 e ocorre de acordo com as fases amortização (contração excêntrica (CE)), estabilização (reflexo miotático (RM)) e suplementação (CE + RM) que estão associados ao ciclo de alongamento e encurtamento (CAE), cuja função é aumentar o rendimento motor em movimentos que utilizam ações musculares excêntricas, seguidas imediatamente por ações musculares concêntricas14, pois a energia elástica armazenada e deformada é comprimida e utilizada para aumentar a produção motora32, porem, se a passagem de uma fase para outra for lenta, a energia potêncial elástica será dissipada na forma de calor, não se convertendo em energia e Bompa6, refere-se a exercícios de saltos e de SP, onde os músculos podem ser exercitados pela colaboração da gravidade ou pela oposição ou resistência a ela, e a forma mais simples é o impulso vertical com os dois pés, após o salto profundo de uma altura criteriosamente determinada33.

    Estudos realizados na tentativa de quantificar a contribuição do acúmulo de energia potencial elástica encontraram que os tendões eram a estruturas mais importantes ligadas ao grau de rigidez14,26,34-35 e os movimentos com menores deslocamentos angulares e grandes velocidades permitem uma melhor utilização da energia potencial elástica10,36, pois as amplitudes maiores ativam os órgãos tendinoso de golgi, causando inibição do movimento.

    Um aparelho pliométrico utiliza-se do peso corporal e da força da gravidade, cuja finalidade é o desenvolvimento da força explosiva, principalmente nos membros inferiores37 e tem como fundamento aumentar a velocidade do centro de gravidade no momento de contato com o solo e gerar uma sobrecarga na fase excêntrica, necessária para o amortecimento da massa corporal, aumentando a energia potencial elástica armazenada e produzindo uma facilitação neural que potencializará a força concêntrica.

    As vantagens do treinamento pliométrico são a melhoras da coordenação intramuscular, rápido ganho de força, aumento de força em atletas de força rápida, melhor aproveitamento do CAE e adequação a qualquer nível de treinamento de pliometria e as desvantagens é a alta carga psicofísica, riscos de lesões, pequeno aumento em um alto nível de coordenação intramuscular e prejudicada eficiência se a altura não for adequada17. O objetivo do presente estudo foi verificar a variação da P nas diferentes AQ com o treinamento nas diferentes AQ e a relação entre, o treinamento de diferentes AQ e a P desenvolvida no SV em distintas profundidades e tendo como objetivos específicos, analisar as diferentes alturas de queda do SP com a variação da P em cada profundidade, analisar as variáveis com o SV e o SP e comparar o treinamento de pliometria de diferentes alturas.


Materiais e métodos

    A pesquisa foi comparativa38 e foi utilizado para essa pesquisa o método experimental38, com o objetivo de identificar qual das variáveis independentes determina a causa da variável dependente e do fenômeno em estudo.

    Os Instrumentos utilizados foram: Balança (Welmy, Brasil), Estadiômetro (Welmy, Brasil), Fita Métrica (Sanny, Brasil), Paquímetro (Sanny, 75 cm, Brasil), Adipômetro (Sanny, 3M, Brasil), Plintos de diferentes alturas (20 cm, 40 cm, 60 cm), Tábua de impulsão vertical e cronômetro (Cassio, Japão).

    A antropometria apresenta informações para a predição e a estimação de vários componentes corporais39 e faz-se necessário uma descriminação dos dados e a metodologia empregada em cada variável40. As variáveis do presente estudo foram: Estatura39, Massa Corporal39, Índice de Massa Corporal (IMC)41-42, Perímetros Musculares43, Índice Cintura-Quadril39, Dobras Cutâneas44-46 e, Percentual de Gordura (%G)39 - sete dobras cutâneas para homens, Teste de Impulsão Vertical39, SP de alturas de (20 cm, 40 cm, 60 cm) e Comprimentos27.

