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Consumo de alimentos ricos em cálcio por 

professoras de escolas públicas do sul do Brasil

Consumo de alimentos ricos en calcio por parte de profesoras de escuelas públicas del sur de Brasil

 

*Acadêmica bolsista PROBIC do Curso de Nutrição

Membro do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Saúde (GIPES)

do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA. (Santa Maria-RS)

**Acadêmicas voluntárias do PROBIC do Curso de Nutrição

do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA. (Santa Maria-RS)

***Professora Orientadora, Nutricionista, Mestre do Curso de Nutrição

Membro do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Saúde (GIPES)

do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA. (Santa Maria-RS)

****Professora Voluntária, Nutricionista, Mestre do Curso de Nutrição

do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA. (Santa Maria-RS)

*****Professora Voluntária, Enfermeira, Mestre e Doutoranda do Curso de Enfermagem

Membro do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Saúde (GIPES)

do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA. (Santa Maria-RS)

******Professora Voluntária, Enfermeira, Doutora do Curso de Enfermagem

Membro do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Saúde (GIPES)

do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA. (Santa Maria-RS)

*******Professora Voluntária, Farmacêutica, Doutora do Curso de Farmácia

Membro do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Saúde (GIPES)

do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA. (Santa Maria-RS)

(Brasil)

Aline Sampaio*

lineh_sampaio@hotmail.com

Andressa Rodrigues**

andressa1_rosa@hotmail.com

Dianele dos Santos**

dianelle_vidal@hotmail.com

Juliane Bastianelo**
julianebastianello@yahoo.com.br

Karen Mello de Mattos***

kmmattos@yahoo.com.br

Miriam Terezinha da Silva Delevati****

mdelevati@unifra.br

Juliana Silveira Colomé*****

julianacolome@yahoo.com.br

Regina Gema Santini Costenaro******

regina@unifra.br

Adriana Dornelles Carpes*******

carpes.ad@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A investigação sobre consumo de alimentos é tema de grande relevância para a saúde pública, pois contribui para fundamentar políticas de alimentação e nutrição. A presente pesquisa teve por objetivo verificar o consumo de alimentos ricos em cálcio entre professoras que lecionam em escolas públicas de Santa Maria/RS. O delineamento da pesquisa foi transversal com amostra por conveniência composta por professoras do sexo feminino e ocorreu no período de abril a agosto de 2010. Para sua realização foram selecionadas como locais de pesquisa, as escolas públicas de Santa Maria/RS que participaram das atividades extensionistas do Projeto de Extensão: “Saúde na Escola: aprendizagem em saúde”. Os dados foram obtidos por entrevistas individuais e aplicação de um instrumento e sofreram tratamento estatístico descritivo. Participaram da pesquisa 74 professoras, com idade entre 29 a 65 anos. Os resultados obtidos mostraram a prevalência do baixo consumo de leite e derivados pelas professoras, para o consumo de leite desnatado e integral 67,6 % (n= 50) e para o consumo de iogurte desnatado e integral 72,9% (n=54) das professoras nunca ou quase nunca consomem tais alimentos; e apenas 10,8% (n=8) das professoras nunca ou quase nunca consomem queijo mussarela ou lanche, já o queijo tipo ricota 55,4% (n=40) das professoras nunca ou quase nunca consomem. Quanto ao consumo de alimentos de origem vegetal a grande maioria das professoras 51,3% (n=38), 28,3% (n=21) e 33,8% (n=25) nunca ou quase nunca consomem espinafre, couve e brócolis respectivamente. Constatou-se o baixo consumo de cálcio entre as professoras, tanto a ingestão de cálcio de origem animal como de origem vegetal, o que aponta a necessidade da inserção de ações de educação nutricional e em saúde, para que seja prevenido ou minimizado a perda de massa óssea para deteção e tratamento precoce da oesteoporose.

          Unitermos: Freqüência alimentar. Osteoporose. Cálcio. Mulheres.

 

Trabalho de pesquisa/PROBIC: “Saúde da mulher: o consumo de cálcio em professoras de escolas públicas”.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 156 - Mayo de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A investigação sobre consumo de alimentos é tema de grande importância para a saúde pública, pois contribui para fundamentar políticas de alimentação e nutrição e a elaboração de guias alimentares e recomendações. Além disso, estudos epidemiológicos que analisam a ingestão alimentar têm fornecido evidências sobre a importância da dieta na etiologia de diversas doenças (WILLETT, 1998). As práticas alimentares têm sido fre­qüentemente relacionadas à ocorrência de diversas doenças crônicas não transmissí­veis (Triches; GIUGLIANI, 2005).

