efdeportes.com
Marcas da violência de gênero contra
a mulher no contexto esportivo
Impressions of gender-based violence against woman in the sporting

   
*Professora de Educação Física da ULBRA/SM. Doutora em Psicologia
pelo Programa de Pós- Graduação em Psicologia da PUCRS.
*Doutora em Psicologia Social (UAM-Espanha).
Pesquisadora do CNPq.
 
 
Maria Cristina Chimelo Paim*  
Marlene Neves Strey**
crischimelo@bol.com.br
(Brasil)
 

 

 

 

 
Resumo
     O estudo visa compreender como homens e mulheres atletas percebem as conseqüências da violência de gênero contra a mulher no contexto esportivo. Participaram do estudo vinte atletas de handebol e futsal. As entrevistas foram analisadas através do referencial da hermenêutica de profundidade de Thompson, com a análise temática de conteúdo. Os resultados apontaram alguns fatores causadores de prejuízos psicológicos para a mulher atleta: O não reconhecimento do ser mulher atleta, ou seja, não ser reconhecida pelo seu desempenho profissional dentro das quadras; as relações sociais no esporte serem constituídas em cima de valores sexistas, e a mulher atleta não viver dignamente através de seu trabalho no contexto esportivo. Esses fatores são formas simbólicas de dominação de gênero, que impedem a construção de uma sociedade justa para homens e mulheres, onde as mulheres tenham também, o direito de decidir, agir, transformar, enfim ser um alguém que se constrói e constrói o mundo.
    Unitermos: Violência de gênero. Esporte. Mulher.
 
Abstract
     The purpose of this study is to understand how men and women perceive the consequences of this gender-based violence against woman in the sporting context. The study was conducted with twenty handball and soccer athletes. The interviews were analyzed based on the Thompson's referential of Depth Hermeneutics and a thematic analysis of the content. We noticed some factors they think are the cause of these psychological damages of women athletes. Some of them were the lack of recognition of women athletes as professionals of the sport, and instead of that the appreciation of their beautiful bodies; the fact that the social relationships in the sports environment is based on sexist values, and the fact that women athletes don't live with dignity through their work in the sporting context. These factors are symbolic forms of gender dominance, holding back the construction of a fair society for men and women, where women have the right to decide, act and transform, and mainly the right to be someone who builds herself and builds the world.
    Keywords: Gender-based violence. Sport. Woman.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 103 - Diciembre de 2006

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Este artigo integra a tese de doutorado: Violência
contra a mulher no esporte sob a perspectiva de
gênero. Apoio da agência financiadora CAPES.

Introdução

    Estudar a participação das mulheres no esporte assume-se na contemporaneidade, como tema de grande importância, dada as polêmicas, as controvérsias, os preconceitos e os estereótipos que, ainda hoje, circundam o seu envolvimento no contexto esportivo. A participação das mulheres no esporte, tanto no esporte de lazer, no esporte de rendimento ou no esporte educacional, merece nossa atenção e reconhecimento, pois nem sempre foram, e ainda não são iguais às condições de acesso, aceitação e participação, quando comparada aos homens.

    Há algumas décadas, as mulheres eram impedidas de participar de qualquer atividade esportiva. Várias foram, e em muitos casos ainda são atualmente, as alegações que afastam as mulheres da prática de atividades físicas, como por exemplo: são fisicamente frágeis quando comparadas aos homens; seu corpo é dotado de docilidade e sentimentos afetivos, qualidades negadas aos homens; sua condição materna deve ser preservada, como garantia de perpetuação da espécie. Outro motivo freqüentemente citado é, pelo fato do contexto esportivo desenvolver e fortalecer o espírito do guerreiro, condição negada às mulheres, que são vistas, ainda hoje, como figuras passivas, sendo consideradas em muitas culturas mais como um objeto a contemplar do que um sujeito ativo (Hult, 1994; Tamburrini 1999; De Sousa & Altmann 1999; Knijnik & Vasconcellos, 2003 e Capitanio 2004).

    O ideal feminino tradicionalmente incorporado pela sociedade é incompatível com a figura da mulher esportista. O contexto esportivo ainda é considerado um ambiente de domínio masculino. De acordo com De Sousa & Altmann (1999); Knijnik & Vasconcellos (2003) e Capitanio (2004), apesar do grande aumento da participação feminina no esporte, o contexto esportivo ainda hoje, é permeado por valores masculinos do tipo "mais forte; mais alto; mais rápido; mais musculoso etc.", o que faz muitas vezes, com que as mulheres que se envolvem no esporte, sejam vítimas de questionamentos, de controvérsias, de preconceitos, de discriminações, e de estereótipos, oriundos muitas vezes da família das próprias atletas, da mídia, e da sociedade em geral.

