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As representações sociais da derrota para
atletas adolescentes de alto rendimento

 

*Acadêmica do curso de Psicologia, do Centro Universitário Feevale; Bolsista de Iniciação Científica.

*Professora Pesquisadora da Feevale. Doutora em Educação pela PUCRS.
Coordenadora do Grupo de Pesquisa Educação, Cultura e Trabalho - Feevale.

(Brasil)

Carmem Regina Giongo*

ca.aiesec@gmail.com

Eliana Perez Gonçalves de Moura**

elianapgm@feevale.br

 

 

 

Resumo

          O presente estudo visou analisar as representações sociais da derrota para atletas adolescentes de alto rendimento. Foram entrevistados oito atletas, com idade entre 16 e 17 anos. Utilizou-se, como instrumento de pesquisa, entrevistas semi-estruturadas, aplicadas individualmente, bem como a observação participante. Os conteúdos obtidos foram analisados a partir do método de Bardin (1977), através da análise categorial. Os resultados apontam que os atletas relacionam o fracasso pessoal a derrota competitiva, mas não a relacionam com a futura atuação profissional devido ao fato que esta não inclui a prática do esporte.

          Unitermos: Representação social. Derrota. Atletas.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 121 - Junio de 2008

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Introdução

    Vários autores têm percebido o esporte como um dos maiores fenômenos sociais dos últimos tempos, como é o caso de Rúbio (2004), que afirma que alguns valores da sociedade contemporânea, estão implicados no objetivo do atleta de conquistar um maior número de vitórias. A mesma autora, salienta que a busca pela vitória e o bom desempenho, não são valores destacados na vida do atleta, mas sim, “elementos de um contexto maior que oferece suporte necessário para que o papel social de atleta seja desempenhado em sua plenitude” (s.p.).

    “Nessa perspectiva o atleta não é apenas mais uma peça de uma grande engrenagem chamada esporte, mas é a razão da existência desse fenômeno, e como tal merece o respeito e a consideração de gerenciadores e público. E assim, essa figura de projeção, alvo de identificação de um grande número de crianças e jovens passa a exercer plenamente sua condição de cidadão e a oferecer uma nova referência de identidade, não mais o ídolo passivo mas o herói atuante” (Rúbio, 2004, s.p.).

    Apresentar o melhor resultado não é mais considerado uma superação própria, e sim uma superação do “resultado do adversário”. Essa condição foi construída a partir do momento em que o esporte deixou de ser amador e tornou-se um espetáculo público, [...] “isso quer dizer que a espetacularização do esporte foi construída, [em relação] ao desenvolvimento da própria prática esportiva e às intervenções e alterações propostas pelos distintos atores envolvidos” [...] (Rubio, 2007, p. 304-315).

    Em uma análise sobre a competição moderna, Vargas (1995), identificou a forte relação entre rendimento e competição, afirmando que esta se deve aos modelos de produção industrial contemporâneos, onde a concorrência desencadeia uma busca incessante pela perfeição e pelo recorde.

    O esporte moderno vem sendo modelado juntamente com os valores de uma sociedade organizada pelo sistema liberal, onde o objetivo dos atletas não é competir, e sim vencer, justamente “porque à vitória estão associados o reconhecimento social, o dinheiro e o desejo da permanência, levando ao menosprezo de qualquer outro resultado”. Este processo pode ocorrer devido à posição social privilegiada que o atleta conquista no esporte, como a fama e o poder. Muitos atletas saem do anonimato sem ter um suporte social e psicológico suficientemente capaz de possibilitar a criação de ferramentas para administrar os conflitos gerados pelos novos desafios que a vida esportiva oferece (Mandell, apud Rúbio, 2006, p. 86).

    Mas nem sempre a competição é vista como algo negativo ou responsável pelos maiores conflitos enfrentados pelo atleta. Segundo Ballone (2005), a competição esportiva facilita uma performance física por parte do atleta, muitas vezes surpreendente, que parece ocorrer somente quando se estabelece a condição do competir.

    Entendemos que a situação competitiva no esporte pode interferir, tanto negativa quanto positivamente, e que isso dependerá das representações sociais do sujeito, do ambiente no qual o mesmo está inserido, de suas condições físicas e emocionais, bem como da forma como o seu grupo social percebe os resultados de uma competição e os vivencia juntamente com o atleta.

    Cabe salientar dois importantes aspectos sobre o desenvolvimento do adolescente e suas relações subjetivas com esporte. Primeiro: entendemos o esporte como um fenômeno sociocultural contemporâneo, que se tornou um dos principais negócios do planeta, revelando [...] “em sua organização, no processo de ensino-aprendizagem e na prática, os valores subjacentes à sociedade na qual ele se manifesta” (Rubio, 2007, s.p.). Portanto, necessitamos entender o atleta a partir de um contexto maior do que o do rendimento. Necessitamos entendê-lo, a partir de um contexto social, ou seja, a partir de um “lugar e momento que o atleta está vivendo” (Rubio, 2007).