    Participou do presente estudo 20 atletas de voleibol do Colégio Naval (CN) de 16,8 ± 1ano, medindo 172,6 ± 6,3 cm e pesando 67,03 ± 8,31 kg, o senso foi do tipo limitado no tempo, com características definidas e adotou-se, como critério de inclusão todos aqueles indivíduos matriculados no CN, cujos responsáveis e/ou alunos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido de acordo com a lei 196/96. Foi assegurado que, a qualquer momento, poderiam sanar suas dúvidas, questionar os procedimentos dos testes, seus objetivos, ou mesmo deixar de compor o quadro de voluntários e foi recomendado aos atletas que mantivessem em seus hábitos normais de hidratação, nutrição e não executar treinamento em paralelo, essas variáveis juntamente com o desgaste em função das verificações físicas e intelectuais, não foram controladas.

    Os dados foram obtidos em uma sessão de treinamento e após a explicação dos objetivos, procedimentos e importância do estudo, foram submetidos à avaliação das variáveis estudadas e após a aplicação do treinamento de diferentes alturas, foram realizados os pós-testes e os dados das fases pré e pós-treinamento foram submetidos aos tratamentos estatísticos e a análise dos resultados, para que se pudesse verificar a relação com os objetivos do estudo.

    Foram calculadas as potências para o teste de Shutlle run (PSR), impulsão vertical sem contra-movimento (PS), impulsão vertical com contra-movimento (P0) e dos saltos em profundidade 20 cm (P20), 40 cm (P40) e 60 cm (P60) e para estes cálculos das potências foram utilizadas as equações abaixo:


Onde:
PSR = P de Shutlle run.
p = massa corporal.
dSR = distância percorrida no teste (15m).
tSR = tempo de execução do teste.


Onde:
PS = P de salto sem contra-movimento.
p = massa corporal.
g = aceleração da gravidade (9,8m/s2).
h0 = altura máxima atingida após a execução do SV do chão, sem contra-movimento.


Onde:
P0 = P de salto com contra-movimento (0 cm).
p = massa corporal.
g = aceleração da gravidade (9,8m/s2).
h0 = altura máxima atingida após a execução do SV do chão, com contra-movimento.


Onde:
P20 = P de SP (20 cm).
p = massa corporal.
g = aceleração da gravidade (9,8m/s2).
h20 = altura máxima atingida após a execução do SV em profundidade de 20cm, com contra-movimento.


Onde:
P40 = P de SP (40 cm).
p = massa corporal.
g = aceleração da gravidade (9,8m/s2).
h40 = altura máxima atingida após a execução do SV em profundidade de 40 cm, com contra-movimento.


Onde:
P60 = P de SP (60 cm).
p = massa corporal.
g = aceleração da gravidade (9,8m/s2).
h60 = altura máxima atingida após a execução do SV em profundidade de 60cm, com contra-movimento.

    Com o objetivo de planejamento, aplicação e realização do treinamento em distintas profundidades, o grupo de atletas foi dividido aleatoriamente entre as alturas, em quatro grupos de trabalho distintos, e ficaram assim definidos: Grupo 1 -G1, sem altura de queda para treinamento; Grupo 2 - G2, altura de queda de 20 cm de treinamento; Grupo 3 - G3, altura de queda de 40 cm de treinamento; Grupo 4 - G4, altura de queda de 60 cm de treinamento. Conforme sumarizado na tabela 1, foi realizado no período pré-competitivo, e após a realização das medidas antropometricas, foram realizados os testes iniciais, correção da técnica do exercício no período de adaptação, treinamento nas AQ correspondentes a cada grupo, recuperação e a realização dos pós-testes.

    X Sem. representa a quantidade de vezes por semana, Rep. representa o número de repetições, AQ representa a altura d queda, Int. EX. o intervalo entre exercícios, Int. Série o intervalo entre séries, Adap. representa adaptação, Trein. representa treinamento, Recup. representa recuperação e AT representa altura de treinamento.


Tratamento estatístico

    Objetivando definir o perfil do conjunto de dados, foram estimadas medidas de localização e dispersão47 e para a análise inferêncial foi aplicado o teste de Shapiro-Wilk tomando ɑ = 0,05 e as hipóteses: H0: A variável i se aproxima da distribuição normal, H1: A variável i não se aproxima da distribuição normal. A P desenvolvida no SV foi comparada entre as profundidades (0, 20, 40 e 60 cm) e entre os grupos (1, 2, 3 e 4) através de análise de variância (ANOVA) two-way com teste post-hoc de Fisher assumindo uma significância equivalente a ɑ = 0,05 com o objetivo de verificar a variação da P nas diferentes alturas de treinamento, comparar o pré com o pos-treinamento em cada AQ e verificar as respostas dos grupos ao treinamento nas diferentes AQ.