    Se fizermos uma análise mais cuidadosa das notícias veiculadas pela mídia, sobre a participação feminina nos esportes, verificaremos que elas continuam, de maneira geral, estreitamente ligada à imagem masculina: destacam-se a exaltação da beleza física da atleta em detrimento do talento esportivo, piadas estigmatizantes, insinuações quanto à sexualidade da atleta, e comentários e fotos machistas, entre outros, aparecem com bastante freqüência.

    Para ilustrar essas idéias podemos citar como exemplo a reportagem do Caderno de Esportes da Folha de São Paulo de 16 de setembro de 2001, que trazia uma matéria de página inteira sobre futebol feminino, com o título "FFP institui jogadora-objeto no Paulista". A reportagem relatava que a Federação Paulista de Futebol, preocupada em organizar a modalidade na versão feminina, tem como um de seus objetivos principais o embelezamento das atletas, unindo a imagem do futebol à feminilidade. Eram exigências da FPF, que as atletas que participassem do campeonato, deveriam cumprir algumas condições estéticas: como não ter cabelos raspados, pois a preferência era por mulheres com cabelos compridos; outra exigência referia-se à idade, pois as atletas não poderiam ter mais que 23 anos.

    O estudo realizado por Knijnik e Simões (2000) e Knijnik (2001), com a seleção feminina de handebol de alto rendimento no Brasil, concluiu que as atletas são vítimas da violência de âmbito psicológico e simbólico, pois as mesmas apresentam contradições na percepção de sua imagem corporal. Naquela pesquisa, os resultados revelaram que, para as atletas se manterem no esporte de alto nível, precisam perpetuar características estereotipadas tidas como femininas, mesmo que estas se choquem com as necessidades esportivas de sua modalidade. Ou seja, essas atletas necessitam de qualidades físicas como força, velocidade, músculos desenvolvidos, estatura, etc., para ter bom desempenho, mas também gostariam de responder à imagem feminina traduzida em fragilidade, músculos pequenos, ou seja, beleza dentro dos padrões idealizados socialmente, em especial pelas mídias.

    Outro exemplo de vitimização sofrida pelas mulheres no esporte, que vale a pena ser lembrado, diz respeito às imagens que as mídias revelam nas transmissões de jogos femininos. De acordo com Freitas (2000), é comum observarmos uma "paradinha" providencial no bum-bum de uma determinada jogadora, exatamente no momento decisivo de determinado lance que deve ser alvo de atenção de todos, e também comentários a respeito do tamanho do uniforme das atletas, ou algo dessa natureza.

    Embora haja um grande aumento de mulheres envolvidas com a prática do esporte, o mercado de trabalho no contexto esportivo, para a mulher, é mais restrito do que para o homem. Os cargos administrativos são na sua grande maioria ocupados por homens, há mais equipes masculinas inscritas nas competições, há mais técnicos, mais comentaristas, mais repórteres especializados. Vale lembrar aqui as barreiras que Lea Campos, mineira de Belo Horizonte, teve que enfrentar na década de 70, para conseguir o seu reconhecimento como árbitra de futebol pela FIFA. Lea, para conseguir tal reconhecimento, teve que recorrer ao Presidente da República da época, General Emílio G. Médice. No mesmo período a judoca gaúcha Lea Linhares, primeira mulher faixa preta no Rio Grande do Sul, não teve seu título reconhecido porque era mulher (Goellner, 2004).

    Mesmo nas modalidades onde as equipes femininas são mais representativas internacionalmente, as mesmas são menos valorizadas em relação às equipes masculinas (Kosaka, 2000). Um exemplo é o da seleção feminina brasileira de futebol, que nas últimas Olimpíadas, em Atenas, conquistou medalha de prata, mas suas atletas não ganham salários compatíveis com a equipe masculina, e nem investimentos das empresas. E quanto à equipe masculina, eles ficaram no meio do caminho, ficando assim fora da competição Olímpica (Paim & Strey, 2005).

    De acordo com Strey (1998) e Saraiva (2005) diferentes características foram atribuídas historicamente, como fazendo parte do universo masculino e feminino. Assim surgem os estereótipos, que tendem a classificar essas categorias como representativas destes grupos. Estes estereótipos geralmente mostram o sexo feminino como tradicionalmente dominado, com a submissão, a fragilidade e a dependência fazendo parte do papel feminino. A mulher é percebida, nas concepções estereotipadas tradicionais como: "incapaz" de produzir, física e intelectualmente, tanto quanto o homem, sendo inferiorizada na sociedade. Já os estereótipos, normalmente relacionam a figura masculina a características de poder, de força e de superioridade.

