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Absenteísmo por saúde: uma análise na 

equipe de enfermagem em instituições hospitalares

Ausentismo por salud: un análisis del equipo de enfermería en instituciones hospitalarias

 

Trabalho realizado na Faculdades Unidas

do Norte de Minas, Funorte

(Brasil)

Lucas Mendes Soares | Hellen Juliana Costa Diniz

Jaime Rabelo Filho | Joseane de Souza Oliveira

Rosimere Gomes Fernandes | Grazielle Grayce da Rocha

Jaqueline D’Paula Ribeiro Vieira

lucasmoc@msn.com

 

 

 

 

Resumo

          O absenteísmo é um problema de gerência hospitalar de graves conseqüências como à queda da qualidade da assistência de enfermagem. O presente estudo tem como objetivo esclarecer o absenteísmo na Equipe de Enfermagem. Percebe-se uma grande preocupação nos temas sobre a qualidade de vida no trabalho, é neste sentido que esse artigo através de um rastreamento bibliográfico de 12 artigos publicados entre 2005 e 2009, vem elucidar e contribuir tratando de um fenômeno que ocorre dentro da organização. A fim de identificar as possíveis causas do fenômeno, foram estabelecidas correlações por faixa-etária, vínculo empregatício, natureza do contrato de serviço e gênero. Ao analisar os doze artigos selecionados percebeu-se que, a maior parte das faltas apresentadas é justificada por meio de atestados médicos, pela classe feminina e pela dupla jornada de trabalho. Nestes estudos foi possível identificar duas maneiras, que se destacaram como solução ou idéias, a fim de diminuir esse problema: a utilização de instrumento de dimensionamento de pessoal e o uso de ações preventivas, para tornar adequadas às condições de trabalho.

          Unitermos: Equipe de enfermagem. Absenteísmo. Hospital.

 

Abstract

          Absenteeism is a problem of hospital management of severe consequences including impaired quality of nursing care. This article aims to clarify the absenteeism in Nursing Team. It can be seen on issues of great concern about the quality of work life, is this sense that this article through a screening bibliography of 12 articles published between 2005 and 2009, is to elucidate and help dealing with a phenomenon that occurs within the organization. Absenteeism is a problem of hospital management of severe consequences including impaired quality of nursing care. In order to identify possible causes of the phenomenon, correlations were established by age-range, employment, nature of the service contract and gender. By analyzing the twelve selected articles was noticed that most of the faults presented is justified by medical certificates, class female and two work shifts. In these studies it was possible to identify two ways, which stood out as a solution or ideas in order to reduce this problem: the use of instrument design and use of personal preventive actions, to make appropriate working conditions.

          Keywords: Nursing staff. Absenteeism. Hospital.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 157 - Junio de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O avanço tecnológico aguça nas instituições hospitalares a competitividade e a consciência sobre eficiência. Qualidade, produtividade e atenção à clientela são temas dominantes na busca do progresso e sobrevivência da instituição e, particularmente, os recursos humanos assumem relevância estratégica no desenvolvimento do trabalho.

    O pessoal de enfermagem representa, em termos quantitativos, parcela significativa dos recursos humanos alocados nas instituições de saúde e, principalmente, nas hospitalares, incidindo de maneira relevante nos custos globais da organização. (LAUS e ANSELMI, 2008).

    Assegurar um quadro de trabalhadores adequado aos objetivos e finalidades do hospital constitui um desafio permanente à medida que se toma por referência processos assistenciais qualificados. Assim, o dimensionamento de pessoal de enfermagem, importante ação gerencial desenvolvida pelos enfermeiros, vem sendo objeto de atenção, desde a década de 40, tanto de pesquisadores como de gerentes de serviços de enfermagem.

    A falta do funcionário em horários que deveria estar trabalhando regularmente é fixado na literatura como absenteísmo ou ausentismo e mostra uma das variáveis de maior influência na organização dos serviços de enfermagem (FUGULIN, FMT et al, 2007; CHIAVENATO I, 2000; ALVES, M, 2005).