Resultados e discussão

    O treinamento da potência tem por objetivo aumentar a capacidade muscular de gerar força no menor tempo possível45, e é utilizado em esportes que envolvem velocidade, mudança de direção e saltos como o voleibol e melhorar a capacidade do SV são os objetivos de inúmeros desportos.

    Foram organizados na Tabela 2, os valores médios da variação da P e dos ganhos em cm de cada altura e as suas diferenças de pré com pós e o seu percentual em cada AQ.

    A tabela 2 sumariza os resultados encontrados no presente estudo, onde foram verificados diferentes resultados nas diferentes alturas de treinamento, com ganhos de: 4,4 cm; 8,5 cm; 8,3 cm e 10,8 cm, respectivamente para as AQ de 0, 20, 40, 60 cm, resultados esses próximos aos achados pôr Bartholomew59, que conseguiu ganhos de 10,2 cm; Stebem e Stebem60, com ganhos de 10 cm; Bosco e Pittera61, com 9,4 cm; Polhemus62, com 8,1 cm; Brown63, com 7,1 cm, dentre outros.

    Os resultados em percentual de melhora em centímetro encontrados foram: 8,2%; 16,7%; 16,6% e 22,7% respectivamente para as AQ de 0, 20, 40 e 60 cm, valores compatíveis com os achados de Komi e Bosco51, onde a melhora do desempenho encontrado foi de 10 a 20% para homens, e 12 a 23% para mulheres.

    Em relação à variação da P, expressa em watts, o resultado encontrado para a diferença da P no pré e pos-treinamento nas AQ de 0, 20, 40 e 60 cm, respectivamente, foi: 1000,8 w; 1875,9 w; 1830,5 w e 2445,3 w, e os resultados em percentual de melhora foram: 4,4%; 8,5%; 8,3% e 11,4%, respectivamente.

    A Figura 1 mostra a variação da potência de cada grupo, nas diferentes alturas e é percebido que a potência aumentou à medida que a profundidade foi aumentando, fato este que pode ser relacionado devido à energia elástica acumulada nos tendões e músculos e também ao aumento dos ângulos do tornozelo, joelho e quadril na fase de aterrizagem do corpo, o que esta de acordo com Komi e Bosco51, que afirmaram que a habilidade de estocar e reutilizar a energia elástica, bem como com as diferentes características mecânicas das unidades motoras e suas respectivas composições das fibras musculares durante a fase de desaceleração do salto com contra-movimento, onde se oferecem melhores condições de estocar energia elástica e de reutilizá-la.

    Em trabalho posterior, Bosco e Komi52, concluíram que o pré-estiramento pode influenciar na curva de velocidade da força e que a melhora do desempenho pode estar relacionada à combinação do uso de energia elástica, para a potêncialização do reflexo de estiramento. O uso da energia elástica melhora o desempenho nos exercícios que envolvem o CAE48 e os SP são os que melhor contribuem para o aumento da força produzido pelos músculos extensores do tornozelo, joelho e quadril16,28,49.

    A Figura 2 representa o comportamento de cada grupo nas diferentes AQ, tanto no pré-treinamento como no pós-treinamento e o valor médio dos resultados de cada grupo nas diferentes AQ, formam a curva da variação da potência em relação às AQ no pré-treinamento e no pós-treinamento, separadamente, e em cada fase. Foi percebida uma melhora significativa em todos os grupos e os resultados que se encontravam menos agrupados no pré-treinamento, se encontram mais agrupados no pós-treinamento e também as medias das potências dos grupos estão mais próximas no pós-treinamento, fato que pode ser explicado pelo melhor aproveitamento dos componentes elásticos e das capacidades coordenativas, devido ao fator repetição para a execução das series de treinamento.

