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Democratizar o acesso aos conhecimentos
científicos: como, onde e porquê

   
*Especialista em Ciência do Movimento Humano
Mestranda em Atividade Física Relacionada à Saúde.
**Especialista em Treinamento Desportivo
Mestranda em Atividade Física Relacionada à Saúde
Universidade Federal de Santa Catarina.
 
 
Maria Angélica Binotto*  
Ilca Maria Saldanha Diniz**
manbinotto@yahoo.com.br
(Brasil)
 

 

 

 

 
Resumo
     Os avanços tecnológicos têm sido uma constante na atualidade e a comunicação científica é uma forma de transferência de informação e construção do conhecimento pertinente a este progresso, que por sua vez, tem repercussão no desenvolvimento científico e tecnológico de uma nação. Neste contexto, pretendemos evidenciar os principais meios de acesso aos conhecimentos científicos assim como relatar os aspectos relacionados à democratização destes conhecimentos. A comunidade científica enfrenta dificuldades no acesso à informação científica formal, considerando que os artigos ou trabalhos científicos são publicados em revistas especializadas, e a forma de acesso a esses trabalhos dá-se mediante assinatura das publicações pelas bibliotecas ou pelo pesquisador. O surgimento de novas tecnologias de comunicação e informação, em especial a Internet, tem modificado o processo da transmissão de informação, tanto a informal quanto a formal, estabelecendo uma nova categoria na comunicação cientifica: a comunicação eletrônica. Este tipo de comunicação tem causado uma revolução nas ciências possibilitando maior rapidez no desenvolvimento das pesquisas e maior troca de informações, colocando em contato pesquisadores de diferentes partes do mundo. Nos últimos anos, o acesso aberto a publicações científicas de forma a permitir a qualquer usuário a leitura, download, cópia, impressão, distribuição, busca ou o link com o conteúdo completo de artigos, bem como a indexação ou o uso para qualquer outro propósito legal, tem ganhado significativa adesão. No entanto, é provável que este modelo de publicação não se imponha como único no âmbito da comunicação científica, e que o modelo tradicional e outros novos modelos co-existam, mas é sem dúvida um marco que contribui para modificar o atual cenário da difusão do conhecimento científico. No Brasil as bibliotecas universitárias são as detentoras das maiores e melhores coleções de periódicos, ou seja, para ter acesso à literatura cientifica precisa-se estar vinculado a alguma instituição que tenha biblioteca. Neste sentido sugere-se não somente o fomento e investimento no desenvolvimento científico e tecnológico, mas também a democratização e o direcionamento da ciência e tecnologia para o atendimento das demandas locais e regionais contribuindo para o enfrentamento das desigualdades regionais e sociais do país.
    Unitermos: Conhecimento científico. Democratização. Publicação digital.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 105 - Febrero de 2007

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Introdução

    A informação científica tem sido um dos insumos básicos para o desenvolvimento científico e tecnológico de uma nação. No atual momento vivenciado pela sociedade contemporânea há um reconhecimento de que a ciência, tecnologia e inovação constituem-se fatores diferenciadores do desenvolvimento social e econômico de países e regiões (Rocha & Ferreira, 2004).

    Neste sentido, a comunicação científica é uma forma de transferência de informação e construção do conhecimento que nasce de uma dupla necessidade, por um lado a de quem deseja conhecer os avanços da ciência e por outro a de quem quer comunicar à comunidade os achados e resultados de pesquisas e/ou estudos dos diversos temas que envolvem a ciência.

    Os primeiros passos da comunicação cientifica informal dá-se através de conversas entre pesquisadores, da divulgação de seus primeiros resultados em reuniões e seminários, estabelecendo-se pela publicação de seus resultados nos canais formais, principalmente nos periódicos. A divulgação científica formal ocorre através da escrita veiculada em periódicos, livros, relatórios técnicos, entre outros recursos. Sua principal vantagem é a permanência da publicação o que facilita sua recuperação e localização depois de longos períodos de tempo (Machado, 2005).