    O segundo e não menos importante, é que os atletas adolescentes de alto rendimento, produzem traços subjetivos muito diferentes em relação aos adolescentes não envolvidos com o esporte, e que nem sempre “os padrões utilizados para entender a população em geral podem ser transpostos, pura e simplesmente, aos atletas, sejam crianças, adolescentes, ou adultos” (Valle, 2006, p. 31-35). Precisamos de antemão buscar compreender a cultura esportiva na qual o sujeito está inserido, como funciona, quais são seus valores e normas e como isso influencia no desenvolvimento biopsicossocial do atleta.

O Adolescente

    Considerar a adolescência apenas como uma fase transitória, ou o adolescente como um sujeito que deverá vir à ser, é o mesmo que negar o presente vivido pelo sujeito e construir um expectativa apenas sobre aquilo que o mesmo virá a ser (adulto), como se os conflitos vividos pelos adolescentes não merecessem ser tratados agora, no momento presente (Dayrell, 2003).

    Principalmente no esporte, em que a carreira do atleta na grande maioria das vezes é curta e tem seu início na infância e (ou) na adolescência, valorizar e intervir nos conflitos pertinentes à essa fase torna-se fundamental para a promoção de saúde.

    Alguns autores como Spranger (1970), acreditam que o eixo principal da problemática juvenil, está na descoberta do Eu, e no estabelecimento de um plano de vida, pois será na adolescência que o sujeito escolherá um papel principal. A adolescência é “o período em que devem ser criadas definitivamente as relações do EU e do NÓS, rompidas as relações com o passado para estabelecer um caminho novo através da vida”, (Schwarz apud Ferreira, 1984, p. 21).

    Neste estudo considera-se a adolescência como uma condição social e um tipo de representação, e por mais que seja considerada uma fase transitória pela qual o sujeito deverá passar, não se pode prever comportamentos padronizados, ou crises existenciais. Parte-se do pressuposto de que o sujeito é um ser singular, que disponibilizará de mecanismos próprios para a solução ou formação de conflitos, e que, portanto necessitará de um olhar que o considere como tal.

Representações sociais

    O conceito de representações sociais foi mencionado pela primeira vez, por Moscovici, em seu estudo sobre como a psicanálise, ao sair dos grupos fechados e especializados, é ressignificada pelos grupos populares (Oliveira e Werba, 1998). O autor não procurou definir um conceito específico para as representações sociais, mas a situou como sendo:

    [...]“um conjunto de conceitos, proposições e explicações originado na vida cotidiana no curso de comunicações interpessoais. Elas são equivalentes, em nossa sociedade, aos mitos e sistemas de crença das sociedades tradicionais, podem também ser vistas como a versão contemporânea do senso comum”. (Moscovici, apud Oliveira e Werba, 1998, p. 106)

    A tentativa de um conceito mais detalhado surgiu a partir dos estudos de Jodelet. De acordo com Arruda (2002), Jodelet passou a entender as representações sociais como uma forma de conhecimento que é construído socialmente e dividido entre os sujeitos, devido a um objetivo prático, que contribui para a construção de uma realidade pertencente ao grupo social que a criou. Além disso, segundo Abric, citado por Brito e Souza (2004), o conceito de representação social desempenha a função de compreensão e explicação da realidade, além de definir a identidade dos grupos, orientar as práticas sociais e justificar as escolhas do grupo.

    Estudar as representações sociais, portanto, é uma tentativa de entender o funcionamento de um grupo social, e de como os saberes desse grupo influenciam as regras de uma comunidade, a identidade dos indivíduos e seus papéis sociais, pois nossas ações são motivações nem sempre lógicas e racionais, mas afetivas, simbólicas, míticas, religiosas, etc. Através das representações sociais temos a possibilidade de compreender essas diferentes motivações que também explicam o comportamento humano. Baseando-se em Jodelet, as referidas autoras ressaltam que o ato de representar possui cinco características importantes, o de estar sempre representando um objeto, de ser uma imagem e devido a isso alterar sensações, idéias, percepções e conceitos, de ter um caráter simbólico que possui um significado, de ser ativo e construtivo além de autônomo e generativo. Assim, “um dos elementos fundamentais da teoria das representações sociais é a interligação possível entre cognição, afeto e ação no processo de representação” (Oliveira e Werba, 1998, p. 106).