    As respostas observadas aos testes nos mostram que os grupos tiveram desempenho melhor na altura de 40 cm tanto no pré como no pos-treinamento, ocorrendo posteriormente uma queda na altura de 40 cm e 60 cm, o que nos remete a conclusão que a altura de queda ideal para o melhor aproveitamento da potência e o seu treinamento encontra-se entre as alturas de 40 cm a 60 cm.

    Estudos anteriores têm mostrado que fatores mecânicos e reflexos estão relacionados com a altura de queda e sugerem a existência de uma altura "ótima" de queda para desencadeá-los adequadamente31,50-57 e Rodacki58, encontrou valores de 53,8cm para homens e 45,4 cm para mulheres, também Mil-Homens55, encontrou 56,8 cm para homens e 42,1 cm para mulheres, valores que ficaram abaixo dos encontrados por Komi e Bosco51, onde foram encontrados para homens 62 cm e pra mulheres 50 cm, e também diferentes dos valores de 75 cm propostos por Vergoshanski5, de 80 cm propostos por Katscakov et al.64 e de 80 cm a 90 cm recomendados por Zanom65.

    Na Figura 3, resposta dos grupos ao treinamento comparado dentro das AQ, foi observado que no pós-treinamento os valores estavam mais próximos, ocorrendo melhora em todos os grupos e concomitantemente o aumento da potência em todos os grupos. Na fase de pré-treinamento, os grupos obedeceram a seguinte ordem decrescente em relação à máxima da P: G1, G2, G3 e G4, com exceção da altura de queda de 40 cm, que apresentou a seguinte ordem: G1, G3, G2 e G4.

    Contrariamente o G4, que obteve os piores resultados quando comparado aos outros grupos no pré-treinamento, em todas as alturas de queda, obteve os melhores resultados no pós-treinamento, seguido pelos G2, G3 e G1, respectivamente, o que nos leva a concluir que a maior altura de queda foi melhor para o aproveitamento e desenvolvimento da potência, devido à proximidade da altura considerada ótima para treinamento observada por autores que obtiveram em seus estudos, alturas próximas a 60 cm, como é o caso de: Komi e Bosco51, Mil-Homens55 e Rodacki58.

    Nas diferentes AQ apesar de melhoras, não estavam próximo da altura tida como a ideal, ocasionando ganhos menores, fato que foi observado se levamos em consideração a variação da potência em cada grupo e o ganho em cm de cada grupo, cuja relação ficou a seguinte: O G2 e o G3 tiveram o dobro de aproveitamento em relação ao G1 e o G4; o triplo do G1, o que nos leva ao raciocínio que o SP, tem um aproveitamento melhor do que o SCM, conforme afirmam os autores: Bartholomew59, que conseguiu ganhos de 10,2 cm; Stebem e Stebem60, com ganhos de 10 cm; Bosco e Pittera61, com 9,4 cm; Polhemus62, com 8,1 cm; Brown63, com 7,1 cm, dentre outros. Komi e Bosco51 indicaram resultados onde a melhora do desempenho foi de 10 a 20% para homens, e 12 a 23% para mulheres.


Conclusão e recomendações

    Dado que o objetivo do presente estudo foi verificar a variação da P nas diferentes alturas de queda com o treinamento nas diferentes alturas e a relação entre, o treinamento de diferentes alturas e a P desenvolvida no SV em distintas profundidades, suas limitações, pressupostos e os resultados encontrados, chega-se às seguintes conclusões: o SP apresenta uma AQ mínima e máxima que não melhora o aproveitamento do CAE, o que neste estudo é observado na profundidade entre 40 cm e 60 cm respectivamente, e nos leva a concluir que a AQ ideal para o treinamento e melhora da eficiência do CAE se encontra entre essas alturas. Para o grupo estudado, as alturas de 20 cm e 40 cm, não apresentaram melhora significativa da potência, o que nos remete a concluir que estas alturas não são convenientes para treinamento da potencia e nem para a melhora do CAE, porem é necessária à verificação em grupos com idades menores e maiores, para comprovação dessa prerrogativa. A resposta ao treinamento se apresentou melhor na altura de 60 cm, fato esse devido à sobrecarga de treinamento próxima da altura que pode ser considerada como a ideal para treinamento e melhor aproveitamento do CAE. Os resultados apresentados aqui podem servir de base para novas pesquisas e fornece referências para preparadores físicos e treinadores. Recomenda-se a realização de estudos similares que controlem as variações angulares das articulações de segmentos inferiores. Sugere-se a utilização de outros estudos que busquem predizer a AQ em diferentes períodos de treinamento, é interessante a elaboração de estudos que envolvam outras variáveis funcionais relacionadas ao SV e o treinamento do SP com uma variação da altura menor do que as utilizadas no presente estudo.