    No entanto, a comunidade científica enfrenta dificuldades no acesso à informação científica, se considerado o modelo tradicional. Neste modelo, os artigos ou trabalhos científicos são publicados em revistas especializadas, e a forma de acesso a esses trabalhos dá-se mediante assinatura das publicações pelas bibliotecas ou pelo pesquisador. Com o surgimento das novas tecnologias da informação e da comunicação, diversos paradigmas estão mudando. Isso porque essas tecnologias facilitam o acesso à informação científica promovendo o surgimento de novas alternativas para a comunicação científica. Conforme Machado (2005), o surgimento e desenvolvimento das novas tecnologias de comunicação e informação, em especial a Internet, têm modificado o processo de comunicação, estabelecendo uma nova categoria na comunicação cientifica: a comunicação eletrônica. Este tipo de comunicação tem causado uma revolução nas ciências, possibilitando maior rapidez no desenvolvimento das pesquisas e maior troca de informações, colocando em contato pesquisadores de diferentes partes do mundo.

    É importante destacar que o periódico científico seja em papel ou em suporte eletrônico, para garantir valor de mercado e receptividade pela comunidade acadêmica, deve ter um corpo editorial qualificado, dispor de recursos humanos capacitados para o processo de editoração científica, apresentar regularidade de publicação, cumprir padrões internacionais de normalização e utilizar mecanismos de distribuição e comercialização estabelecidos (Krzyzanowski,1997).

    Uma das formas que tem ganhado receptividade e adesão, nos últimos anos, em relação à divulgação científica é o que chamamos de "acesso aberto" entendido por Machado (2005), como a disposição livre e pública na Internet, de forma a permitir a qualquer usuário a leitura, download, cópia, impressão, distribuição, busca ou o link com o conteúdo completo dos artigos, bem como a indexação ou o uso para qualquer outro propósito legal. No entendimento das organizações que apóiam o acesso aberto, não deve haver barreiras financeiras, legais e técnicas outras que não aquelas necessárias para a conexão da Internet.

    Emergindo de transformações e a partir de novos paradigmas, sustentada por novas tecnologias de informação e comunicações, como a trajetória mais provável pela ampliação da globalização e prevalecente de uma nova hegemonia, delineia-se a Sociedade da Informação ou Sociedade do Conhecimento (Rocha, 2000).

    Neste contexto, pretendemos evidenciar os principais meios de acesso aos conhecimentos científicos assim como relatar os aspectos relacionados à democratização destes conhecimentos.


Contextualização

    A sociedade industrial trouxe elementos como máquinas, ferramentas, trabalhadores especializados, produção em série, energia, entre outros, enfim, tudo voltado para a produção de bens materiais, no entanto, a sociedade pós-industrial consolida-se na experiência organizacional, no investimento em tecnologia de ponta, nos grupos de especialistas, na produção modular, na informação, isto é, na geração de serviços e na produção e transmissão da informação. Neste sentido, questiona-se uma forma de usar o conhecimento para gerar novos saberes que permitam ao homem acompanhar o grau de complexidade que envolve a produção de um bem material, ou mesmo de um serviço na sociedade pós-industrial. Desde a época dos tabletes de barro da Babilônia até chegar aos dias atuais, quer com o suporte papel, quer com o magnético, as bibliotecas sempre trouxeram consigo a memória humana registrada, sendo-lhes acoplada a responsabilidade de prover acesso às informações codificadas/registradas/gravadas nesses documentos, contribuindo para a formação de uma sociedade mais humana e dignificadora (Santos, 1990; Zuffo, 1997).

    Com base na premissa inicial de que a história da ciência se modificou configurando momentos de normalidade e de revolução científica surgiu à criação da escrita e a imprensa: a primeira permitiu a conservação dos registros do conhecimento, o que gerou a expansão cultural que vivemos hoje; a segunda proporcionou o acesso a esse conhecimento, em uma área arcaica e isolada de outras discussões que emergem tendência de democratização e universalização da cultura geral e científica (Carvalho & Kaniski, 2000).

