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A dança de salão influencia na manutenção da boa postura corporal?

¿El baile de salón, influye en el mantenimiento de una buena postura corporal?

 

Programa de Pós-graduação em Ginástica Postural

na Linha da Reestruturação Corporal Global

da Universidade Gama Filho, Recife, PE

(Brasil)

Fátima Cristina de Oliveira Bento

fafa_bento@yahoo.com.br 

Fabíola Cristina de Oliveira Bento

fab_edfisica@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Algumas considerações sobre a Dança de Salão são fundamentais, pois ao começarmos a trabalhar nossa cultura corporal passamos a entender melhor a funcionalidade do corpo como um todo e a maneira mais correta de utilizá-lo sem maiores prejuízos a saúde. Este artigo faz uma analise descritiva da Dança, no sentido que através dela seu praticante possa desenvolver aspectos motores e emocionais dentro de uma consciência plena de seu corpo automatizando tais habilidades em sua vida diária. Visto que, a mesma possibilita o aprimoramento das habilidades motoras (equilíbrio, coordenação, força) e das habilidades psico-sociais (auto conhecimento, controle emocional, socialização).

          Unitermos: Dança. Consciência. Habilidade.

 

Abstract

          Some considerations on Dance Hall are basic, therefore when starting to work our corporal culture we start to better understand the functionality of the body as a whole and way most correct to use it without bigger damages the health. This article makes one analyzes descriptive of Dance, in the direction that through it its practitioner can inside develop motor and emotional aspects of a full conscience of its body automatizing such abilities in its daily life. Since, the same one makes possible the improvement of the motor abilities (balance, coordination, force) and of the psycho-social abilities (auto knowledge, emotional control, socialization).

          Keywords: Dances. Conscience. Hability.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 156 - Mayo de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A dança de salão tem origens na corte Real Francesa do século XVII, sendo difundida em vários países em especial ao longo do século XX por imigrantes europeus foragidos da I Guerra Mundial. No Brasil, a influência de povos indígenas e africanos promoveu inovações que mais tarde criaram novos estilos. Atualmente, é notório que a participação popular tem aumentado substancialmente por motivos diversos.

    Entre os possíveis motivos para a prática da dança têm sido as questões terapêuticas, tendo em vista que à prática de atividades físicas normalmente tem sido atribuídas estas propriedades. Neste sentido, de acordo com Berenger (1997), 80% da população brasileira sofrem de algum tipo de problema relacionado à coluna vertebral, e isto representa a segunda razão de afastamento de trabalho no país. A dança de salão é uma atividade física que engloba uma série de atributos relacionados ao controle do movimento, como equilíbrio, flexibilidade, força, ritmo e agilidade; para dançar, os indivíduos são levados a executar os movimentos com base em posturas corporais próprias, não apenas para facilitar a técnica de execução dos passos, como também permitir melhor eficiência mecânica, gastando-se menos energia para se manter em atividade, e ainda evitando que movimentos ou posturas inadequadas sejam mantidos por longos períodos de tempo, e, por conseguinte, favoreçam o acometimento de dores e lesões musculoesqueléticas.

    Ao analisarmos um movimento básico e fundamental que é o posicionamento do corpo dos dançarinos no início da dança veremos que esse deve estar com o tronco alongado com pés paralelos e pernas firmes, quadril executando o movimento de báscula anterior, abdômen contraído, tronco ereto com peitoral alongado e ombros posicionados para baixo e ligeiramente voltados para trás e pescoço alongado mantendo a cabeça posicionada corretamente no seu prolongamento, com movimentos leves.

    Neste sentido, podemos observar que a musculatura será bastante exigida para manter todas essas estruturas em constante alinhamento principalmente os músculos abdominal responsável pela sustentação do tronco, os inspiratórios como o diafragma, os da região dorsal dentre eles os músculos da cintura escapular, os rombóides e os paravertebrais além da coluna vertebral. Ou seja, trata-se de um trabalho de consciência corporal atrelado a um trabalho postural que só será possível a partir do momento que se passa a entender quais músculos estão envolvidos durante a execução, se estão sendo trabalhados da maneira correta ou estão apresentando algum desequilíbrio funcional.