Referências

  1. DURRWACHTER, G. Voleibol: Treinar jogando. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1984.

  2. CBV, HISTÓRICO do Voleibol. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em www.cbv.com.br. Acesso em 17 de julho de 2006.

  3. ARAÚJO NETTO, J.; NEVES, C. E.B.; SANTOS, E.L Desempenho de Impulsão Vertical em SP In: XXVIII SIMPOSIO INTERNACIONAL DO ESPORTE, São Paulo, 2005, v 1, p. 33-53.

  4. BOMPA, T. O. Periodization - theory and methodology of training. 4. ed. Human Kinetics, 1999.

  5. VERKGHOSHANSKI, Y.M. Entreinamento deportivo - planification y programacion. Ed. Martinez Roca, S.A., 1990.

  6. BOMPA, T. O. A periodização no treinamento esportivo, São Paulo: Manole, 2001.

  7. DANTAS, E.H.M. A prática da preparação física. 3. ed. Rio de Janeiro: Shape, 1999.

  8. McGINNIS, Peter M. Biomecânica do esporte e do exercício, Porto Alegre: Artmed, 1999.

  9. FLECK, S.J.; KRAEMER, W.J. Fundamentos do treinamento de força muscular, 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.

  10. BOBBERT, M.F. Drop jumping as a training method for jumping ability. Sports Medicine, v.9, n.1, p.7-22, 1990.

  11. BARBANTI, V.J. Teoria e prática do treinamento esportivo. 2. ed. São Paulo: Plucher, 2000

  12. BARBANTI, V.J. Dicionário de educação física e do esporte. São Paulo: Manole, 1994.

  13. ADAMS, K.; O'SHEA, J.P.; O'SHEA, K.L.; CLIMSTEIN, M. The effect of six weeks of squat, plyometric and squat-plyometric training on power production. Journal of Applied Sport Sciences Research, v.6, n.1, p.26-41, 1992.

  14. UGRINOWITSCH, C.; BARBANTI, V. J. O Ciclo de alongamento e encurtamento e a "performance" no SV. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, 12(1), p. 85-94, jan./jun. 1998.

  15. BOBBERT, M.F.; GERRITSEN, K.G.M.; LITJENS, M.C.A.; VAN SOEST, A.J. Why is counter movement jump height greater than squat jumping test? Medicine and Science in Sports and Exercise, v.28, n.11, p.1402-12, 1996.

  16. HOLCOMB, W.R.; LANDER, J.E.; RUTLAND, R.M. et al. A biomechanical analysis of the vertical jump and three modified plyometric depth jumps. Journal Strength and Conditions Research. v.10, n.2, p.83-88, 1996.

  17. WEINECK, J. Treinamento ideal, São Paulo:Manole, 1999.

  18. FERNANDES FILHO, J. A prática da avaliação física, Rio de Janeiro: Shape, 1999.

  19. SESSA, M.; MATSUDO, V.K.R.; TARAPANOFF, A.M.P.A. Correlação entre medidas antropométricas e força de membros inferiores. Revista Brasileira de Ciências dos Esportes, v.1, n. 3, p. 26-29, 1980.

  20. WATSON, A.W.S. Distribution of sub-cutaneous fat in sportsmen: relationship to anaerobic power-output. Journal of Sports Medicine, v.24, p.195-204, 1984.

  21. BALE, P. Anthropometric, body composition, and performance variables of Young elite females basketball players. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v.31, n2, p.173-177, 1991.

  22. BALL, T.E.; MASSEY, B.H.; MISNER, J.E.; McKEOWN, B.C.; LOHMAN, T.G. The relative contribution of strength and physique to running and jumping performance of boys 7-11. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v.32, n.4, p.364-371, 1991.