    Com os avanços tecnológicos, surgiram também novas possibilidades para otimizar o acesso e a disseminação da informação, além da publicação impressa. Em especial, a edição de publicações por meio eletrônico vem agilizando o acesso a seus conteúdos, contribuindo para a geração de outros conhecimentos e, conseqüentemente, para o aumento exponencial do volume de informações, verificado notadamente na segunda metade do século XX (Krzyzanowski & Taruhn 1998). O acesso, via Internet, a novos recursos informacionais, como hipertexto, hipermídia, listas de discussão, conferências virtuais, além da versão eletrônica de documentos impressos, tem se tornado uma realidade cada vez mais presente no dia-a-dia dos profissionais da informação. O processo de mudança do formato impresso para o formato eletrônico gera modificações em todos os envolvidos na produção, disseminação e utilização de informações (Cruz et al, 2003). Portanto, o surgimento dos periódicos eletrônicos, como parte desse processo, provocou uma verdadeira revolução na área da informação, envolvendo muitas mudanças que atingiram autores, editores, bibliotecários e usuários.

    O panorama que assistimos hoje é o estabelecimento de novas parcerias, a busca de ações e ferramentas que nos permitam localizar, filtrar, organizar e resumir informações que sejam úteis aos usuários, independentemente do lugar onde os usuários e as informações estejam localizados e a qualquer momento resultando em economia de tempo para usuários e profissionais que buscam estas informações

    Neves (2004), retrata a mudança que vem ocorrendo no cenário da comunicação científica e, mais especificamente, na forma como o conhecimento acadêmico passou a ser disponibilizado, quando ele afirma: "Publicar em papel", "publicar eletronicamente", "como disponibilizar", "custos das assinaturas", entre outras, questões que podem ser vistas sob diversos ângulos, de acordo com o papel e os interesses de cada ator: as editoras, com seus interesses comerciais, lutando por não perder o monopólio que vêm detendo ao longo do tempo; a comunidade científica, com sua necessidade de comunicação, buscando alternativas para manter-se visível entre seus pares; os organismos de informação, com seu papel social de mediar e de democratizar o conhecimento, empenhando todos os esforços para manter o acesso a coleções de periódicos científicos. São essas questões que se colocam em face de uma nova realidade: o mundo virtual da Internet. Este advento veio provocar verdadeira revolução no ordenamento das coisas no mundo da informação e do conhecimento. Barreiras foram derrubadas, distâncias encurtadas, paradigmas quebrados, atitudes, hábitos e comportamentos modificados. Se, por um lado, encontrou-se a solução para uma variedade de pendências, por outro lado, muitos problemas emergiram.


Panorama nacional

    A possibilidade de publicar eletronicamente o periódico cientifico e a preocupação com o acesso a essa publicação resultaram em uma série de iniciativas em todo o mundo. A título de ilustração, no Brasil, a criação do Portal SciElo - Scientific Electronic Library Online (http://www.scielo.br), surgiu como resultado de um projeto de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em parceria com o BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) a OPAS (Organização Panamericana da Saúde) e a OMS (Organização Mundial da Saúde), cuja metodologia para publicar, garantir a preservação e prover livre acesso ao texto completo dos periódicos foi estendida posteriormente para outros países da América Latina, como Chile (http://www.scielo.cl/), México (http://scielomx.bvs.br/scielo.php), Cuba (http://scielo.sld.cu/scielo.php) e Venezuela (http://www.scielo.org.ve/scielo.php). Além disso, a Biblioteca Digital Brasileira tem sido outro meio de divulgação das informações científicas, sendo um projeto do IBICT (Instituto Brasileiro de Informação e Ciência e Tecnologia), visa tornar visível a produção científica do país e facilitar a transferência de informações científicas e tecnológicas no meio acadêmico e profissional (Marcondes & Sayao, 2002; Neves, 2004).