    Essa diferença estereotipada, atribuída pela sociedade, levou homens e mulheres a viverem em situações de desigualdade (Jaeger, 2004). De acordo com Saraiva (2005), o contexto que condiciona a submissão da mulher por meio da consolidação da idéia de uma "natureza feminina", num processo que inicia antes do nascimento e continua através da educação familiar e escolar e que permite produzir indivíduos que aceitem um destino pré-fabricado, ainda é bastante comum em nossos dias, apesar das muitas conquistas obtidas pelas mulheres no século XX, no trabalho, no lazer, na família, na escola, no esporte.

    Nessa perspectiva, quando os estereótipos de gênero, os preconceitos, os estigmas, etc., impedem ou limitam as mulheres à participação nos esportes, seja no esporte amador, em forma de lazer ou alto rendimento, configura-se um quadro de violência, ou seja, a violência de gênero, que, de acordo com Strey (2004), está vinculada à distribuição desigual de poder e às relações assimétricas no contexto esportivo, as quais se estabelecem entre homens e mulheres, e que são perpetuadas por ideologias sexistas.

    O termo gênero se desenvolveu no âmbito dos estudos da mulher, dentro dos movimentos feministas, para questionar o caráter natural dado às relações desiguais entre os sexos a partir da percepção de que não são os caracteres sexuais que determinam o modo de ser e de agir das pessoas. Gênero, portanto, diz respeito à construção social do que é ser homem e do que é ser mulher em uma sociedade (Giffin, 1994; Strey, 2001).

    Dessa forma, o gênero depende de como a sociedade vê a relação que transforma um macho em um homem e uma fêmea em uma mulher. Dentro desta perspectiva pode-se dizer que, uma mulher não nasce uma mulher, ela se torna uma mulher, assim como o homem não nasce homem, ele se torna um homem (Strey, 1998).

    O fenômeno da violência também se encontra atravessado por essa perspectiva de gênero, na medida em que nos apresenta quem são as pessoas que violentam e quem são as pessoas que sofrem violência. É neste sentido que a violência de gênero pode ser fundamental para compreendermos a violência no esporte.

    Violência de gênero, de acordo com Strey & Werba (2001), envolve ações ou circunstâncias que submetem unidirecionalmente, física e/ou emocionalmente, visível e/ou invisivelmente as pessoas em função de seu sexo. Dessa forma, pode-se dizer que, quando uma pessoa tem seus direitos violados, de qualquer natureza, estamos diante de uma violência. Se a violência ocorre pelo fato da vítima pertencer a um determinado gênero, no caso, pelo fato de ser mulher, trata-se de uma violência de gênero ou violência contra a mulher. O mesmo ocorre no caso das outras categorias, podendo se tratar de violência de raça, de etnia, violência contra a pessoa idosa, contra as crianças, etc. (Werba 2004).

    A violência de gênero contra a mulher assume diversas formas, podendo ser físicas, psicológicas, sexuais, econômicas, simbólicas. O tipo mais comum dessa violência, a física, caracteriza-se por: tapas, empurrões, socos, enforcamentos, facadas, tiros, pedradas, etc. A violência psicológica consiste em toda a ação ou omissão que causa ou visa dano à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa. Não é tão evidente quanto a física, mas geralmente está associada a ela, caracteriza-se: por deboches, insultos, ofensas, ameaças, intimidações, preconceitos, estereótipos, etc. A violência econômica consiste na proibição ao acesso de bens materiais e ao usufruto dos rendimentos provenientes do trabalho remunerado. A violência sexual ocorre quando a pessoa é obrigada a realizar qualquer ato sexual contra a sua vontade, mediante coerção e ameaça (Strey, 2004). A violência simbólica de acordo com Bourdieu (1996), refere-se, por exemplo, à maneira como é explorada a imagem feminina nos meios de comunicação de massa. Esse tipo de violência tem o poder de construção da realidade, através de símbolos, os quais tendem a estabelecer o sentido imediato do mundo social.

    As mulheres já conquistaram muitas vitórias e espaços no contexto esportivo. Hoje há a presença das mulheres em praticamente todas as modalidades esportivas, seja de forma amadora ou de competição. Mas no ambiente esportivo, principalmente em modalidades como o futebol e/ou futsal e o handebol, a situação do preconceito, das barreiras discriminatórias e o desconhecimento do papel da mulher atleta no mundo esportivo, é ainda, um fato muito comum de ser presenciado.

