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Estado nutricional e força muscular entre estudantes de Educação

Física de uma instituição de ensino superior do município de Jequié

Estado nutricional y fuerza muscular de los estudiantes de Educación Física

 de una institución de enseñanza superior del municipio de Jequié

 

*Acadêmicos do Curso de Educação Física

da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB

**Professor Assistente do Departamento de Saúde

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Núcleo de Estudos em Saúde da População, UESB

(Brasil)

Adriano Lopes de Souza* | Edvaldo Petaccia Fonseca*

Heron de Oliveira* | Marlúcio Pereira de Azevedo*

Renildo da Cruz Santos* | Ricardo Silva Moraes*

Saulo Vasconcelos Rocha**

saulosaudecoletiva@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O Brasil, assim como outros países em desenvolvimento, convive com uma transição nutricional, marcada pela redução contínua dos casos de desnutrição, acrescida de prevalências crescentes de pessoas com sobrepeso. O Estado Nutricional é um importante indicador de saúde das pessoas e pode influenciar diversas variáveis da aptidão física, dentre elas, a força muscular. Assim, o presente artigo tem o objetivo de avaliar o Estado Nutricional e a força muscular dos Estudantes de Educação Física de uma Instituição de ensino Superior, do município de Jequié-Ba. Estudo de corte transversal. A amostra foi constituída por estudantes, de ambos os sexos, selecionados por conveniência. O estado nutricional foi avaliado por meio do índice de massa corporal (IMC), enquanto a força muscular foi avaliada pelo teste de preensão manual e salto horizontal. Na análise dos dados foram utilizados procedimentos da estatística descritiva, por meio do programa SPSS (9.0). Foram avaliados 13 estudantes, sendo 69,2% do sexo masculino e 30,8 % do sexo feminino, com faixa etária entre 18 e 24 anos. A média de idade dos avaliados foi de 20,08 (DP=7,57) anos. Entre os avaliados, 61,5 % apresentaram força de preensão manual satisfatória. A prevalência de sobrepeso/obesidade foi de 30,8 %. Os avaliados com sobrepeso/obesidade apresentaram uma maior proporção de força quando comparados com aqueles que possuem um estado nutricional normal. Portanto, conclui-se que o aumento de peso parece estar associado aos maiores escores de força. No entanto, faz-se necessário a realização de outros estudos para esclarecer tal associação;

          Unitermos: Estado nutricional. Força muscular. Sobrepeso. Obesidade.

 

Abstract

          Brazil, like other developing countries, living with a nutrition transition, marked by a steady decrease in cases of malnutrition, plus a growing prevalence of overweight people. Nutritional status is an important indicator of health of people and can influence various physical components, among them muscle strength. Thus, this article aims to assess the nutritional status and muscle strength of the Students of Physical Education in a Higher Education Institution in the town of Ba-Jequié. Cross-sectional study. The sample consisted of students of both sexes, selected for convenience. Nutritional status was assessed by body mass index (BMI), while muscle strength was evaluated by handgrip and long jump. In the data analysis procedures were used descriptive statistics, using SPSS (9.0). We evaluated 13 students, with 69.2% males and 30.8% females, aged between 18 and 24 years. The average age of the subjects was 20.08 (SD = 7.57) years. Among the subjects, 61.5% had satisfactory grip strength. The prevalence of overweight / obesity was 30.8%. The assessed overweight / obese had a higher proportion of strength when compared with those with a normal nutritional status. Therefore, we conclude that weight gain seems to be associated with higher strength scores. However, it is necessary to conduct further studies to clarify the association;
          Keywords: Nutritional Status. Muscular Strength. Overweight, Obesity.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O Brasil, assim como outros países em desenvolvimento, convive com uma transição nutricional, determinada, principalmente, pelo estilo de vida sedentário e pela má-alimentação da população. Nesse contexto, a redução contínua dos casos de desnutrição, acrescida de prevalências crescentes de pessoas com sobrepeso, representa o atual panorama nutricional da sociedade moderna.

    O estado nutricional representa um artifício muito utilizado para indicar a condição de saúde de um indivíduo ou de uma população. De acordo com Mahan e Escott-Stump (1998), ele pode ser considerado como o grau pelo qual a necessidade fisiológica de nutrientes de um indivíduo está sendo atendida através do alimento que ele está ingerindo. Vasconcelos (2000), por sua vez, compreende o estado nutricional como a condição de saúde de um indivíduo, influenciada pelo consumo de nutrientes, identificada pela correlação de informações obtidas de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos.

    O estado nutricional refere-se a diferentes condições nutricionais do organismo, determinadas pelos processos de ingestão, absorção, utilização e excreção dos nutrientes (MELLO, 2002).

    Trata-se de um balanço entre a ingestão alimentar de um indivíduo com o seu gasto energético, fornecendo informações sobre o equilíbrio entre o consumo de nutrientes e as necessidades calóricas no seu cotidiano.