    Por isso, o conceito de representações sociais é amplo e está relacionado com os conceitos de atitudes, opiniões, imagens e ramos do conhecimento, que procura investigar mais a fundo as causas dos fenômenos. Nesse sentido,

    “Podemos dizer que a principal diferença entre o conceito de representações sociais de outros conceitos é sua dinamicidade e historicidade específicas. As representações sociais estão associadas às praticas culturais, reunindo tanto o peso da historia e da tradição, como a flexibilidade da realidade contemporânea, delineando as representações sociais como estruturas simbólicas desenhadas tanto pela duração e manutenção, como pela inovação e metamorfose.” (Oliveira e Werba, 1998, p. 110 )

    Ante ao acima exposto, e para fins deste estudo, entende-se como representação social todos os mecanismos que os sujeitos utilizam para conhecer o desconhecido, explicá-lo ou torná-lo familiar, de acordo com suas experiências passadas, com o momento histórico do qual faz parte e do grupo social no qual está inserido.

    Desse modo, conclui-se que as representações sociais não são um espelho da realidade, mas a realidade apreendida, reconstruída, aproximada e compartilhada pelo grupo (Jovchelovitch, 1998; Abric, 1998; Brito e Souza, 2004). Nesse sentido, Oliveira e Werba (1998), trazem a idéia de que o homem cria as representações sociais para tornar familiar o não familiar, já que por natureza rejeitamos o estranho. Em busca de um bem-estar, procuramos explicar e tornar familiar aquilo que é desconhecido.

    Sob o ponto de vista metodológico, vários são os métodos de investigação das representações sociais. No entanto, Oliveira e Werba (1998), consideram a técnica de grupos focais como a mais adequada e capaz de coletar dados com informações mais precisas e ricas do que uma entrevista individual proporcionaria. Baseando-se em Morgan, as referidas autoras justificam que os grupos focais proporcionam uma proximidade maior daquilo que os participantes do grupo compreendem sobre determinado assunto, além de possibilitar o entendimento do pesquisador sobre não apenas “o que”, mas também o “por que” os participantes pensam e como pensam.

    Não obstante, deve-se ressaltar que para investigar as representações sociais, não existe uma metodologia exclusiva ou especifica; sendo que o método pode ser quantitativo, qualitativo, ou mesmo, uma combinação no uso das duas abordagens. No âmbito do presente estudo, optamos pelo método qualitativo, adotando-se uma combinação de entrevistas individuais aliadas à observação participante, como técnicas de coleta do material.

Método

    No âmbito deste estudo, respaldamo-nos nas considerações de Minayo (1996), quando afirma que “os participantes são escolhidos a partir de um determinado grupo, cujas idéias e opiniões são de interesse da pesquisa” (p. 129). Desse modo, na presente investigação realizou-se o acompanhamento das atividades esportivas praticadas por atletas adolescentes, de idades entre 16 e 17 anos, que participavam de um time Infanto masculino e feminino.

    Com o intuito de inserirmos-nos na realidade pesquisada, o convite para que os atletas participassem do estudo foi realizado de forma direta e pessoalmente. Para cada um daqueles que se dispuseram a participar, foram agendadas entrevistas em locais previamente combinados e de acordo com a disponibilidade de cada um dos entrevistados. Não foi estipulado previamente um número exato de participantes, a entrevista foi realizada com quatro meninos e quatro meninas que se prontificaram a serem entrevistados.

    Somos sabedores de que quando há uma interrogação, existe a necessidade de se chegar a uma perspectiva de como se manifesta o fenômeno e porque se manifesta. Por esse motivo, diante da dúvida que permeia o presente estudo e no intuito de alcançarmos os objetivos propostos, justificamos nossa opção por utilizar-se uma análise de base qualitativa. Desse modo, o material empírico foi obtido por meio da realização de entrevistas semi-estruturadas (que foram gravadas e posteriormente transcritas), assim como por meio da observação participante (registrada em diário de campo).

    Do ponto de vista prático e com vistas à sua viabilização, inicialmente, o projeto foi apresentado e discutido juntamente com a coordenadora do serviço de psicologia da Sociedade Ginástica de Novo Hamburgo, em uma reunião geral que foi realizada entre a pesquisadora, a coordenadora do serviço de psicologia e a estagiária responsável pelo atendimento do grupo de atletas. Após esta etapa, foi realizada uma reunião com as duas equipes esportivas que seriam acompanhadas, com o objetivo de que se pudesse apresentar aos sujeitos os objetivos e métodos de coleta de dados da pesquisa.

    A partir desses contatos preliminares, iniciaram-se os acompanhamentos de algumas atividades esportivas, como treinos e competições, criando um vínculo com as duas equipes observadas. Após cem horas de observações, novamente foi realizada uma reunião envolvendo a equipe esportiva, para que a pesquisadora anunciasse o início das entrevistas. Os atletas que se sentiram interessados em participar, receberam o Termo de Consentimento Formal, o qual foi assinado pelos pais.

    As entrevistas foram agendadas previamente e o acompanhamento das atividades esportivas das duas equipes continuou sendo realizado. Além disso, ao longo das observações sentiu-se a necessidade de entrevistar os técnicos das duas equipes observadas – procedimento este que não estava previsto no projeto de pesquisa. Assim, participando da pesquisa, como fontes auxiliares, os dois técnicos convidados, também assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O conteúdo das entrevistas com os técnicos foi utilizado da mesma forma que os conteúdos do diário de campo, ou seja, como um “olhar” auxiliar para compreender a representação da derrota para os atletas adolescentes.