    O estudo realizado por Paim & Strey (2005), com adolescentes esportistas, corrobora nossa afirmação, pois nos mostra que ainda é bastante freqüente a presença de estereótipos de gênero com relação à participação da mulher no futebol. Isto pode ser visto no argumento de que a mulher é mais sensível e a prática do futebol exige muita força física, e favorece comportamentos agressivos, os quais são atributos masculinos e não femininos. Dessa forma parece impossível de se conceber que, apesar do futebol ser um ícone da cultura brasileira, e ser identificado como parte integrante do ser brasileiro, o "país do futebol" ainda hoje em dia, exclui, deixando à margem e na sombra, as mulheres que o praticam.

    Esses episódios de violência de gênero de âmbito psicológico e simbólico são um fenômeno cada vez mais presente em nossa sociedade, em especial no contexto esportivo. Fato esse que, muitas vezes, ainda hoje, limita, restringe e inibe a participação das mulheres no esporte. Além disso, a gravidade da repercussão das vivências desses preconceitos, discriminações, estereótipos, poderá deixar marcas profundas na subjetividade das vítimas.

    Pretende-se com o presente estudo pensar e refletir questões sobre a violência contra a mulher no esporte, escutando homens e mulheres atletas, procurando dessa maneira, contribuir no entendimento e superação dessas práticas excludentes, as quais muitas vezes impedem ou dificultam a participação de mulheres nos esportes. Nosso objetivo é:

Compreender como mulheres e homens atletas, praticantes de handebol e futsal, na faixa etária entre 18-28 anos, percebem as conseqüências da violência contra a mulher no contexto esportivo.


Caminhos percorridos

    Este é um estudo o qual encontra-se ancorado na abordagem de pesquisa qualitativa. De acordo com Silva (2004) a pesquisa qualitativa, é particularmente voltada à compreensão do significado das relações e estruturas sociais. Os dados foram coletados através de entrevistas em profundidade, entre outubro e novembro de 2005, realizadas com 9 atletas de handebol e 11 de futsal, sendo 11 atletas do sexo feminino e 9 atletas do sexo masculino, que praticam o esporte há pelo menos um ano.

    Foi feito contato com o responsável pelos clubes, apresentando o projeto de pesquisa e, após a assinatura da carta de autorização, solicitando que a coleta fosse realizada nas dependências do clube, iniciamos os trabalhos. O processo de escolha dos(as) participantes foi por conveniência, ou seja, dentre os(as) vários(as) atletas contatados, foram entrevistadas os(as) atletas que aceitaram o convite para participar desta pesquisa. A decisão em pesquisar atletas de futsal e handebol, se deve ao fato de termos encontrado na literatura referências ao futebol, ao handebol e as lutas, como sendo as modalidades esportivas que caracterizam a hegemonia masculina no contexto esportivo (De Sousa & Altmann, 1999). Desta forma, optamos pelo futsal, por termos encontrado grande número de mulheres praticando a modalidade esportiva, o que não ocorreu com o futebol.

    Os(as) participantes, são estudantes e atletas amadores de clubes esportivos de handebol e futsal, da cidade de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul. A maioria dos(as) entrevistados(as) estão fazendo um curso superior. Entre os cursos, encontramos Educação Física, Direito, Administração de Empresas e Sistemas de Informação. Cinco dos(as) entrevistados(as), além de jogar e estudar, também trabalham, e dois atletas um homem e uma mulher, apenas trabalham. Esses dois atletas que apenas trabalham, completaram o ensino médio, e almejam cursar uma universidade em breve. A renda familiar varia entre 8 e 12 salários mínimos. Pode-se dizer, que os atletas participantes da pesquisa, têm um padrão relativamente bom de vida, todos (as) têm acesso a Internet e outras formas de informação como jornais, revistas e livros.

    Antecedendo a realização das entrevistas, foi informado o objetivo da pesquisa, para cada atleta, apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e solicitada a leitura e assinatura do mesmo como forma de consentimento da participação. O sigilo e anonimato foram garantidos de modo a preservar a identidade dos(as) participantes. Para a apresentação das falas dos (as) atletas, foram utilizados nomes fictícios, onde foi feita uma homenagem a atletas brasileiros, de alto rendimento, praticantes de diversas modalidades esportivas em épocas diferenciadas.

    As entrevistas foram registradas com gravador digital e após a transcrição das entrevistas, foi feito o levantamento dos temas, e para cada um desses temas, foram extraídas as falas correspondentes nos textos. Os temas selecionados foram avaliados e resumidos até formarem núcleos de sentidos, que deram origem a categorias. Realizamos o levantamento e análise de conteúdo das 20 entrevistas realizadas com base em Bauer (2003), Setúbal (1999) Kude (1997) e Bardin (1991) e utilizamos a Hermenêutica de Profundidade de Thompson (2002), como referencial teórico para guiar-me na análise e interpretação dos resultados, sempre ancorados nos estudos de gênero.