    Nos últimos anos, o Brasil conquistou importantes avanços na ciência e tecnologia, ocupando atualmente a 17ª posição no ranking mundial de produção de novos conhecimentos científicos, pouco distante de países como Japão, Alemanha, Inglaterra e França. Por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o MEC investe na formação de recursos humanos no país e no exterior, na cooperação acadêmica internacional, na avaliação da pós-graduação brasileira (mestrado e doutorado) e no acesso e divulgação da produção científica nacional e internacional (Haddad, 2005).

    No Brasil as bibliotecas universitárias são as detentoras das principais, maiores e melhores coleções de periódicos, ou seja, para ter acesso à literatura cientifica precisa-se estar vinculado a alguma instituição que tenha biblioteca. Diante disso, sobressai a evidente vantagem de uma publicação eletrônica, cujo número de acessos, de leituras e de cópias em nada sobrecarrega os custos da produção.

    Para democratizar o acesso à produção científica e subsidiar a pesquisa brasileira, a Capes também disponibiliza o portal de periódicos, um dos maiores bancos de informações científicas do mundo e o maior da América Latina. O portal da Capes foi criado para universalizar o acesso à informação no meio acadêmico-científico e atende a cientistas, pesquisadores, professores e estudantes.

    A formação de recursos humanos e a produção científica brasileira dependem em grande parte do investimento de recursos públicos. Formar mestres e doutores mais produtivos equivale a investir melhor os recursos públicos. O resultado deste investimento dificilmente pode ser medido com precisão - a riqueza gerada está principalmente na mente dos pesquisadores formados. Por outro lado, os trabalhos defendidos pelos pós-graduados são resultados concretos do investimento de recursos públicos na formação de pós-graduação que podem (ou devem) estar à disposição da sociedade (Pacheco & Kern, 2001).

    No âmbito nacional, ainda são tímidas as medidas para facilitar o acesso à produção científica. Em geral proliferam-se as ações isoladas como a promoção de banco de teses ou a disponibilizarão de artigos em sites particulares. No entanto faltam medidas efetivas e sistemáticas para se aumentar o nível de informação e criar um ambiente favorável a realização de uma discussão mais aprofundada.


A comunicação científica e as publicações digitais de acesso aberto

    A comunicação científica, como parte inerente do desenvolvimento da ciência, foi afetada por transformações, principalmente através da Internet. No entanto, apesar de ter se tornado lugar comum à utilização da rede para a comunicação informal, não há ainda consenso de sua aceitação plena como canal para a comunicação formal. Na área científica, na qual as novidades e avanços científicos são divulgados em artigos impressos e/ou disponibilizados eletronicamente, a informação é de fundamental importância para o desenvolvimento dos estudos e pesquisas. Nesse contexto, a introdução de novas tecnologias na área da informação tem influenciado, de forma marcante, os serviços de busca e de acesso ao documento (Cruz et al., 2003).

    Num cenário de escassez de recursos, custos elevados para manter e atualizar grandes bibliotecas, dificuldade em manter um número elevado de assinaturas e poucos exemplares de obras para muitos leitores, o acesso aberto através da rede deveria ser uma excelente solução. Afinal, falamos de facilidade de acesso, baixos custos editoriais e da possibilidade de difusão e intercâmbio de resultados de pesquisa a um público incomparavelmente maior. No entanto, por várias razões, não é bem isso que ocorre. Apesar do acesso aberto ser de interesse da comunidade acadêmica, há uma série de problemas para uma maior adesão. Estes se relacionam principalmente à falta de informação sobre seu funcionamento, à falta de apoio institucional, à ausência de uma cultura de compartilhamento por meios digitais entre amplos setores da comunidade acadêmica e a falta de uma política institucional que fomente as publicações digitais e o autoarquivamento (Machado, 2005).