    Após realizados os procedimentos de análise do material, foram identificadas além das categorias definidas a priori (atitudes, opiniões e imagens), outras quatro categorias (sentimentos, família, profissão e relacionamento). Estas categorias foram organizadas e relacionadas de acordo com a fala dos atletas. Utilizou-se o conteúdo do diário de campo, bem como as entrevistas com os técnicos, para criar outras formas de entendimento de relações entre as categorias.

    Todo o processo de conhecimento adquirido durante este projeto deveu-se principalmente à presença diária do pesquisador nos locais freqüentados pelos sujeitos de pesquisa. Certamente teríamos registrado aqui conclusões muito divergentes das que serão apresentadas se não tivéssemos primeiramente conhecido um pouco do “universo” no qual o atleta adolescente está inserido.

Discussão dos resultados

    De início convém dizer que o atleta de alto rendimento não pode ser estudado a partir de teorias utilizadas para entender o desenvolvimento de uma população em geral, pois estar vivendo sob rotinas de treinos diários, competições que geram estresse e ansiedade faz com que o sujeito produza comportamentos inapropriados se analisados sob a ótica de um profissional que não conhece o ambiente esportivo (Valle, 2006). Enfatizamos a importância de entender a cultura esportiva antes de concluir ou afirmar hipóteses com base em conhecimentos construídos em outros contextos, diferentes do contexto esportivo.

    Conforme Feijó o voleibol possui algumas particularidades que contribuem para determinados comportamentos ou afetos produzidos pelos atletas, o fato de os times que competem entre si não possuírem contato físico pode produzir uma maior tensão emocional (Feijó apud Bueno e Bonifácio, 2007). Outro aspecto importante percebido durante as observações de campo é de que a pressão sobre cada um dos atletas aos ocorrer um movimento errado é muito maior do que no futebol, por exemplo. Cada erro equivale a um ponto para o adversário, e este ponto em alguns momentos é decisivo para a definição do resultado final da competição, a conseqüência é de que um único atleta pode ser responsabilizado pela derrota do time.

    A partir do acima exposto, passamos à discussão das categorias de análise que compõem o presente estudo. Na categoria opinião, os atletas apresentaram a derrota como sendo uma experiência partilhada pelo coletivo, resultado de uma ação conjunta. Quando os atletas foram questionados sobre a possível existência de algum “culpado” na equipe pela derrota, as falas continham a idéia de que não existem culpados, já que a derrota ou a vitória é entendida como uma construção realizada por todos.

[...] “O time perde, perde junto, quem ganha, ganha junto. Acho que não tem um responsável assim”.

“Eu acho que a equipe é responsável, não adianta uma ta jogando bem, e as outras joga mal, ou uma joga bem e as outras mal”.

[...] “ Eu acho que não adianta eu ter jogado bem e o resto ter jogado mal e aí a gente perdeu...ah, então a culpa não é delas né, a culpa é minha também.

[...] “Porque o esporte é coletivo então se um ganha todo mundo ganha ou se um perde todo mundo perde também, então...”

[...] “Sabe se tu errar uma bola não foi tu que perdeu esse, foi toda a equipe que tava envolvida”.

    É interessante notar que os atletas entrevistados não falaram sobre ter um “culpado” no grupo pelos resultados dos jogos, porém na percepção dos técnicos o grupo reage de uma forma diferente diante da derrota.

    “quando perdem é encontrar assim, não o motivo da derrota mas quem foi o culpado da derrota, precisam achar alguém pra crucificá. Então isso é uma coisa assim que o grupo fica querendo encontrar, quem foi o culpado. Então hum... então hum... pros atletas é assim encontrar o motivo” (Técnico A).

    Outro aspecto importante presente na fala dos atletas e que se relaciona diretamente com a categoria sentimentos, é de que existem dois tipos de derrota, e que o grau de frustração sentido pelos adolescentes após perder um jogo varia de acordo com a forma com que ocorreu o andamento do jogo, com o status do time adversário e com o quanto cada um se esforçou individualmente. A categoria opinião também parece estar relacionada com a categoria relacionamento, pois os atletas afirmam que os resultados das competições é fruto do trabalho da equipe, porém veremos posteriormente que o relacionamento do grupo é constantemente afetado pelos resultados das competições. Podemos identificar alguns destes aspectos, nos recortes a baixo,

    [...] “Num jogo tu deu tudo de ti, tu jogou, tu te esforçou, tu batalhou e mesmo assim perdeu, mas ao menos tu pode dizer, eu lutei, eu fiz o que pude, bem ou mal. Mas se tu perdê não jogando nada, aí tu bah... Não fiz nada, não joguei”.