  23. RODACKI,A.L.F.; LIMA,J.R.P.; MATSUSHIGUE,K.A.; UGRINOWITSCH,C.; BOHME,MTS.; KISS, M.A.P.D.M. As relações entre a performance no SV e variáveis antropometricas. Synopsis: Revista do Departamento de Educação Física da Universidade Federal do Paraná, 1996.

  24. LOHMANN,T.G.; ROCHE,A.F.; MARTORELL, R. Anthropometrics standardization reference manual. Champaign, Human Kinetics, 1988.

  25. TITEL, K.; WUTSCHERK, H. Anthropometrics factors. In: KOMI, P.V. ed. Strength and Power in Sport, Pennsylvania, Blackwell, cap. 7A, p.180-196, 1992.

  26. HUIJING, P. A. Elastic potential of muscle. In: KOMI, P.V., ed. Strength and power in sport. Oxford, Blackwell Scientific, 1992. Cap. 6, p.151-68.

  27. BLOOMFIELD, J.; ACKLAND, T.R.; ELLIOTT, B.C. Applied anatomy and biomechanics in sport. S.l., Blackwell, 1994.

  28. BOBBERT, M.F. AND SCHENAU, G.J. Coordination in vertical jumping. J. Biomech, v.21, n.3, p.249-262, 1988.

  29. MALATESTA, D.;CATTANEO, S.F.; DUGNANI, M.S.; MAFFIULETTI, N.A. Effect of electromyostimulation training and volleyball practice on jumping ability. J Strength Cond Res. V.17, 3, p. 573-579, 2003.

  30. MAFFIULETTI, N.A.; DUGNANI, M.S.; FOLZ, E.M.DI P.; MAURO, F. Effect of combined electrostimulation and plyometric training on vertical jump height. Med Sci Sports Exerc. V.34, 10, p. 1638-1644, 2002.

  31. CRUZ, E.M. Estudo do SV: Uma análise de relações de forças aplicadas. 2003. Tese (Mestrado em Ciências de Desporto) - Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas, 2003.

  32. ZARTSIORSKY, W.M. Ciência e prática do treinamento de força. Traduzido por Sérgio Roberto Ferreira batista. São Paulo: Porte, 1999.

  33. VERKGHOSHANSKI, Y.M. Força: Treinamento da P muscular/método de choque. Londrina: Ccid, 1996.

  34. GANS, C. Fiber architecture and muscle function. Exercise and Sport Sciences Review, v.10, p.160-207, 1982.

  35. COOK, C. S.; McDONAGH, M. J. N. Measurement of muscle and tendon stiffness in man. European Journal of Applied Physiology, v.72, p.380-2, 1996.

  36. KOMI, P.V.; GOLLHOFER, A. Stretch reflexes can have an important role in force enhancement during ssc exercise. Journal of Applied Biomechanics, v.3, n.4, p.451-60, 1997.

  37. McARDLE, W.; KATCH, F.L.; KATCH, V.L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

  38. ANDRADE, M. A. Introdução a metodologia do trabalho científico: elaboração do trabalho na graduação. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

  39. FERNANDES FILHO, J. A prática da avaliação física, 2. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

  40. NEVES, C. E.B.; SANTOS, E.L. Avaliação Funcional. Rio de Janeiros, Sprint, 2003.

  41. HALPERN, A.;MANCINI, M.C. Obesidade. Revista Brasileira de Medicina, 57,vol 12, p. 1-11, 2000.

  42. MACHADO, C. B.; SANTOS, E. L.; NEVES, C. E. B. Comparison Among Skinfold Thickness, Body Mass Index and Waist-to-hip Ratio of Brazilian Young Healthy Adults. Med. Sci. sports Exer. n 34, 1, p. 60, 2002.

  43. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, (1995) ACM´s Guidelines for exercise testing and prescription. 5. ed, Baltimore: Human Kinetics.

  44. DURNIN, J.V.G.A.; WOMERSLEY, J., Body fat total body density and its estimation from skinfold thicness. British Journal Nutrition, 32,77-97,1974.

  45. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, (2002). Joint position stand: progression models in resistance training for healthy adults. Medicine and science and sports exercise, 34 (2),pp. 364-380.

  46. FARINATTI, P.T.; MONTEIRO, W.D. Fisiologia e avaliação funcional. 4. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.