    Particularmente, em unidades hospitalares, onde o trabalho de enfermagem ocorre de forma continua e ininterrupta, este evento afeta diretamente a qualidade da assistência prestada. As ausências previstas são definidas como sendo os dias relativos às folgas (descanso semanal remunerado e feriados) e férias; e como ausências não previstas, os dias referentes às faltas (abonadas ou não), às licenças (médica, maternidade, prêmio, por acidente de trabalho, e pelo Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS, entre outras) e às suspensões (GAIDZINSKI, RR, 1998).

    O absenteísmo dos profissionais de enfermagem, sobretudo nas organizações públicas de saúde, é fato que merece atenção, pois, tanto resultados de pesquisas, como relato de gerentes de serviços aponta para altos índices de ocorrência dos mesmos.

    Neste sentido, esta pesquisa tem como objetivo contextualizar o absenteísmo na equipe de enfermagem, pois observando o movimento em direção à qualidade, o conhecimento desta variável numa dada realidade pode ser entendido como um instrumento de apoio aos gerentes de enfermagem tanto na adoção de estratégias de avaliação do quantitativo de trabalhadores da instituição, como no planejamento destes recursos objetivando a qualificação do processo do cuidado de enfermagem.

    Logo, esta pesquisa servirá de ferramenta em um conhecimento abrangente nos serviços de saúde, sendo de grande relevância o presente estudo para a sociedade, os profissionais da área da saúde e instituições que visam qualidade em seus serviços prestados.

Materiais e métodos

    Segundo Barros e Lehfeld (2000), a metodologia corresponde a um conjunto de procedimentos empregado por uma técnica, ou disciplina, e sua teoria geral. O método pode ser considerado como uma visão abstrata da ação, e a metodologia, a visão concreta da operacionalização. Conceituam a metodologia como uma disciplina que confere os caminhos necessários para o auto-aprendizado em que o aluno é sujeito do processo, aprendendo a pesquisar e a sistematizar o conhecimento obtido.

    A presente pesquisa é de caráter qualitativo e retrospectivo, uma vez que se trata de uma pesquisa com foco nas publicações científicas sobre o absenteísmo na equipe de enfermagem publicados nos últimos cinco anos. Logo a pesquisa constitui uma revisão sistemática de literatura científica.

    Na revisão da literatura é fundamental um embasamento teórico, o estado da arte do conhecimento sobre o seu tema. Assim, torna-se imprescindível buscar resultados de pesquisas ou revisões de literaturas recentes, artigos científicos, dissertações, teses (publicadas nos últimos anos). Devem-se buscar autores que são referências importantes, pessoas renomadas, normalmente isso está relacionado a conclusões de pesquisas importantes em relação ao objeto de estudo (FRANÇA et al, 2007).

    O levantamento dos referenciais deu-se através do sistema informatizado, incluindo Biblioteca Virtual de Saúde/Bireme (BVS), Literatura Latino Americana de Ciências da Saúde (LILACS), Revista Latino-Americana de Enfermagem (SCIELO), Ministério da saúde, além de consultas na Biblioteca Dr. Raimundo Avelar das Faculdades Unidas do Norte de Minas e na Biblioteca Professor Antônio Jorge da Unimontes. Foram utilizadas como descritores as palavras equipe de enfermagem, absenteísmo, hospital. Entretanto, os artigos ou teses utilizados para a revisão de literatura, estavam disponíveis gratuitamente e na íntegra.

    Decorreu-se, então, à análise dos dados, sendo que primeiro ocorreu uma leitura exploratória, a fim de conhecer todo o material; em seguida a leitura seletiva, através da qual foram selecionados os artigos pertinentes aos propósitos da pesquisa; e posteriormente realizada a leitura analítica dos textos, momento de apreciação e julgamento das informações, evidenciando-se os principais aspectos abordados sobre o tema.

Resultados

    O absenteísmo dos profissionais de enfermagem, sobretudo nas organizações públicas de saúde, é fato que merece atenção, pois, tanto resultados de pesquisas, como relato de gerentes de serviços aponta para altos índices de ocorrência dos mesmos. A partir dessas ponderações, delimita-se o seguinte pressuposto teórico como norteador da presente investigação: o processo de trabalho de enfermagem permite a interação do trabalhador com cargas de trabalho que geram diversos processos de desgaste e implicam na ausência do trabalhador ao trabalho. O absenteísmo por doença compromete não somente a qualidade de vida do trabalhador de enfermagem, como a qualidade da assistência prestada aos usuários. Nesse pressuposto, pode-se considerar a taxa de ocupação hospitalar como expressão do ritmo imposto ao trabalho; a doença como processo de desgaste concretizado e o absenteísmo como a conseqüência (SANCINETTI et al, 2009).