    “Depende assim oh, se a gente jogo com o mesmo time e aí a gente ganho, e logo depois a gente vai lá e perde... Aí sim com certeza, porque que nem... a gente podia ter ganhado e a gente perdeu... sabe?

    [...] “Sei lá tem dois tipos de derrota né, derrota quando tu te esforça, dá teu máximo, mas não consegue ganha... tipo, sei lá, essa derrota não dá pra chama de uma DERROTA, mas é uma derrota. E a outra derrota eu acho que é quando tipo, tu não te esforça, não deu máximo, não ta nem aí, tipo [...]”.

    De acordo com Yonnet, citado por Rúbio (2006), a competição é dividida em dois sistemas: competição consigo mesmo e competição contra o outro. No primeiro caso a “luta” é estabelecida contra si mesmo, enquanto que a competição estabelecida com o outro é interferida por normas externas, como o tempo, as regras do jogo, a arbitragem, etc. e não necessariamente a vitória pertencerá ao time que obteve um melhor desempenho, pois erros técnicos nos equipamentos esportivos ou de arbitragem podem inferir drasticamente no resultado final.

    Na categoria atitudes, os atletas trazem um não conformismo em relação à derrota, atitudes que se lançam em resposta ao não submetimento, e que se relaciona com a categoria relacionamentos pois interfere nas relações entre os atletas. Pôde-se perceber uma não aceitação de um limite físico ou psíquico, como se a perfeição dos movimentos necessitasse ser constante por parte do atleta. Quando realizada a pergunta sobre quais eram as primeiras atitudes realizadas após a derrota, os atletas relataram,

    “Muitas vezes eu choro, sabe? E... Depois eu fico braba comigo, e... Depois eu preciso sempre conversar com alguém, sempre acontece isso”.

    [...] “Mas eu me cobro muito nesse sentido assim, de acertá sempre”.

    “Ah quando perde todo mundo fica mais queto assim, tem umas que vão prum lado e outras vão pro outro” [...].

    “Dá vontade de sair xingando todo mundo”

    “Eu mesma começo me xingar assim...”

    As atitudes relatadas pelos atletas podem ser significadas, segundo Rúbio (2006, s.p.), como uma representação atual no esporte moderno, onde “a essência do espírito de superação de limites e este estímulo tem sido amplamente explorado para os mais variados fins”.

    “Ao derrotado restam a vergonha pelo objetivo perdido, a confusão com a incapacidade e a falta de reconhecimento pelo esforço realizado. Diante do resultado obtido e comparando-o com o desejado, é compreensível o sentimento de frustração, raiva ou talvez decepção do atleta quando ele não consegue atingir seu objetivo” (Rúbio, 2006, s.p.)

    A derrota conduz para dois extremos, ou o atleta abandona o esporte, ou utiliza o acontecimento como aprendizado aumentando sua flexibilidade diante das frustrações. A partir destas colocações podemos entender mais claramente as razões pelas quais os atletas apresentam tantas angústias e “tristezas” diante da derrota, a sociedade de uma forma geral exige um número constante de vitórias sem valorizar o processo pelo qual o atleta se desenvolve física e emocionalmente (Rúbio, 2006). As atitudes relatadas pelos atletas podem ser consideradas preocupantes se pensarmos no grau de estresse gerado pela condição de derrota. Segundo pesquisa realizada por Orlick, 67% dos casos de abandono do esporte ocorrem devido à ênfase excessiva na competição (Orlick apud Becker, 2000, p. 62). Becker (2000) aponta que estes sentimentos tornam-se um dos fatores que contribuem para o abandono do esporte, o processo de abandono do esporte ocasionado por um “esgotamento” físico e psíquico, chamado de Burnout (estar queimado, esgotado).

    Holmes (2006, p. 58) nos apresenta dois diferentes conceitos que devem ser esclarecidos neste espaço, o de estressores que seriam situações que requerem certa adaptação por parte do sujeito e que por sua vez sobrecarregam o indivíduo causando o estresse, e o conceito de estresse que possui um componente psicológico (emoções como ansiedade) e um componente fisiológico (maior excitação física como freqüência cardíaca elevada). Conforme o mesmo o autor as etapas que tornam um evento estressor um comportamento anormal são: percepção inicial e avaliação do estressor; uma tentativa ineficaz de lidar com o estressor; o início da resposta de estresse; o uso de defensores para reduzir o estresse e o desenvolvimento de comportamentos anormais.

    Inúmeros acontecimentos podem tornar-se estressantes para o sujeito, porém o grau como estes acontecimentos irão influenciar no desenvolvimento do mesmo ou no estabelecimento de psicopatologias, dependerá das características individuais de cada um (Poleto, 2007). Conforme Wilson e Gottman (1996), alguns sujeitos são capazes de enfrentar os eventos estressores que se apresenta, enquanto outros podem vivenciar efeitos negativos mais graves e de longa duração.