    A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa-CEP-PUCRS pelo ofício no 913/05.


Resultados e discussões

    Foram vinte entrevistas em que os(as) participantes pensaram e refletiram sobre um tema bastante problemático na atualidade e que, em muitos casos, ainda hoje, século 21, passa desapercebido, não só no contexto esportivo, mas principalmente fora deste contexto. Este tema é o da violência contra a mulher no esporte, em especial, a análise das conseqüências dessa violência para as atletas.


Como os(as) atletas percebem as conseqüências da violência de gênero no esporte para a mulher atleta

    Foi ao longo das entrevistas, discutindo as questões norteadoras das mesmas, que os atletas a as atletas começaram a encarar as restrições que são feitas às atletas como uma possível violência praticada contra elas. Em um primeiro momento pudemos perceber que o mundo do esporte era visto de maneira naturalizada, como sendo um reduto naturalmente masculino, onde as mulheres eram percebidas como uma espécie de invasoras, pelo menos em determinadas categorias esportivas.

    Outra questão interessante, que gostaríamos de ressaltar, é que se tratavam de atletas amadores, que não obtinham lucros financeiros de sua prática esportiva. Dessa maneira, posicionavam-se como atletas amadores, mas também como torcedores, espectadores assíduos de eventos esportivos em estádios, telespectadores, ouvintes e leitores da mídia esportiva. Foi essa cultura condição que tornou realmente evidente o papel importante que os meios de comunicação têm na construção da mulher atleta.

    Assim, percebemos que algumas questões aparecem constantemente, de forma bastante marcante e recorrente, no discurso das(os) atletas.

    A primeira delas é o não reconhecimento do Ser mulher atleta.

Escutar comentários sobre sua beleza quando está jogando incomoda, porque a atleta é muito cobrada, por ela mesma e pela sociedade, ela deve ser competente sempre. Ela quer vencer profissionalmente através do seu jogo. Aí você treina, "malha" e, os "caras" só falam que você é bonita. Isso está correto? (Jaqueline, 28 anos, atleta de futsal).

Ouvi, em uma partida de futebol, o comentarista falando que determinada jogadora era muito bonita, eu concordo com ele, mas eu não sei se é o momento do elogio. Eu francamente não sei se ela gostaria de ouvir esse comentário, ou gostaria de ouvir que ela fez um bom trabalho. Tem comentaristas que esquecem que a mulher não é um objeto, ela é um ser humano que precisa ser respeitado igualmente ao homem. (Dunga, 21 anos, atleta de handebol).

Muita exaltação da beleza da atleta na mídia, por exemplo, em alguns casos, poderá prejudicar o seu desempenho dentro da quadra, pois se o lado emocional está afetado, com questões do tipo: será que eu jogo bem, ou estou no time apenas por minha beleza? A atleta se desestrutura. Acho que se acontecesse com um homem, aconteceria à mesma coisa (Falcão, 20 anos, atleta de handebol).

Eu me incomodo com esses comentários indevidos, tipo esse da exaltação da beleza física das mulheres atletas, porque se fosse comigo eu gostaria que eles falassem a respeito do meu desempenho dentro do jogo. Mas é uma questão cultural, sexo oposto, admiração, tudo que é bonito deve ser admirado, mas têm o local certo. É falta de profissionalismo (Rivelino, 22 anos, atleta de futsal).

    Nas falas das(os) atletas ficou claro que o trabalho da mulher atleta não é reconhecido, tal qual é reconhecido o trabalho do homem atleta. Essa questão apareceu associada à exaltação da beleza da mulher atleta. Aqui fica evidente que a aceitação e o respeito ao profissionalismo da mulher atleta ainda não é uma realidade incorporada por toda a sociedade. Em muitos casos o discurso das mídias legitima essa visão preconceituosa e discriminatória que envolve a mulher no esporte.

    O contexto esportivo, a pesar de todas as imperfeições e desigualdades, é um agente fundamental de transformação social para as mulheres. Sobretudo a partir do momento em que os meios de comunicação, em especial a televisão, passaram a fazer parte do espetáculo, interferindo, ditando normas, alterando regras, criando ícones, ou seja, alterando muitas vezes o formato do esporte e fazendo o show. É indispensável trazer aqui, que esse "namoro", da mulher atleta com as mídias, tem o símbolo da conquista, da luta por um espaço estreitado pelo homem, e é um terreno repleto de armadilhas e preconceitos. Em muitos casos, o comportamento da mulher atleta é julgado dentro de parâmetros masculinos, ou seja, para alguns o reconhecimento profissional ocorre em função da masculinização da mulher atleta, só assim lhes é permitido sucesso e competência, para outros este é o resultado da beleza da atleta, onde ter um rosto e um corpo bonito, que respondam aos códigos machistas, já lhes "garante" bons resultados e sucesso. E aí questionamos, é esse reconhecimento que a mulher atleta almeja? A fala de nossas entrevistadas nos mostra que estas buscam o reconhecimento e o respeito do seu trabalho como profissionais do esporte, através do reconhecimento do seu bom desempenho esportivo, tal qual ocorre com os atletas masculinos.