    A ausência de funcionários no trabalho é influenciada por inúmeros fatores, intrínseca ou extrínseca ao trabalho, que atuam sobre a pessoa tornando o absenteísmo um problema de alta complexidade. Como conseqüências do fenômeno verificam-se a desorganização do trabalho em equipe, sobrecarga de trabalho, insatisfação dos trabalhadores, queda na qualidade e quantidade do trabalho realizado (JUNIOR et al, 2007). Os trabalhadores de enfermagem apresentam alguns problemas de saúde inerentes à função que desempenham em suas atividades diárias. Em função desta peculiaridade vários trabalhos são voltados aos riscos ocupacionais dos trabalhadores de enfermagem no meio hospitalar (CAMPOS e GUTIERREZ, 2005).

    Tendo em vista que a organização hospitalar tem como missão básica prestar assistência ao paciente, esta instituição conta com a atuação de trabalhadores para a produção da saúde, o combate à doença, o prolongamento da vida, e até o acompanhamento daqueles que morrem. As unidades de atendimento de urgência e emergência apresentam na sua rotina situações que expõem os trabalhadores à dor e sofrimento; carga horária semanal de trabalho superior a 40 horas; trabalho nos finais de semana; trabalhos noturnos; exposição a produtos químicos e radiações ionizantes; movimentação de cargas, entre outros. Estas condições de trabalho apresentadas são adversas e variáveis podem provocar alterações no equilíbrio psicológico do trabalhador que, muitas vezes, ao tentar adaptar-se aos inúmeros agentes estressantes vivenciados no cotidiano laboral podem lançar mão de mecanismos de fuga como o absenteísmo, a fim de buscar uma solução provisória para o seu conflito com a organização no seu trabalho (ALVES et al, 2006).

    O absenteísmo dos profissionais de enfermagem é um problema presente neste grupo profissional como em qualquer outro. Porém, especificamente na enfermagem as conseqüências do absenteísmo podem interferir nas ações interligadas com o cuidado do cliente, pois afeta os profissionais que necessitam afastar-se do trabalho por algum motivo, seja doença ou não. Sendo assim, o absenteísmo é um problema importante e que necessita ser minimizado ou extinguido, a fim de melhorar a assistência prestada ao usuário e a saúde dos trabalhadores.

    Ao analisar os doze artigos selecionados percebe-se que, a maior parte das faltas apresentadas é justificada por meio de atestados médicos, pela classe feminina e pela dupla jornada de trabalho. Nestes estudos foi possível identificar duas maneiras, que se destacaram como solução ou idéias, a fim de diminuir esse problema: a utilização de instrumento de dimensionamento de pessoal e o uso de ações preventivas, para tornar adequadas às condições de trabalho. Essas soluções poderiam, segundo os autores, diminuir os índices elevados de absenteísmo na categoria profissional estudada.

    Com isso, o uso de ações preventivas, para tornar adequadas às condições de trabalho dos profissionais de enfermagem, são citadas pelos autores das pesquisas selecionadas. Nas instituições de saúde, a organização do trabalho da equipe de enfermagem é essencial para o atendimento adequado e de qualidade ao cliente/paciente. Considerando o contexto do processo de trabalho da UTI, onde predominam as atividades complexas, tarefas que requerem habilidades e conhecimentos técnico-científicos devido aos cuidados que demandam atenção permanente e maior carga de trabalho da equipe de enfermagem, há necessidade de garantir número adequado de trabalhadores para assegurar a qualidade da assistência de enfermagem durante as 24 horas do dia. Assim, torna-se imprescindível compreender a dinâmica de atuação da equipe de enfermagem deste setor nos aspectos inerentes ao dimensionamento escala de pessoal (INOUE et al, 2008).

    Assegurar um quadro de trabalhadores adequado aos objetivos e finalidades do hospital constitui um desafio permanente à medida que se toma por referência processos assistenciais qualificados. Assim, o dimensionamento de pessoal de enfermagem, importante ação gerencial desenvolvida pelos enfermeiros, vem sendo objeto de atenção, desde a década de 40, tanto de pesquisadores como de gerentes de serviços de enfermagem (LAUS e ANSELMI, 2008).