    Dentre estas doenças podemos citar a osteoporose que consiste na perda de massa óssea e desarranjo de sua microarquitetura (FRAZAO; NAVEIRA, 2007). A osteoporose é uma patologia multifatorial influenciada por fatores genéticos (MARTINI; GENARO; PINHEIRO, 2011). Essa doença atinge homens e mulheres, mas as mulheres têm um risco quatro vezes maior do que os homens de desenvolverem osteoporose, pois a deficiência estrogênica verificada a partir dos primeiros anos do período pós-menopausa aumenta muito o ritmo de aceleração de perdas ósseas (AFONSO, 2005; Yazbek; Neto, 2008).

    Entretanto fatores modificaveis como a dieta alimentar também são determinantes para preservar a massa óssea e prevenir consequentes fraturas (MARTINI; GENARO; PINHEIRO, 2011). O consumo adequado de cálcio é de suma importancia para prevenção desta patologia. Uma forma de investigar o consumo de cálcio consiste na aplicação do Questionário de Freqüência Alimentar que objetiva obter dos participantes o relato do seu consumo alimentar por meio de uma lista de alimentos predefinidos organizados em grupos (DOMENE, 2011).

    Desta forma tendo em vista a relevância do tema, pelo fato de que a osteoporose consiste em uma doença de elevada prevalência e é atualmente um dos problemas de saúde pública (MARTINI; GENARO; PINHEIRO, 2011), o objetivo da presente pesquisa foi verificar o consumo de alimentos ricos em cálcio entre professoras que lecionam em escolas públicas de Santa Maria/RS, visto que a deficiência deste mineral pode causar sérios problemas de saúde, dentre eles a osteoporose.

Metodologia

    Realizou-se uma pesquisa com delineamento transversal e coleta de dados primários. A pesquisa ocorreu semanalmente no período de abril a agosto de 2010. Para sua realização foram selecionadas como locais de pesquisa, as escolas públicas de Santa Maria/RS que participaram das atividades extensionistas do Projeto de Extensão: “Saúde na Escola: aprendizagem em saúde”. O público alvo da presente pesquisa foram as professoras que lecionavam nestas escolas selecionadas, sendo a amostra por conveniência, onde participaram todas as professoras presentes no referido período de coleta de dados.

    Os dados foram obtidos por meio de entrevistas individuais para aplicação de um instrumento elaborado pela própria pesquisadora contendo: uma anamnese com variáveis referentes a idade, histórico familiar de doenças ósseas, patologias ósseas presentes, presença de menopausa, idade de menopausa materna, medicamentos utilizados, tabagismo, alcoolismo, presença/ausência de fraturas ósseas e hábitos alimentares (freqüência alimentar).

    Para o embasamento teórico pesquisou-se artigos publicados a partir de 2000, encontrados em bases de dados científicos como Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Lilacs, entre outros e em livros referentes à temática abordada. Para busca de informações sobre a temática foram utilizadas os seguintes termos: osteoporose, doenças ósseas, prevenção e controle,massa óssea, cálcio, freqüência alimentar, entre outros.

    Os dados coletados foram armazenados em um banco de dados em uma planilha específica no Programa Microsoft Excel versão 2007, onde sofreram tratamento estatísitico descritivo. Esta pesquisa foi aceita previamente pelos locais e compõe o PROBIC: “Saúde da mulher: o consumo de cálcio em professoras de escolas públicas”, vinculado ao Projeto de Extensão: “Saúde na Escola: aprendizagem em saúde”, aprovado pelo comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA) sob registro número 262.2007.2 e ao Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Saúde (GIPES) na linha de pesquisa Educação, sociedade e integralidade na saúde.

Resultados e discussões

    A pesquisa foi realizada em quatro escoles e obteve a participação de 74 professoras, com idade entre 29 a 65 anos, sendo a média de idade de 47 anos. Os dados referentes ao consumo alimentar de cálcio provindo de origem animal das professoras encontram-se na Tabela 1.

Tabela 1. Avaliação do consumo de cálcio de origem animal entre professoras que lecionam em escolas públicas. Santa Maria/RS, 2010

    Os resultados obtidos mostraram a existência do baixo consumo de leite e derivados pelas professoras. Para o consumo de leite desnatado e integral 44,29% (n=27) e 40,36% (n=23) respectivamente quase nunca são consumidos pelas professoras e apenas 21,3% (n=13) consomem pelo menos uma vez ao dia leite desnatado.

    E para o consumo de iogurte desnatado e integral 62,95 % (n=34) e 35,74% (n=20) respectivamente, nunca ou quase nunca consomem tais alimentos. Já para o queijo mussarela ou lanche 27,91% (n=19), 20,6% (n=14) e 17,2% (n=12) das professoras consomem respectivamente uma vez ao dia, duas vezes ao dia e de uma a duas vezes na semana, e apenas 11,8% (n=8) nunca ou quase nunca consomem. Já o queijo tipo ricota 69,5% (n=41) das professoras, nunca ou quase nunca consomem.