    A comunicação científica está envolvida tanto nas atividades de produção quanto de disseminação e uso da informação, em um processo que se inicia na concepção de uma idéia a ser pesquisada até o momento em que os resultados dessa pesquisa sejam aceitos pela comunidade científica. Assim, no processo da comunicação científica podem ser considerados grandes momentos: o da produção e o da divulgação do conhecimento, que envolvem um ou vários canais de comunicação entre os pesquisadores. Desde o início da pesquisa até o momento da divulgação dos resultados, tradicionalmente são utilizados os chamados canais informais e formais Garvey (1979). Segundo Targino (2000), a comunicação científica informal é aquela que utiliza canais informais, em que a transferência da informação ocorre através de contatos interpessoais e de quaisquer recursos destituídos de formalismo, como reuniões científicas, participação em associações profissionais e colégios invisíveis. A comunicação científica formal ocorre através da escrita veiculada em periódicos, livros, relatórios técnicos, entre outros recursos, além disso, passa pela a avaliação de instâncias superiores, o que confere credibilidade às informações, por esses motivos, o papel da comunicação científica formal é "persuadir e convencer a comunidade científica e a sociedade como um todo de que os resultados então divulgados devem ser aceitos como conhecimento válido e consolidado.

    A importância da Internet e, em especial, de seu impacto na comunicação científica pode ser entendida pela análise de seu desenvolvimento e de algumas de suas características, tais como a interatividade, o compartilhamento e a temporalidade (Wertheim, 2001).

    Para McMurdo (1995), mesmo com os avanços verificados a partir a utilização da Internet na comunicação científica, ainda existem algumas desvantagens desse meio de comunicação. Sendo assim, para a aceitação irrestrita da comunicação científica formal através do meio digital devem ser considerados alguns aspectos relacionados à inconsistência das informações, a complexidade de armazenamento e controle bibliográfico e a banalização da autoria.

    Quanto a utilização do meio eletrônico como uma forma de buscar informações, evidencia-se o estudo realizado por Pinheiro (2003), com o intuito de verificar o processo de comunicação de comunidades científicas brasileiras, em redes eletrônicas, na geração de conhecimentos, a partir do mapeamento das práticas de comunicação e informação. Os resultados demonstraram que 61,5% das pessoas pesquisadas buscavam informações utilizando como recurso a Internet, enquanto 22,7% utilizavam-se de bibliotecas. Este resultado chama a atenção para a importância de investimentos na infra-estrutura de rede, por parte das instituições de ensino e pesquisa.


Considerações finais

    A evolução tecnológica do mundo globalizado e o contínuo processo de construção/reconstrução das organizações exigem que os sistemas, processos, políticas e práticas que constituem as regras de uma moderna administração sejam constantemente aperfeiçoadas e adaptadas a cada nova realidade. Na sociedade competitiva, como a que vivemos atualmente, o usuário da informação tem necessidade de respostas rápidas e eficientes que se transformam em importantes ferramentas para a tomada de decisões.

    Neste sentido, a falta de informação, à falta de apoio institucional, à ausência de uma cultura de compartilhamento por meios digitais entre amplos setores da comunidade acadêmica, e à falta de uma política institucional de fomento ainda são barreiras que dificultam o acesso à informação científica de qualidade e de acessibilidade a todos.

    Quando nos reportamos à importância do conhecimento científico tanto no meio acadêmico quanto para o desenvolvimento científico e tecnológico de um país é que entendemos a necessidade de discutir e refletir academicamente à cerca desta temática. Portanto, medidas como a promoção de debates sobre o papel da pesquisa científica para a sociedade, a promoção de encontros da academia com a iniciativa privada, o apoio à iniciativa do acesso aberto a publicações científicas, sem desconsiderar a importância das bibliotecas, são essenciais para o avanço do conhecimento.

    Com isso, sugere-se não somente o fomento e investimento no desenvolvimento científico e tecnológico, mas também a democratização e o direcionamento da ciência e tecnologia para o atendimento das demandas locais, contribuindo para o enfrentamento das desigualdades regionais e sociais do país, demandando uma ação sistêmica na educação, com políticas de acesso e qualidade em todos os níveis e modalidades de ensino, da alfabetização à pós-graduação.


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  • Santos, J. F. (1990). O que é pós-moderno. 8. ed. São Paulo: Brasiliense.

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  • Wertheim, M. (2001). Uma história do espaço: de Dante à Internet. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.

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revista digital · Año 11 · N° 105 | Buenos Aires, Febrero 2007  
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