    Assim à proposta do construto Satisfação no Trabalho como um indicador de qualidade carece de estudos que verticalizem e decodifiquem o real significado desse sentimento, segundo a vivência e percepção dos enfermeiros, para que possa ser adotado de forma quantifícável (KURGANCT et al,2008).

Caracterização do absenteísmo em instituição de saúde

    É através da fala do trabalhador que os Enfermeiros do Trabalho podem identificar problemas no ambiente de trabalho, partindo em primeiro lugar da avaliação do nível de trabalho, de satisfação, aceitação e adaptação de cada trabalhador em relação às atividades que exercem, cabendo ao profissional avaliar deficiências, e planejar meios de solucionar os problemas identificados, adequando o ambiente de trabalho ao trabalhador, reduzindo os fatores nocivos à sua saúde (CAMPOS e GUTIERREZ, 2005).

    Portanto, o conhecimento desta variável numa dada realidade pode ser entendido como um instrumento de apoio aos gerentes de enfermagem tanto na adoção de estratégias de avaliação do quantitativo de trabalhadores da instituição, como no planejamento destes recursos objetivando a qualificação do processo do cuidado de enfermagem (LAUS e ANSELMI, 2008).

    Determinados artigos, destacam que o absenteísmo é maior entre o sexo feminino, visto que as mulheres acabam assumindo várias responsabilidades profissionais e familiares, levando-a a apresentar altos índices de ausência. De acordo com Costa et al (2009), a predominância do sexo feminino nos casos de absenteísmo representa 81,1% e os homens 18,9% do total da população estudada entre os profissionais da equipe de enfermagem em um hospital de médio porte.

Motivos do absenteísmo

    De acordo com os estudos de Inoue et al (2008), a causa mais freqüente de ausência não programada ao trabalho da equipe de enfermagem foi o absenteísmo-doença (67,0%), seguida pelo absenteísmo-voluntário (16,9%) e o absenteísmo-legal (16,1%). Infere-se que a necessidade dos trabalhadores do setor em acompanhar o avanço técnico e científico para o atendimento, com incremento de novas tecnologias e conseqüente aumento da complexidade para o cuidado aos clientes, associada a uma taxa de ocupação de aproximadamente 100%, podem estar influenciando nas taxas de absenteísmo-doença do setor.

    Em outro estudo, a investigação mostrou que os trabalhadores de enfermagem (enfermeiros, auxiliares de enfermagem e auxiliares operacionais de serviços diversos) apresentaram 197 acidentes e os demais trabalhadores de saúde (médicos, dentistas, farmacêuticos, auxiliar de nutrição, pessoal de manutenção e limpeza, técnico de laboratório) sofreram 76 acidentes. Possivelmente, esta maior freqüência de acidentes entre os trabalhadores de enfermagem, quando comparada a outras categorias profissionais, decorre da complexidade do processo de trabalho da enfermagem, que é quem convive mais tempo com os pacientes, realiza cuidado direto a doentes nas 24 horas-dia de todo um ano (RIBEIRO e SHIMIZU, 2008).

    Considerando que os riscos para a saúde relacionados com o trabalho dependem do tipo de atividade profissional e das condições em que a mesma é desempenhada, pode-se justificar que o índice elevado de absenteísmo-doença nos trabalhadores, inseridos numa instituição hospitalar, está diretamente relacionado à exposição freqüente a fatores de risco de natureza química, física, biológica e psicossocial. Pode-se inferir que as condições de trabalho oferecidas para os trabalhadores estão interferindo na relação trabalho e vida dos profissionais na organização hospitalar (ALVES et al, 2006).

    Giomo et al (2009) em um de seus estudos concluíram que os trabalhadores ausentaram-se 117 dias por motivos variados, que foram relacionados aos riscos ocupacionais. O risco que mais propiciou afastamento foi o de acidente, responsável por 95 dias de absenteísmo em relação ao total. Este risco ocupacional ocasionou fraturas de artelhos, torção de várias partes do corpo, quedas variadas, colisões de carros e motos, entre outros, o que demonstra a insalubridade existente no ambiente hospitalar.