    Não é claro, contudo, se esta postura mantida ao longo dos passos da dança pode influenciar a manutenção postural ao longo do dia destes indivíduos. Sendo assim, esta revisão teve o propósito de discutir teoricamente os possíveis efeitos da prática de dança de salão sobre a manutenção da postura corporal.

Postura corporal

    Através da evolução os seres humanos assumiram uma postura bípede, que acabou acarretando uma sobrecarga sobre a coluna e membros inferiores, além de dificuldade na respiração e no transporte sanguíneo (Magee, 2002). A posição ereta no homem só é possível pelas modificações surgidas na coluna, nas quais a cabeça teve que equilibrar-se sobre os membros inferiores por meio da cintura pélvica e o corpo todo teve que equilibrar-se na planta dos pés, modificando dessa forma o centro de gravidade (Knoplich, 1986). Contudo, para dar início a esta discussão primeiramente vamos definir o que vem a ser postura corporal.

    A postura é a posição do corpo que envolve o mínimo de sobrecarga das estruturas, com o menor gasto de energia para o máximo de eficiência na utilização do mesmo (Kendall, 1998). O termo postura pode ser entendido ainda, como a posição otimizada mantida com característica automática e espontânea de um organismo em perfeita harmonia com a força gravitacional, podendo também ser considerado o conjunto de relações existentes entre um organismo com um todo, e o ambiente que o cerca (Tribastone, 2001).

    A postura é uma relação neuromecânica que se relaciona com a manutenção do equilíbrio e tem como objetivo manter a estabilidade músculo-esquelética, sendo definida pela Academia Americana de Ortopedia como um inter-relacionamento relativo das partes do corpo, caracterizada pelo equilíbrio entre os ossos, músculos, tendões, ligamentos e estruturas que sustentam e protegem o corpo contra agentes externos ou internos, que de uma forma ou de outra atuam na tentativa de quebrar a harmonia estática e dinâmica desse equilíbrio (Horak e Nashner, 1986; Lianza, 2001; Wilson et al., 2006).

    A posição na qual um mínimo de estresse é aplicado em cada articulação pode ser considerada como postura correta (Magee, 2002), pois qualquer posição que aumente o estresse sobre as articulações pode ser denominada postura inadequada. Para o autor, se um indivíduo possuir músculos fortes e flexíveis, as articulações adquirem capacidade de mudar de posição facilmente, não permitindo que estresses se tornem excessivos.

    Quando observamos que há um desequilíbrio das várias partes corporais desalinhando a estabilidade músculo-esquelética estamos diante da má postura. Esta é, portanto, decorrente de diversos fatores entre posições inadequadas e repetitivas, que com o passar dos anos causam distúrbios graves, e anomalias genéticas decorrentes de má formação óssea.

Objetivo

    Está pesquisa teve como objetivo, verificar se a Dança de Salão enquanto prática corporal pode propiciar um melhor desenvolvimento na consciência da boa postura corporal, e se esta prática poderá favorecer na automação dessa postura para o dia a dia dos seus praticantes.

Musculaturas envolvidas nos movimentos corporais

    Schilder (1994) define a imagem do corpo como o modelo postural que está permanentemente em construção e que se modifica constantemente através de alterações na postura corporal e/ou nos movimentos. Essas alterações são agravadas pelo sedentarismo, posturas inadequadas no trabalho, desequilíbrios musculares, que podem ser amenizadas e até corrigidas, dependendo do grau, com a prática de exercícios físicos. A Dança de Salão é um dos exemplos desses exercícios, e apesar de ser atribuída a está um valor físico-performático maior, sob a perspectiva artístico-cultural, esta atividade possuí inúmeras possibilidades educacionais. Propiciando um novo processo de formação onde o indivíduo passa a conhecer o corpo através de movimentos, novas posturas e formas de deslocamentos.