    O estresse competitivo surge no esporte, quando ocorre um desequilíbrio entre aquilo que o atleta sabe que consegue fazer, e daquilo que os “outros”, técnicos, família, amigos, esperam que o mesmo faça (Thomas et al, apud Becker 2000).

    Conforme Holmes (2006) e de acordo com Poleto (2007) um dos importantes fatores que auxiliam o sujeito a defrontar-se com o estresse é a rede de apoio social e afetivo na qual este está inserido. Apoio social é entendido por Brito & Koller (1999) como o conjunto de sistemas e de pessoas significativas que compõe os elos de relacionamento recebidos e percebidos pelo indivíduo.

    Através destas considerações podemos entender a importância das relações existentes entre os atletas como fonte de apoio social diante dos eventos estressores. Da mesma forma, a família é citada pelos entrevistados como uma fonte “irrestrita” de apoio.

    Na categoria imagens, os atletas citaram situações que remetem às imagens de esforço, luta e frustração. Quando solicitado aos atletas que descrevessem a primeira imagem que lhes viesse à cabeça ao ouvir a palavra derrota foram expostas lembranças de jogos anteriores em que o time não foi vencedor e que na opinião da equipe poderia ter ganhado, imagens de rostos tristes, imagens de erros cometidos durante os treinos, lembranças dos olhares do técnico e da equipe no momento do erro, principalmente quando o movimento errado significou a vitória do time adversário, ou seja, quando o atleta errou no ponto decisivo.

    “Nos jogos sempre quando vem a derrota, me vem na cabeça jogos que podia ter ganho assim, num jogo lá que eu joguei uma vez que no final na copa RS Infanto, que o jogo nós entramo achando que ia perde, porque o time foi campeão no outro ano, mas foi três a dois pra eles e no tie break, foi dezesseis por quatorze. Isso foi, ate hoje eu me lembro do jogo”.

    “Tipo no treino tu treina e daí vai lá e faz errado”

    “Aí chega assim no set decisivo, a gente perdeu dois set, acaba perdendo o jogo, sabe?”

    [...] “Tu erra e aí todo mundo te olha assim, tipo... Ah tu errou e nós aqui se esforçando”.

    Passamos agora para a apresentação das categorias que emergiram a posteriori (família, projeto profissional, relacionamento e sentimentos). As categorias foram nomeadas de acordo com os conteúdos mais frequentemente relatados pelos atletas e comum aos entrevistados.

    Na categoria família, os atletas entendem que seus familiares fornecem um apoio irrestrito. Segundo os adolescentes a família não influência no desempenho que os mesmos apresentam em campo, e que as atitudes dos pais não mudam depois de uma derrota de uma vitória. Em muitos momentos os familiares são citados como uma grande fonte de apoio social.

    “[...] Tudo que eu faço meu pai e minha mãe sempre me apóiam né, tipo, se eu quiser jogar futebol, se eu quiser jogar qualquer coisa eles tão me apoiando sempre”.

    “A minha família sempre quer o que é melhor pra mim, porque o meu pai já passou por isso, sabe? Porque o meu pai deixou de seguir o sonho dele, porque o pai dele não queria. Aí eles me apóiam pra mim fazer o que é melhor pra mim”.

    Se compararmos a fala apresentada pelos atletas com algumas discussões teóricas, percebermos que existem significativas discrepâncias. Segundo Becker (2000), “alguns pais até gostariam de apoiar a seus filhos de modo incondicional, mas não conseguem” (p.141), e que acabam aumentando os níveis de estresse dos atletas quando deveriam fornecer apoio social.

    Apenas um dos entrevistados mencionou a interferência dos pais no que diz respeito ao aprendizado do esporte, devido ao fato de que muitos familiares praticam o esporte.

    “Ah, se eu joguei muito mal eles vem e conversam assim, dizem que tem que melhorar, que tem que fazer diferente, ah é bom porque troca experiências o tempo inteiro assim”.

    Neste sentido, segundo Vilani e Samulski (2002), a família pode influenciar de forma positiva ou negativa no desempenho do atleta com relação ao esporte praticado. Muitas vezes os pais acabam criando expectativas irreais diante da prática esportiva do filho, e estabelecem uma “atmosfera” de exigências exacerbadas. Desta forma a família deixa de assumir seu papel de “proteção” e apoio para desempenhar funções que prejudicam o atleta.

    Na categoria projeto profissional, foram agrupadas todas as colocações dos entrevistados sobre as escolhas, dúvidas ou certezas a cerca do futuro profissional. Apesar dos atletas gostarem da prática do esporte e do quotidiano dos treinos, não se vêem atuando profissionalmente como jogadores de vôlei, e este fator deve-se ao fato de que, segundo os atletas o esporte ainda não possui um bom reconhecimento no Brasil e no Rio Grande do Sul e que portanto eles não conseguiriam “sustentar-se”, outra razão é o desejo de ingressar no ensino superior, e que devido a rotina de treinos diários e campeonatos foram da cidade não teriam condições de conciliar a prática do esporte com a graduação.