    Ter um corpo "malhado", forte e belo é uma conseqüência do esporte, pois o corpo é o seu instrumento de trabalho. Em alguns casos a associação indevida entre corpo bonito e/ou corpo masculinizado, como garantia de sucesso profissional, pode afetar o lado emocional, e em alguns casos pode prejudicar o desempenho dentro de quadra.

    Neste contexto, Adelman (2003), diz que a representação da mulher atleta nas mídias, indica que essas imagens culturais, com todo o fascínio e poder que exerce sobre o imaginário social, constituem um importante espaço de produção discursiva sobre a feminilidade, as quais apresentam contradições e ambigüidades. O "namoro", da mulher atleta com as mídias, pode se tornar, mesmo que, a longo prazo, um terreno de re-significações do feminino, colocando as mulheres em posição de sujeitos, onde elas mesmas podem definir outras formas de ser mulher atleta.

    Apesar da dominação masculina permanecer como uma característica da sociedade atual, as mulheres têm sido incansáveis na busca e definições de suas necessidades. E o contexto esportivo, por ser esse fenômeno, que mobiliza muitas pessoas, despertando paixões e outros sentimentos, muitas vezes inexplicáveis, oferece uma oportunidade para a luta pelos plenos direitos das mulheres atletas. Ou seja, elas querem ser valorizadas como profissionais, através do seu desempenho esportivo e não desvalorizadas por comentários preconceituosos e sexistas, que, em muitos casos, são ofensivos à sua condição humana.

    Caberia, nesse sentido, aos meios de comunicação uma conduta mais profissional, um comportamento menos conservador e mais técnico, trocando padrões preconceituosos, por questões mais abertas e mais interessantes, no que se refere ao crescimento das mulheres no contexto esportivo.

    Os participantes de ambos os sexos ressaltaram como um fator causador da violência de gênero no contexto esportivo, o fato das relações sociais no esporte serem construídas em cima de valores sexistas.

Quando há comentários sobre a feminilidade das atletas, em relação ao seu corpo, que estão muito musculosas, que perdem um pouco a sua beleza de mulher. É muito constrangedor você ser chamada de "Mulher Macho", "Maria João", só porque gosta de praticar esportes (Janete, 21 anos, atleta de futsal).

Há, no mundo esportivo muito preconceito contra a mulher. Não suporto as "piadinhas", que são bastante comuns, dizendo que a mulher atleta, principalmente nós que jogamos futebol, é sapatão, só porque somos diferentes da maioria das mulheres. É extremamente delicada essa situação (Sandra, 23 anos, atleta de futsal).

Acho que deve ser complicado para a mulher atleta ouvir, comentários do tipo que seu corpo está muito musculoso, que parece um homem, que perdeu a sua beleza de mulher, que são "machorras" (Maradona, 21 anos, atleta de handebol).

    Segundo os (as) atletas, a sociedade estigmatiza as mulheres esportistas, com maior freqüência, as mulheres que jogam futebol e ou futsal, chamando-as, por exemplo, de "sapatão". Isso nos mostra uma associação indevida entre a prática esportiva feminina e as preferências sexuais.

    Adelman (2003), diz que a sociedade define desde cedo que os corpos de homens e mulheres devem agir desta ou daquela maneira, respeitando as normas e símbolos convencionados ao masculino e ao feminino. Na atualidade, o mundo esportivo vem incorporando a luta das mulheres pela igualdade nas relações de poder. As pesquisas sobre as mulheres e as relações de gênero no esporte assinalam os avanços e também os pontos em conflitos, antigos e novos. Como exemplo, ainda hoje os esportes são avaliados em termos de gênero, incluindo tanto os que se tornaram unisex, quanto os que são vistos como potencialmente "masculinizantes" para mulheres, como ainda é o caso do futebol e/ou futsal.