    Para efetuar corretamente esses movimentos, precisamos conhecer as musculaturas envolvidas nas execuções:

    Na posição ou “pegada” formal da dança temos os músculos do tronco, nas regiões anteriores e posteriores bem exigidos além dos músculos da articulação do ombro. Dentre os muitos damos uma atenção maior aos músculos abdominal, responsável pela sustentação do tronco e o diafragma, principal músculo respiratório, na região anterior do corpo; os músculos trapézio, que faz a elevação e adução das escápulas, os serráteis anterior, auxiliam na abdução das escápulas e na inspiração elevando as costelas, e posterior, auxiliam tanto na inspiração como na expiração em suas porções superior e inferior respectivamente, e os paravertebrais, que auxiliam na manutenção da postura ereta, todos encontrados na região posterior do corpo; além dos músculos da articulação do ombro onde se dá um maior destaque para o deltóide que auxilia na flexão, extensão e abdução do ombro.

    Kisner & Colby (1998), aborda a disfunção postural como sendo um encurtamento adaptativo dos tecidos moles por haver fraqueza muscular envolvida. Portanto, para que consigamos uma posição correta na realização dos movimentos é fundamental um trabalho de consciência corporal e fortalecimento destas musculaturas que estão envolvidas diretamente. O que além de trazer uma plasticidade à dança ainda trará grandes benefícios à saúde do praticante, já que o mesmo com o passar do tempo irá adquirir o hábito e ficará condicionado a manter-se nas posturas corretas durante todo o tempo e não somente quando estiver dançando. Tudo isto nos leva a acreditar que a dança também é uma alternativa na reeducação postural, pois a mesma força seu praticante a adaptar seu corpo numa postura adequada que além de evitar também pode auxiliar no combate e correção de alguns desvios herdados devido a maus hábitos posturais corriqueiros como: leves escolioses. Ao manter-se na postura para segurar e conduzir a dama o cavalheiro deve estar em perfeito alinhamento, logo não deverá haver nenhum tipo de desequilíbrio em um dos lados do corpo, nem projeções de ombros à frente. Para conseguir um posionamento correto com sua dama o cavalheiro deve manter seu tronco ereto e fazer uma projeção dos ombros para baixo e para trás deixando o peitoral mais exposto o que dará o alongamento necessário para seu corpo.

A respiração e o movimento

    Poucas pessoas sabem da importância da respiração na execução dos movimentos e seus benefícios como, aumento da força muscular, flexibilidade, consciência corporal, oxigenação do cérebro, entre outros. E o quanto esta é importante na manutenção da postura correta, visto que uma coluna vertebral devidamente equilibrada possibilitará a expansão necessária da caixa torácica durante o ciclo respiratório.

    A respiração é controlada pelo músculo diafragma localizado na região abdominal e responsável por este processo. Por ser um músculo precisa ser trabalhado e uma das maneiras mais eficaz disso acontecer é executar os ciclos respiratórios da forma adequada promovendo as expansões abdominais durante a inspiração e o movimento inverso na expiração estimulando o trabalho do diafragma. Também é controlada pelos músculos intercostais localizados na região torácica que se contraem tanto na inspiração quanto na expiração. O ideal é que durante a inspiração possamos educar uma respiração mista, que utilize o diafragma e os intercostais para que possa tirar o máximo de proveito da capacidade aeróbica do nosso pulmão, e, durante a expiração deixar o ar sair o mais natural possível, forçando ainda menos a expiração, evitando o gasto desnecessário de energia.

    Na região abdominal não encontramos apenas o diafragma, principal músculo da respiração, podemos encontrar os músculos: reto, oblíquos, transversos, que tem como principal objetivo promover uma melhor sustentação na coluna vertebral amenizando os riscos de lesões nesta área, portanto, um abdômen forte é sinal de uma coluna vertebral saudável.

    Para Feldenkrais (1977), a maior parte dos músculos do sistema respiratório está ligado às vértebras lombares e cervicais. A respiração, portanto afeta a instabilidade da coluna, e reciprocamente, a posição da coluna afeta a qualidade da respiração: “...boa respiração significa também boa postura, tanto quanto boa postura significa boa respiração”.