    “Agora eu não sei se quero continuá, é muito puxado sabe, eu ainda fico pensando assim, porque eu dou muita importância pros estudos, e ta ficando muito difícil pra estudá, porque no meio da tarde tu vem pra Ginástica aí se vem tarde, pra estudá, fazer trabalhos ta bem ruim. Daí isso, eu não sei bem, se quero isso pra mim ou se não quero. Vamo vê ainda”.

    “Porque não tem tanto incentivo assim, claro que ta crescendo, agora já ta bem... Nossa! Mas ainda o feminino não é tanto assim no Brasil, acho que o masculino é mais valorizado”.

    “Se tu quer ingressar nessa área assim, do esporte, é uma coisa que assim oh... tipo, eu só to treinando, não to estudando, não to fazendo faculdade, e se assim, to totalmente dependente do vôlei, e assim pra tu conseguir entrar numa seleção brasileira é uma coisa muito difícil, entende? É difícil de seguir, porque tá, aí tu ta lá com vinte e cinco anos, sem faculdade, sem nada ainda. Aí como eu quero começar uma faculdade, acho que já é mais difícil né...”

    O fato de os atletas terem conhecimento sobre as dificuldades de manterem-se no esporte profissional por um longo período de tempo, pode ser entendido como positivo, pois diminuirá o nível de estresse ocasionado pela realidade de que poucos são os atletas que conseguem chegar à seleção brasileira, por exemplo.Outro aspecto interessante que aparece na fala dos atletas é de que o futuro profissional não parece ser afetado pelas demais categorias que se relacionam com os resultados das competições, e isso se deve ao fato de que o esporte não é sinônimo de futura área de atuação profissional . Por meio desta realidade respondemos parte de uma de nossas perguntas de pesquisa, ou seja, a representação social da derrota para os atletas adolescentes não está relacionada com o futuro fracasso profissional. Porém ao pensarmos no fracasso pessoal, podemos sugerir que a representação social que os atletas possuem sobre a derrota gera uma auto-imagem de incapacidade ou ineficiência, o que pode ser entendido nos desdobramentos das demais categorias.Ao longo das entrevistas com os atletas, apareceram muitas questões trazendo as problemáticas do relacionamento em grupo, o que pode ser entendido segundo Levy (2001), uma vez que o grupo ocupa um papel central para os adolescentes, pois será nessas relações grupais que o sujeito poderá refugiar-se em alguns momentos e em outros organizar-se diante da “confusão” gerada pela busca por autonomia e construção de identidade, evitando a presença de sentimentos de abandono e solidão. A partir das colocações de Levy (2001), podemos entender a importância que o esporte coletivo assume no desenvolvimento saudável dos adolescentes, na medida em que propicia um encontro ou formação grupal que servirá como fonte de apoio social e afetivo.

    Na categoria relacionamento, os adolescentes afirmaram que as relações com a equipe esportiva são modificadas conforme os resultados dos jogos.

    “Porque se tu dá mais do que o outro, te esforça mais, é sinal que ele não ta se importando, daí fica uma cobrança, fica mais chato”.

    [...] “Ah fica um clima diferente”.

    “Às vezes muda, quando tu acha que se esforçou mais do que o outro, ou sente que tu deu teu máximo e o outro não, aí mudam, fica meio chato”.

    “Tipo eu começo me xingar e as gurias ficam tipo, acham que é pra elas, mas é pra mim”.

    Podemos pensar na derrota como um desencadeador dos conflitos entre o grupo e não apenas como uma causa única. Cabe recordar a literatura situando o leitor de que os desentendimentos, identificações ou não-identificações entre a equipe esportiva são movimentos naturais que ocorrem como em qualquer outro grupo que possui um objetivo em comum, ou uma tarefa a ser realizada, pois as equipes esportivas são grupos, e sendo grupos funcionam a partir das mesmas “leis” de funcionamento grupal.

    Cabe citar Becker (2000) que afirma que a grande ameaça para o bem-estar físico e psíquico do atleta surge quando o único objetivo da equipe é a vitória. E se pensarmos que o grupo de adolescentes atletas existe devido à um tarefa comum e esta tarefa é a vitória nas competições, podemos criar a hipótese de que o objetivo grupal apenas focado nos resultados das competições explicaria em parte as grandes modificações nos relacionamentos grupais entre os atletas entrevistados.

    Na categoria sentimentos, foram agrupados todas as manifestações de sentimentos ou afetos gerados pela derrota. Os sentimentos de culpa, tristeza, abatimento, decepção e desânimo, pareceram ser frutos de uma auto-exigência exacerbada.