    Infelizmente, essa imagem estereotipada do futebol e/ou futsal continua afastando as mulheres de sua prática. Pois ainda encontra-se um número significativamente maior de homens do que mulheres praticando-o, tanto em forma de lazer, esporte escolar ou profissional. A prática docente na Educação Física mostra uma grande preocupação de muitas mulheres atletas, profissionais ou amadoras, de tornarem público e explícito, que sua participação no esporte não compromete sua feminilidade. Essa associação do esporte feminino com a masculinização da mulher atleta faz com que muitas atletas de alto rendimento, evidenciem seus símbolos de feminilidade heterossexual. Elas se distanciam da imagem masculina, deixando os traços femininos mais explícitos, os cabelos longos, as unhas pintadas, o uso freqüente do batom.

    Esses estereótipos de gênero, tornam-se extremamente prejudiciais à individualidade da atleta, transformando-se em obstáculos e impedimentos para a participação, crescimento, progressão da atleta nos esportes de qualquer tipo ou âmbito. A desmistificação dos estigmas e preconceitos no contexto esportivo, mesmo tendo esses suas bases na educação familiar e uma longa bagagem cultural, deve, ter na escola, e em especial na Educação Física, um campo fértil de atitudes esclarecedoras. Visto que, de acordo com Saraiva (2005), a Educação Física Escolar, ainda se constituí atualmente, como um campo onde, por excelência, acentuam-se as diferenças entre homem e mulher.

    De acordo com os(as) participantes de nosso estudo o fato da mulher atleta não poder viver dignamente através de seu trabalho no contexto esportivo, é outra questão bastante preocupante.

Nos esportes, a falta de incentivo financeiro e até da família para a mulher viver só dos esportes, é uma realidade. No futebol, não temos campeonato nacional feminino. Ainda escutamos as pessoas falarem, coisas do tipo, o que você espera ganhar como o futebol. Vai cuidar da tua vida, como se eu não pudesse me realizar profissionalmente através do esporte. É uma situação complicada (Marta, 24 anos, atleta de futsal).

Como me incomoda, imagine para as atletas, quando vejo, por exemplo, a miséria de salário que as atletas da nossa seleção brasileira recebem, e tem mais! Elas nem recebem patrocínio! Como vão vencer nos esportes? (Tostão, 20 anos, atleta de futsal).

Percebo que quando uma mulher está à frente de um cargo administrativo no esporte, o que é coisa muito rara, ou até mesmo na cobrança de um lance no esporte. Se ocorrer qualquer deslize por parte da atleta, esse erro é muito ressaltado (Leila, 20 anos, atleta de futsal).

Parece, é minha percepção, que a mulher tem que estar sempre provando para os outros que é competente, que sabe jogar bem, que sabe administrar um time, essas coisas. E não é só isso. Se olharmos para o lado financeiro, ai a decepção é bem maior. É muito difícil uma mulher atleta sobreviver só do esporte (Hortência, 18 anos, atleta de handebol).

    Segundo esses depoimentos, realmente não é nada fácil a ascensão profissional da mulher nos esportes. Essa é uma realidade da nossa sociedade machista, que também se reflete no contexto esportivo. Bem sabemos que a hegemonia na prática e no comando dos esportes ainda é masculina. As mulheres, aos poucos vão quebrando barreiras e conquistam espaços, dentro das quadras, nos setores administrativos dos esportes, etc. Mas o contexto esportivo, ainda exclui as mulheres. As dificuldades para as mulheres permanecerem no esporte são enormes.

    Não bastando os desafios comuns, como os adversários, os treinamentos, as pressões, as viagens entre outros, a mulher atleta não recebe incentivos para participar de esportes, nem de seus amigos e nem de seus familiares; é cobrada constantemente pela sociedade pelo seu papel de mãe e esposa; sofre constantemente a pressão pela busca de um corpo ideal, que contemple o ideal feminino; sofre a falta de apoio financeiro; a falta de oportunidades em cargos administrativos; tem que ser extremamente competente; seu desempenho esportivo tem que ser 100%, para obter algum reconhecimento, e muitas outras desigualdades não citadas aqui. Em função disso, as mulheres atletas, devem estar bem preparadas emocionalmente, para enfrentar, vencer e eliminar os preconceitos, os estereótipos, os estigmas, as desigualdades das oportunidades, as diferenças que limitam e muitas vezes as afastam do contexto esportivo.

    Esses fatores causadores de prejuízos psicológicos para as mulheres atletas confirmam que, apesar de toda a evolução da nossa sociedade, as relações de gênero ainda circulam no mesmo terreno: valores antigos são produzidos e reproduzidos com uma outra "roupagem". A participação da mulher no contexto esportivo é uma dessas roupagens.