    Fazendo uma relação entre a dança, a boa postura e a respiração, podem ver que através da dança somos capazes de tornar os movimentos do nosso interior mais conscientes e externá-los de forma mais explícita. Isso só é possível porque na dança não trabalhamos a parte física unicamente ou de forma isolada mais sim o todo. Faz-se necessário um conhecimento aprofundado do corpo humano em seu interior e exterior para que possamos deixar o corpo falar através dos movimentos rítmicos executados durante a dança. Esse trabalho de auto-conhecimento do todo possibilita ao seu praticante entender cada sinal dado pelo seu corpo e faz com que ele aprenda a controlar tais sinais que podem ser tanto de caráter físico como um controle maior da postura para executar melhor os movimentos ou, de caráter mais emocional sabendo controlar e conseguindo atingir o equilíbrio esperado como nos processos respiratório.

    Para manter uma boa postura faz-se necessário a flexibilidade, habilidade que pode ser aprimorada na dança de salão, em nível de caixa torácica sendo imprescindível para o sucesso da respiração, pois os processos de inspiração e expiração precisam da flexibilidade da caixa torácica para expansão e compressão do pulmão. Podendo apresentar na ausência desta, patologias respiratórias.

    Quando falamos em dança, estamos nos referindo a um jogo de equilíbrio entre as diversas partes do corpo, logo é necessário haver uma sintonia entre todas as estruturas do corpo em seu caráter físico-emocional, fisiológico e postural. Para obter este equilíbrio precisamos de um corpo “sadio” que “respire por inteiro”, que tenha noção de tempo e espaço sabendo colocar-se de forma mais adequada, que tenha plena consciência corporal ao executar os movimentos para que a dança aconteça de forma linear e com fluidez.

A Dança de Salão como forma de reestruturação corporal

    O termo Reestruturação Corporal significa reorganizar o corpo. Incorporando a dança ao termo em questão, faremos uma reorganização da estrutura corporal com base em sua forma de se posicionar-se, em seus movimentos, em como deslizar-se pelo salão conduzindo a dama, dentro da Dança de Salão. Onde é necessário que haja um conhecimento corpóreo em seus aspectos musculares, articulares e posturais suficientes para dar ao praticante a estabilidade e a confiança adequadas para obter o desempenho esperado.

    Com base nesses alinhamentos corporais necessários para que o indivíduo possa desempenhar a dança com mais facilidade e leveza podemos olhá-la como uma forma de prevenir ou até mesmo de ajudar a minimizar algumas imperfeições encontradas na má postura – segundo Knoplick (1986) vem a ser um desequilíbrio de várias partes corporais, induzindo a um aumento agressivo as estruturas de suporte - principalmente aquelas causadas devido a maus hábitos posturais adquiridos muitas vezes em tarefas diárias. Dentre os mais comuns às escolioses e as cifoses.

    Na cifose torácica vemos um déficit na atuação dos músculos anteriores do tronco, encurtamento de peitoral, respiração dificultada pela falta de expansão torácica, proeminência abdominal e flacidez do mesmo, ou seja, um indivíduo de aparência “frágil”, com a prática da dança de salão pode-se fazer algumas correções nessa postura (reestruturação corporal) executando e automatizando da maneira eficaz o movimento de “pegada” formal, por exemplo, que exige tanto do cavalheiro quanto da dama uma expansão torácica, posicionamento correto de ombros e braços, rigidez abdominal associado a um trabalho de respiração. Desta forma podemos considerar esse trabalho como uma forma de reeducação, pois a partir do momento que se automatiza um movimento correto e passa a executá-lo com certa frequência as informações que chegam ao cérebro fazem com que este identifique de maneira mais rápida a forma adequada de se posicionar enviando respostas mais rápidas aos estímulos fornecidos, neste caso os posicionamentos da dança, e fazendo com que o corpo assuma uma postura correta com mais facilidade.

    Nas escolioses encontramos depressões em um dos lados do corpo na região dos ombros e frequentemente vemos pessoas, em sua maioria mulheres, com essas depressões ainda que muito leves devido ao mau hábito de carregar bolsas apenas em um lado do corpo. O que cria certa adaptação e com o passar dos anos uma postura escoliotica é adquirida. O simples fato de manter seu corpo alinhado na posição formal da dança já é uma espécie de exercício para readaptar as estruturas a posição correta do corpo, pois o dançarino terá que manter-se na postura ereta fazendo uma projeção de ombros para baixo e mais posterior alongando o pescoço e mantendo o prolongamento da cabeça. Isto vai fazer com que suas musculaturas sejam mais exigidas para poder manter-se nesta posição e à medida que estes exercícios vão ficando mais freqüentes as estruturas do corpo ficaram mais fortalecidas e novamente adaptadas, mas agora de forma correta. E a partir do momento em que esta reorganização vai sendo conseguida o próprio corpo vai se encarregar de manter este gesto de forma autônoma e possíveis desvios serão evitados e ou amenizados.