“Me sinto mal, tipo me sinto... (silêncio). Ah eu fico pra baixo, meu ânimo fica pra baixo”

[...] “Tu fica com aquela culpa sabe, ah eu podia ter ganhado daquele time... Fica bah, muito pra báxo, sabe?

“Hum, bah... Eu sei lá, eu acho que vem assim, dor junto, um pouquinho de dor, um pouquinho de ah, não sei.”

“Eu me esforço bastante e eu fico muito nervosa quando entro em campo”.

“Eu assim, quando eu jogo bem eu me acho o máximo assim, mas quando o time perde, nossa, parece que a culpa foi toda minha, fico muito mal, bem mal”.

“Eu cheguei bem no meu limite assim, tanto psicologicamente quanto fisicamente”.

“Ah eu fico meio desanimado”.

    Conforme Rubio (2007), o atleta contemporâneo busca a vitória a qualquer preço. Em meio a isso muitos atletas associam a esta busca a superação dos próprios limites. Pensamos que quando esta situação ocorre, e neste caso, diante dos relatos citados à cima, o esporte perde vergonhosamente sua função pedagógica e passa a responder às demandas do rendimento como uma forma de espetáculo. Quando é deixado de lado a preocupação com o bem-estar físico e psíquico dos atletas para atingir os objetivos financeiros ou competitivos impostos pela mídia e pelas instituições esportivas, então a prática do esporte torna-se uma prática mercantilista e sem respaldo nos discursos do esporte como promotor de bem-estar biopsicosocial.

    Cabe salientar que segundo as observações de campo, as categorias aparecem relacionadas de forma circular, pois se percebeu que inclusive a família que segundo os atletas fornece apoio irrestrito, durante as competições assume um papel pouco compreensivo, e até responsável por criar um ambiente de pressão para que o atleta apresente um alto desempenho, sem oferecer apoio social e afetivo após a derrota.

    Segundo a ótica dos técnicos as categorias relacionam-se principalmente com a categoria relacionamentos, e isso pode ser entendido pelo fato de que os técnicos apresentaram em suas falas uma grande preocupação em manter a equipe unida, com “espírito esportivo”, como se a união e o bom relacionamento entre os atletas fossem sinônimos de vitória nas competições.

    É interessante perceber que os técnicos se referem à derrota como sendo uma forma de aprendizado e crescimento pessoal, o que se difere consideravelmente das representações dos atletas. Poderíamos pensar que talvez na prática, os técnicos não conseguem trabalhar com os atletas a frustração de uma forma construtiva.

Considerações finais

    Este trabalho buscou compreender as representações sociais da derrota para atletas adolescentes de alto rendimento. Os dados apreendidos entre os adolescentes possibilitaram representações consensuais e particularidades, de acordo com sua inserção social e pertença grupal.

    A prática do esporte com adolescentes não pode simplesmente reproduzir um ambiente esportivo profissional, mas sim, estar aliada ao entendimento biopsicossocial do sujeito, respeitando suas limitações e respostas individuais aos métodos de treinamento. No entanto, não podemos pensar esta prática sem considerar que o esporte ao longo dos anos tornou-se um “espetáculo” também alimentado pela mídia, que mantêm o foco nos casos de sucesso e excelência de atletas que se tornam parâmetros para medir a capacidade daqueles que praticam determinada prática esportiva.

    A prática do esporte não é somente o aprendizado de uma nova técnica, ou o controle sob os movimentos, e sim, um espaço de construção de vínculos sociais, que englobam conflitos, identificações, medos, etc. Porém, este espaço acaba sendo pouco explorado pela equipe esportiva, que mantém o foco de atuação baseado nos resultados finais das competições. Enquanto os atletas por sua vez, atendem a demanda da equipe da esportiva, buscando ultrapassar os limites físicos e psíquicos para conquistar a “primeira colocação”, sem entender o porquê desta busca.

    Um fato que merece atenção, e que se tornou evidente durante este estudo, foram as necessidades de transformações nas intervenções dos psicólogos junto às equipes esportivas. Entende-se que o psicólogo deve inserir-se no cotidiano esportivo, acompanhar o processo de desenvolvimento da equipe com a qual atua, participar dos planejamentos realizados pela instituição, construir juntamente com os técnicos os objetivos do time, substituir as salas de atendimento pelos espaços de treinos e competições.

    Concluímos este estudo com a certeza de que ainda temos muitos espaços para construir na psicologia do esporte, espaço de atuação, de pesquisa, de publicações, de seminários, mas principalmente um espaço entre nossos interesses pelas possibilidades de (re)-inventar as práticas do psicólogo junto aos diferentes grupos sociais.

Nota

    Durante as observações de campo, inúmeras vezes ao perguntar aos atletas e técnicos sobre como havia sido determinada competição, a primeira resposta era: “vencemos” ou “perdemos”. Não eram trazidas questões sobre como determinada equipe e (ou) atleta havia se desenvolvido ou adquirido novas habilidades durante os jogos.

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