    Ainda são muitas as desigualdades presentes nas relações sociais, não só entre homens e mulheres, mas também entre classes sociais, raças e, até mesmo, entre gerações. Infelizmente as mulheres, têm padecido as discriminações de uma sociedade ainda eminentemente patriarcal, responsável pelas diferenças assimétricas entre os sexos, nos diferentes contextos sócio-culturais, e de uma forma bastante acentuada nos esportes, legitimando os papeis e as relações convencionais entre os gêneros.

    Nesse sentido, cabe apresentar aqui a indignação de Fernanda Ramirez, Bacharel em Educação Física -Treinamento Físico pela USP. Ela relata alguns fatos que ocorreram na busca de emprego no contexto esportivo:

Eu jamais suspeitaria me deparar com situações que fugissem de uma boa qualificação profissional ou de uma competitividade crescente. Achava, sinceramente, após ter estruturado e planejado toda a faculdade para um determinado fim, trilhar um caminho honesto e livre de preconceitos. Perdi a conta de quantas propostas indecentes recebi, não somei todas as pessoas que me ignoraram pelo fato de eu, aparentemente, ser um ninguém, desconhecido e tão pouco e lembro-me de quantas vozes ouvi dizer sobre meu ser mulher (Fernanda, Bacharel em Educação Física, 2000).


Considerações finais

    A proposta dessa pesquisa foi uma tentativa de compreender como as mulheres e homens atletas percebem as conseqüências da violência contra a mulher no contexto esportivo. Não deu para compreender tudo, mas nunca pensamos que isso seria possível. No entanto, pudemos ter uma noção mais aprofundada, de como as pessoas entrevistadas vêem o assunto e a importância que lhe atribuem. São considerações finais, porém transitórias sobre esse estudo.

    Ser mulher no contexto esportivo, tem sido, e ainda é, viver à sombra de questões culturais advindas da dominação masculina. A mulher já está começando a mudar esse panorama, mas é uma questão bastante complexa, para isso, é necessária a ação conjunta de várias instituições sociais, como a escola, família, mídia, etc.

    Alguns fatores foram apontados pelos(as) atletas como causadores de prejuízos para a mulheres no contexto esportivo. Entre eles: O não reconhecimento do ser mulher atleta, ou seja, não ser reconhecida pelo seu desempenho dentro das quadras, mas pelo seu belo corpo; as relações sociais no esporte serem construídas em cima de valores sexistas, e a mulher atleta não poder viver dignamente através de seu trabalho no contexto esportivo.

    Dessa forma, vemos que a violência de gênero do contexto esportivo, ou seja, os estereótipos de gênero, os preconceitos e as desigualdades de poder nas relações sociais dentro do contexto esportivo, levantadas pelo(as) participantes, podem ferir a individualidade da mulher atleta que é sistematicamente agredida, causando prejuízos graves e muitas vezes permanentes para a sua saúde emocional e psicológica. Em alguns casos, essa violência pode se transformar em obstáculos e impedimentos para a participação, crescimento e progressão profissional da mulher, ou seja, afetando ou negando seu direito de decidir, pensar, agir, transformar, escolher, enfim ser um Ser que se constrói e constrói o mundo.

    Tendo como base à temática abordada no presente artigo, vemos que o Esporte, não existe independentemente de uma imagem social. No momento em que o esporte incorpora o "status" de fenômeno social, este é transformado pela cultura e pela sociedade em questão. Sendo assim, o esporte é uma realidade construída, e como tal suas regras, os preconceitos, as discriminações, os estigmas, as violências, que fazem parte do seu contexto, também o são. Desta forma, quando as mulheres decidiram entrar neste campo de atuação, tiveram que aceitar os desafios de competir e encarar as situações problemáticas como as relações de gênero, raça, cor, ideologia. O perigo, reside quando a mulher atleta, se sente estritamente ligada à percepção que possuí de si mesma e de que está submetida a um poder que legitima a existência de um sistema de desigualdade de privilégios e valores que se definiu como sendo masculino. Esta legitimação masculina no esporte fez surgir todo um conjunto de crenças sobre a participação da mulher no esporte, visto que o sexismo implica em conceitos fundamentados na cultura popular que justificam a "superioridade" do homem sobre a mulher. O sexismo está enraizado na cultura, estando presente em diferentes segmentos como a família, a educação, a religião, o esporte que moldam o comportamento feminino na sociedade.

    A esperança reside no fato de que, sendo construções sociais e históricas, os valores sexistas no esporte e em qualquer âmbito da prática e convivência humanas, podem ser revertidos em prol do crescimento de homens e mulheres conjuntamente. Estamos longe de alcançar uma realidade deste tipo, mas ela é possível.


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revista digital · Año 11 · N° 103 | Buenos Aires, Diciembre 2006  
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