    O estado nutricional pode ser influenciado por: fatores econômicos (renda, acesso), sociais (hábitos, modismos, estéticos, mídia, etc.), culturais (descendência, costumes), religiosos (mitos, tabus, crenças), psicológicos (necessidade, prazer, ansiedade, insegurança) e fisiopatológicos (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 1998).

    A avaliação do estado nutricional envolve uma série de aspectos relacionados às condições físicas de uma pessoa, como: crescimento, desenvolvimento, comportamento, níveis de nutrientes na urina, sangue ou tecidos e a qualidade/quantidade dos nutrientes ingeridos (MAHAN E ESCOTT-STUMP, 1998).

    Existem diferentes técnicas para avaliar a condição nutricional de um indivíduo, as quais dividem-se em: avaliação antropométrica (dobras cutâneas); análise da dieta (recordatório de 24 horas, registro alimentar, etc.); análise bioquímica e métodos baseados em sinais e sintomas clínicos (DUNN, 2003).

    A força muscular, por sua vez, também representa uma condição fundamental para a manutenção da saúde. Ela representa um componente da aptidão física que influencia o desempenho das atividades da vida diária (AVD’s), consistindo, também, em um importante indicador de saúde (DIAS, et al, 2005).

    A força é a capacidade de um corpo alterar o seu estado de movimento ou de repouso, criando uma aceleração ou deformação do mesmo (Marques 2002). Guedes (1997) define-a como sendo a capacidade de exercer determinada tensão muscular contra uma resistência, superando, sustentando ou cedendo à mesma. A força muscular diminui de acordo com avanço da idade, dificultando com isso na execução de atividades do cotidiano (BENN, CARTENY, CIRCULATORY, apud, BARBOSA, 2006).

    Vários fatores influenciam na perda da força muscular, entres eles destacam-se: acúmulo de doenças crônicas, redução das secreções hormonais, atrofia por desuso, alterações músculo-esqueléticas, desnutrição, etc. (TARTARUGA, et al, 2005). Destes, a perda de massa muscular (sarcopenia) se destaca como sendo o principal fator relacionado á perda da força quando envelhecemos (FRONTERA et al., 2001, TARTARUGA et al., 2005).

    Nesse sentido, o presente estudo tem o objetivo de avaliar o Estado Nutricional e a força muscular dos Estudantes de Educação Física de uma Instituição de Ensino Superior do Estado da Bahia, verificando a associação existente entre as duas variáveis.

Metodologia

    Trata-se de um estudo de caráter transversal e descritivo, na medida em que o pesquisador coleta os dados do experimento em um único instante no tempo obtendo um recorte momentâneo do fenômeno investigado. De acordo com Gil (1999), os métodos utilizados na pesquisa descritiva, geralmente, permitem ao pesquisador investigar apenas um percentual da população alvo desejada, e não a sua totalidade.

    A amostra foi composta por treze estudantes do curso de Educação Física de uma Instituição de Ensino Superior (IES), com idade entre 18 e 24 anos, de ambos os sexos, selecionados por conveniência.

    O instrumento de coleta de dados foi composto de informações sociodemográficas (sexo, idade), seguido de medidas antropométricas de peso e altura dos avaliados para calcular o Índice de Massa Corporal (IMC), além de medidas da força muscular dos membros superiores (Preensão Manual) e da força muscular dos membros inferiores (Salto Horizontal). Para a análise dos dados será utilizado o programa estatístico: SPSS-Statistical Package for Social Science – versão 9.0 for Windows.

    O convite para a realização dos testes foi feito para todos os discentes do II semestre do curso de Educação Física. Optou-se por tal semestre por questões de acessibilidade com a turma e pelo fato de ingressarem a pouco tempo na faculdade, possibilitando-nos a realizar pesquisas posteriores com o mesmo grupo, caso seja necessário. Assim, foram escolhidos para compor a amostra aqueles que se disponibilizaram, de forma espontânea e voluntária, a realizá-los.

    Os entrevistados receberam algumas orientações acerca dos procedimentos dos testes e, em seguida, assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, certificando a sua participação voluntária no estudo em questão, autorizando-nos a utilizar seus dados para fins de pesquisa.

    A coleta dos dados foi dividida em duas etapas: I- Avaliação do estado nutricional, através da utilização do Índice de Massa Corporal (IMC); II- Avaliação da força muscular, através de dois testes: Prensão manual e salto horizontal.

    O método para a avaliação do estado nutricional pode ser obtido por meio da divisão do peso corporal pela altura ao quadrado, em metros. Essa relação entre o peso e a altura do avaliado é capaz de indicar se o mesmo excede, ou não, os padrões considerados normais em referência ao da média da população.