    À medida que automatizamos os movimentos e passamos a fazê-lo com mais facilidade conseguimos uma postura adequada não só durante a execução dos movimentos, mas no dia a dia, pois o corpo já inserido no processo adaptativo passa a entender a melhor maneira de posicionar em diversas situações rotineiras como sentar, levantar um peso ou abaixar, visto que, a postura exigida na dança nada mais é do que a utilização do corpo de uma forma ereta com uma baixa eficiência mecânica, o que pode ocasionar uma diminuição nos riscos de lesões. Essa postura trará vários benefícios no cotidiano dos praticantes, pois este passa a ter uma melhor consciência corporal e com a progressão dos exercícios a tendência é melhorar cada vez mais.

Consciência corporal

    A consciência do corpo é um conjunto consciente de estruturas representativas, simbólicas e semióticas que servem de base á ação motora. O ser humano manifesta-se através da comunicação (verbal, artística, dançada, musical, dentre outras) através de atividades onde coloca a sua disposição o movimento envolvendo ações psicomotoras de base (locomoção, postura, tônus, manipulação), e percepções sensoriais (visão, audição, tato, olfato, gustação), estando unidas em uma linguagem.

    Ao começarmos a trabalhar a cultura corporal passamos a entender melhor nosso corpo, como ele funciona e qual a maneira correta de utilizá-lo sem maiores prejuízos para a saúde. A dança de Salão é um dos exemplos de cultura corporal existente que trabalha as capacidades motoras, equilíbrio, coordenação, força, além da execução de movimentos combinados entre os segmentos corporais possibilitando o domínio sobre o maior número de movimentos realizados em conjunto ou isoladamente.

    Segundo Luria, (1986) a formação do pensamento está vinculada á aquisição da linguagem, como também do movimento. Portanto movimento e pensamento são integrados ao trabalho global do corpo e atuam como meio de relação/comunicação através da linguagem corporal (gestos, movimentos) do ser humano, que se integra com o meio ambiente por meio de atividades. Está atividade será a Dança de Salão, e o movimento vivenciado irá estimular o raciocínio do aluno, para que este possa entender como transportar aquela informação em movimento, unindo o pensamento com o gesto gradativamente para poder realizar da maneira correta. E a partir daí, entender o próprio corpo se conscientizando de como manter o tronco ereto ou como segurar a dama da maneira adequada e entender realmente se o está fazendo.

    Resumidamente a Consciência Corporal pode ser descrita como, o entendimento no controle da utilização do corpo como todo ou parte dele na execução de movimentos ou gestos (simples / complexos), que apresentem diversos graus de amplitudes, planos, deslocamentos e ritmos. É o aprimoramento de habilidades como a coordenação e o equilíbrio, ter boas referências de tempo e espaço, fazer com que o corpo passe por um processo de reconhecimento específico, possibilitando o domínio do mesmo e das situações as quais o exigirem, sejam elas na dança ou até mesmo no cotidiano, ao executar as tarefas diárias com mais facilidade e domínio, visto que houve uma automação dessa consciência.

Considerações finais

    Segundo Viana (1990) através da dança o homem transforma os movimentos de seu mundo interior tornando-o mais consciente para si mesmo e para o espectador. Tendo em vista uma visão unificada da consciência corporal, tanto da respiração quanto da coluna. No caso específico da dança, só se é possível obter resultados satisfatórios quando: “...a partir do momento em que, aliado a um trabalho consciente de alongamento, consegui-se um mínimo de equilíbrio físico-emocional, ou seja postural, visto que, o fato de uma pessoa experimentar certo equilíbrio postural, também a sua postura intelectual e emocional vão sofrer significativas alterações”.

Referências

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