  47. COSTA NETO, P.L.O. Análise Estatística da Decisão. São Paulo: Blücher, 1995.

  48. BOSCO, C.; TIHANYI, J.; KOMI, P.V.; FEKETE, G.; APOR, P. Store and recoil elastic energy in slow and fast types of human skeletal muscle fibres. Acta Physiologia Scandinavia, v.116, p.343-349,1982.

  49. BOBBERT, M.F.; HUIJING, P.A.; VAN INGEN SCHENAU, G.J. Drop jumping II. The influence of dropping height on the biomechanics of jumping. Medicine and Science in Sports and Exercise, v.19, n.4, p.332-338, 1987a.

  50. ARMUSSEN, E.; BONDE-PETERSEN, F. Storage of elastic energy in skeletal muscle in man. Acta Physiologia Scandinavia, v.91, p.385-392,1974.

  51. KOMI, P.V.; BOSCO, C. Utilization of elastic energy in jumping and its relation on skeletal muscle fiber composition in man. In: Biomechanics VIA. P.3-49, 1978a.

  52. BOSCO, C.; KOMI, P.V. Influence of aging on the mechanical behavior of leg extensor muscles. European Journal of Applied Physiology. v.45. 1980. p. 209-219.

  53. BOSCO, C. et al . Effect of elastic energy and myoeletrical potentiation of triceps surae during stretch-shortening cycle exercise. International Journal of Sports Medicine, v. 3, P. 137-140, 1982.

  54. KOMI, P.V. Physiological and biomechanical correlates of muscle function: effects of muscle structure and stretching cycle on force and speed. Exercise and Sport Sciences Review, v.12, p.81-121, 1984.

  55. MIL-HOMENS, P. Relações entre a altura ideal de queda do ressalto e a impulsão vertical absoluta e relativa. Motricidade Humana, V. 3, p. 45-65,1987.

  56. MOURA, N.; AMADIO, A.C.; SERRÃO, M. A altura ótima de plataforma para o SP e influencia da técnica de movimento sobre variáveis cinéticas e cinemáticas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOMECANICA, 5, Santa Maria, 1993. Anais Santa Maria, imprensa Universitária UFSM, 1993, P. 43-49.

  57. MIL-HOMENS, P.; SARDINHA, L. O treino pliométrico: os saltos em profundidade . Treino Desportivo, v. 13, p. 38-47,1989.

  58. RODACKI, A.L.F. Determinação da Altura Individual de Queda para Saltos em Profundidade em Atletas de Voleibol de Ambos os Sexos. Tese (Mestrado em Educação Física) - Escola de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de São Paulo, 1997.

  59. BARTHOLOMEW, S.A. PLYOMETRIC AND VERTICAL JUMP TRAINING. THESIS. S. 1. UNIVERSITY OF NORTH CAROLINA, 1985.

  60. STEBEN, R.E.; STEBEN, A.H. The validity of the stretch-shortening cycle in selected jumping events. Journal of Sports Medicine, v. 2, n. 1, P. 28-37, 1981.

  61. BOSCO, C.; PITTERA, C. Zur Trainings wirkung neuentwickelter Srpung auf die Explosivkraft. Leitungssport, V. 12, P. 36-39;1982.

  62. POLHEMUS, R. Plyometric training for the improvement of athletic ability. Scholastic Coach, v 51, p. 58-59,1981.

  63. BROWN, M.E.; MAYHEW, J.L.; BOLEACH, L.W. Effect of plyometric training on vertical jump performance in high school basqueteball players. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v. 26, n. 1, P. 1-4, 1986.

  64. OSES, A. O efeito de três diferentes programas de treinamento do SP sobre os resultados dos saltos vertical e horizontal. São Paulo, 1983. Dissertação de Mestrado. Escola de Educação Física, Universidade de São Paulo. v 1, p. 33-53.

  65. ZANON, S. Consideraciones sobre la elasticitá musculare e la pliometria. Atletica Leggera, v.201, p.39-49, 1976.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Google
Web EFDeportes.com

revista digital · Año 12 · N° 116 | Buenos Aires, Enero 2008  
© 1997-2008 Derechos reservados