    Em um estudo similar realizado para avaliar o consumo de cálcio em 20 mulheres saudáveis através do questionário de freqüencia alimentar, prevaleceu um maior consumo de leite integral (41%) e seus derivados, como o queijo minas (34%), iogurte (19%) e ricota (3%), segundo as pesquisadoras o consumo de cálcio pelas mulheres do presente estudo apresentou-se abaixo do valor recomendado (BELARMINO et al., 2005) .

    Segundo Vitolo (2003), a única fonte de cálcio disponível para o organismo humano é aquele proveniente da dieta, sendo importante garantir uma ingestão mínima do mineral para o completo crescimento e maturação dos ossos. Como alimentos ricos em cálcio, destacam-se o leite e seus derivados (iogurte e queijo) com baixo teor de gorduras (LOPEZ; BRASIL, 2007).

    Uma série de estudos envolvendo laticínios constata que o leite tem eficácia preventiva contra uma série de doenças como obesidade, insônia, artrose e a osteoporose. Apesar disso, o consumo de leite ainda é abaixo do recomendado, principalmente na fase em que os ossos ainda estão em formação (AUGUSTINHO, S.d).

    Setores da Saúde e da Agricultura dos EUA divulgaram, no inicio do ano passado, um guia de dieta para americanos, onde coloca o leite como prioridade na alimentação humana. Segundo publicação, o consumo recomendado é de três porções diárias de leite com baixo teor de gordura ou outros produtos lácteos, cuja porção depende do alimento (AUGUSTINHO, S.d).

    O leite é uma fonte importante de riboflavina (Vitamina B2) e principal fonte de cálcio na alimentação. Mesmo os leites com baixo teor de gordura e os derivados são ricos em cálcio. Os derivados de leite como o iogurte e o queijo branco, contem o mesmo perfil nutricional do leite (BRASIL, 2006). E alguns alimentos de origem vegetal como brócolis, couve, repolho e espinafre também são boas fontes de cálcio (LOPEZ, 2003). A tabela 2 ilustra o consumo de cálcio de origem vegetal entre as professoras.

Tabela 2. Avaliação do consumo de cálcio de origem vegetal entre professoras que lecionam em escolas públicas. Santa Maria/RS, 2010

    Para os alimentos de origem vegetal (espinafre, couve e brócolis) predominou o consumo semanal: 26,5% (n=17), 46,21% (n= 30) e 42,24% (n=27) respectivamente consomem de uma a duas vezes na semana. Ao mesmo tempo a grande maioria das professoras 59,44% (n=38), 32,3 % (n=21) e 39% (n=25) nunca ou quase nunca consomem espinafre, couve e brócolis respectivamente.

    Segundo Eaton e Konner (1985) appud Silva, Júnior e Vasconcelos (2010), o baixo consumo de cálcio é resultado da própria evolução humana, pois o homem primitivo consumia em média 1500g de cálcio/dia de raízes, tubérculos, nozes e feijões. Com a utilização de cereais, a ingestão de cálcio diminuiu substancialmente, porque os alimentos básicos tornaram- se os grãos (frutos), parte do vegetal que possui menos cálcio. O homem moderno consome, em média, cálcio insuficiente para otimizar a densidade óssea.

    Vale ressaltar que o consumo inadequado de cálcio é prejudicial à saúde óssea. É uma das principais deficiências nutricionais em mulheres no climatério, compromete a mineralização e a manutenção óssea, promovendo o agravamento da osteoporose (MONTILLA, 2004).

    A avaliação do consumo dietético pode auxiliar a identificar os indivíduos com alguma carência nutricional ou em risco de apresentá-la, além de identificar os nutrientes envolvidos no metabolismo ósseo e no processo de crescimento (BUENO, 2007).

Considerações finais

    Constatou-se o baixo consumo de cálcio entre as professoras, tanto em relação a ingestão de cálcio de origem animal como de origem vegetal. Sabe-se que a deficiência de cálcio constitui um forte fator de risco para o desenvolvimento da osteoporose. Sendo assim, é de extrema importância estimular o aumento do consumo de alimentos ricos em cálcio desde a infância e em todas as fases da vida, principalmente entre as mulheres. O consumo de dietas que atendam as recomendações de cálcio é um dos fatores que evitam a perda de cálcio do reservatório esquelético, evitando assim, a osteoporose. Torna-se necessário ações em saúde que visem a educação nutricional de forma contínua visando conscientizar a importância do consumo de cálcio para a população em todas as faixas etárias.

Referências

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