    Para mensurar a força muscular da mão, utilizamos o teste de preensão manual com o dinamômetro onde o avaliado pressionou a alça por meio de três tentativas, nas quais registramos a pressão máxima encontrada, em três tentativas. Enquanto para o teste de força explosiva dos membros inferiores, utilizamos o teste de impulsão horizontal.

    Os dados foram analisados utilizando procedimentos da estatística descritiva (média, desvio-padrão, percentagem) por meio do programa SPSS, versão 9.0.

Resultados e discussões

    Dos treze estudantes avaliados, quatro são do sexo feminino e nove do sexo masculino, com média de idade de 20,08 (DP=7,57) anos. De acordo com os resultados encontrados, nove avaliados (69,2 %) apresentaram um Índice de Massa Corporal (IMC) normal ou ideal, representando um indicador favorável do estado nutricional dos mesmos, enquanto 30,8% estão com sobrepeso ou obesidade.

    No teste de impulsão horizontal, por sua vez, 100 % dos avaliados (n=13) se encontraram abaixo do nível recomendável, que é de 2,49 cm, de acordo com a classificação de Rocha e Caldas (1978), por isso, não foi possível analisar uma possível associação com o IMC. Na avaliação do teste de preensão manual, 61,5 % (n=8) apresentam níveis recomendáveis, ao passo que 38.5% (n=5) não alcançaram à média (Tabela 01).

Tabela 01. Estado Nutricional e Força Muscular dos estudantes do curso de Educação Física de uma universidade pública do município de Jequié-Ba, 2010 (n=13)

    Em seguida, analisou-se a distribuição do IMC e da Força de Preensão Manual segundo o sexo. Entre os entrevistados com IMC normal, 66,7 % (n=6) são do sexo masculino e 33, 7% (n=3) do sexo feminino, enquanto que entre os indivíduos com sobrepeso/obesidade, 75% (n=3) são do sexo masculino e 25% (n=1) do sexo feminino. Entre os entrevistados situados na faixa recomendável, 50% (n=4) são do sexo feminino e 50% (n=4) são do sexo masculino (Tabela 02).

Tabela 02. Distribuição do IMC e da Força de Preensao Manual segundo sexo dos estudantes 

do curso de Educação Física de uma universidade pública do município de Jequié-Ba, 2010 (n=13).

    Conforme apresenta a tabela acima, pode-se observar que os resultados de IMC das mulheres foram mais favoráveis em proporção com os valores dos homens. No teste de preensão manual, por sua vez, a diferença foi ainda mais evidente, pois todas se enquadraram na faixa recomendável que é acima de 60 kg para este gênero, de acordo com a classificação de Fernandes (1998).

    Posteriormente, analisou-se a possível associação entre o estado nutricional e a força de preensão manual do grupo avaliado, tal como exposto no gráfico 01.

Gráfico 01. Estado Nutricional e Força de Preensão manual dos estudantes do curso de Educação Física de uma universidade pública do município de Jequié-Ba, 2010 (n=13)

    Com base no gráfico acima, pode-se observar que entre os indivíduos que apresentam um IMC normal 55,6% (n=5) apresentam escores de força na faixa recomendável, e 44,4% (n=4) na faixa não recomendável. Enquanto que entre os avaliados com sobrepeso/obesidade, 75% (n=3) apresentam uma força de preensão manual recomendável e 25% (n=1) não recomendável.

    A análise dos resultados indicou que os avaliados com sobrepeso/obesidade apresentam maiores escores de força quando comparados com aqueles que possuem um estado nutricional normal.

    Segundo outros estudos, como o de Barbosa et. al (2006), que trata dessa relação entre Estado Nutricional Força de Preensão Manual, os indivíduos com baixo estado nutricional (desnutrição) apresentam baixo índice de força nos membros superiores através do teste de preensão manual. Ele destaca que alguns autores, como Silva e Hullens, associam a menor força muscular aos indivíduos obesos, concordando com os dados encontrados no presente estudo.

    Entretanto, vale ressaltar que apesar de ser um bom indicador do Estado Nutricional, o IMC é limitado para classificar o indivíduo como obeso ou não, pois, não diferencia a massa gorda da massa magra, podendo acusar que uma pessoa musculosa está com sobrepeso ou obesidade, mesmo que ela esteja com um nível ideal de gordura, por exemplo. Sendo assim, pode-se articular que os indivíduos que apresentaram sobrepeso/obesidade neste estudo, não estão, necessariamente, com uma quantidade acentuada de massa gorda.

Considerações finais

    Os resultados encontrados nesse estudo evidenciam que o estado nutricional e a força de preensão manual parecem estar associados, de modo que os estudantes avaliados com sobrepeso/obesidade apresentam uma maior proporção de força de preensão manual quando comparados com aqueles que possuem um estado nutricional normal. Entretanto, recomenda-se a realização de outros estudos com um número maior de sujeitos, no sentido de esclarecer melhor essa associação do estado nutricional com a força muscular.

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