    Inoue et al (2008) ainda descreve as atividades da equipe de enfermagem são frequentemente marcadas por divisão de tarefas, rígida estrutura hierárquica para cumprimento de rotinas, normas e regulamentos e dimensionamento de enfermagem insuficiente, ocasionando afastamentos por doenças e faltas não justificadas.

Propostas para diminuição do absenteísmo

    A identificação precoce do índice de cobertura ausência nas categorias da equipe de enfermagem oferece apoio á plano de recursos humanos desta área em termos quantitativos e termos qualitativos. Esta é considerada uma importante descoberta uma vez que é uma das variáveis utilizadas para (re) dimensão grupo de profissionais de acordo com a realidade de cada serviço (CUCOLO e PERROCA, 2008).

    Devido à complexidade e à diversidade dos fatores que influenciam o gerenciamento do trabalho de enfermagem, apenas horas de treinamento não avaliam essa função administrativa sob a responsabilidade do enfermeiro. Assim, o número reduzido de ferramentas que vem sendo adotadas para a avaliação da qualidade do gerenciamento de pessoal em saúde, justifica a urgência que se faz presente na construção de indicadores de qualidade para a avaliação de gerenciamento de recursos humanos em enfermagem (VIEIRA & KURCGANT, 2009).

    Sugere-se que outros estudos sejam realizados sobre o tempo de trabalho na instituição, o modelo organizacional e a motivação para o trabalho, como causas do absenteísmo relacionado ao adoecimento, a fim de se atenuar seus efeitos negativos na qualidade da assistência de enfermagem. Sugere-se, também, a criação de um banco de dados, a ser instalado no hospital, para aperfeiçoar o registro das faltas, para acompanhamento e avaliação e permitir outras pesquisas (COSTA et al, 2009).

    O conhecimento do absenteísmo-doença aliado a vontade política de se investir na saúde dos trabalhadores torna possível uma organização de serviços, voltada para a realidade interna da instituição, analisando as condições reais de trabalho oferecidas ao trabalhador e com isso favorecendo a uma maior satisfação e motivação deste, dentro do ambiente hospitalar (ALVES et al, 2006).

    O uso de ações preventivas, para tornar adequadas às condições de trabalho dos profissionais de enfermagem, são citadas pelos autores dos artigos encontrados. Desta forma, o adoecimento pode ser reduzido com adoção de políticas preventivas, enfatizando o suporte administrativo, relacionamento interpessoal e divisão adequada de trabalho com número suficiente de profissionais (SILVA & MARZIALE, 2006).

    Segundo Alves (2005) ações preventivas, abordando a conscientização do profissional de enfermagem quanto à importância dos equipamentos de proteção individual (EPI) também é um colaborador na diminuição das ausências, uma vez que a sua falta ou seu uso incorreto pode provocar acidentes que implicarão em ausência profissional, além de danos psicológicos em alguns casos.

Conclusão

    A partir do exposto, pode-se constatar que o absenteísmo é um tema que merece maior aprofundamento e investimento, considerando-se que a saúde e qualidade de vida dos trabalhadores interferem na qualidade da assistência prestada ao cliente nos hospitais, há necessidade de seus gerenciadores voltarem sua atenção e investirem em questões fundamentais como adequação dos recursos humanos e do ambiente de trabalho, equipamentos, tecnologias empregadas e principalmente na saúde de seus trabalhadores.

    Conclui-se que a maior parte das faltas apresentadas é justificada por meio de atestados médicos, pela classe feminina e pela dupla jornada de trabalho, identificando-se assim duas maneiras, a fim de diminuir esse problema: a utilização de instrumento de dimensionamento de pessoal e o uso de ações preventivas, para tornar adequadas às condições de trabalho.

    É através da fala do trabalhador que os Enfermeiros do Trabalho podem identificar problemas no ambiente de trabalho, partindo em primeiro lugar da avaliação do nível de trabalho, de satisfação, aceitação e adaptação de cada trabalhador em relação às atividades que exercem, cabendo ao profissional avaliar deficiências, e planejar meios de solucionar os problemas identificados, adequando o ambiente de trabalho ao trabalhador, reduzindo os fatores nocivos à sua saúde.

Referências

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